Brasil gasta em 2025 mais de R$400 bilhões em assistencialismo
Os gastos com políticas de transferência de renda e assistência social no Brasil devem ultrapassar R$ 441 bilhões em 2025, somando ações dos governos federal, estaduais, distrital e municipais.
O aumento consolida a expansão do Estado de bem-estar social e mantém a tendência de alta observada após a pandemia.
De acordo com levantamento do Poder360, o Bolsa Família segue como o principal programa de renda: 18,9 milhões de famílias foram atendidas em outubro, beneficiando 49,4 milhões de pessoas.
Após revisão de cadastros, o custo anual caiu para R$ 158,6 bilhões, abaixo dos R$ 168,2 bilhões de 2024.
Já o BPC atende 6,5 milhões de pessoas, com alta de 27% desde 2023 e gasto de R$ 9,9 bilhões em agosto. Desde 2023, R$ 30 bilhões foram concedidos por decisão judicial.
Na educação, o Pé-de-Meia deve consumir R$ 12,5 bilhões em 2025, beneficiando 4 milhões de estudantes do CadÚnico.
Estados e o Distrito Federal mantêm 37 programas sociais, com custo anual estimado em R$ 6 bilhões — com destaque para o Maranhão Livre da Fome, de R$ 600 milhões anuais.
Municípios destinaram R$ 36,7 bilhões à assistência social em 2024, quase o dobro do registrado em 2019.
Entre os benefícios trabalhistas, o Seguro-Desemprego alcançou R$ 48,4 bilhões em 12 meses até agosto, alta de 23% desde 2022, e o Abono Salarial deve chegar a R$ 30,9 bilhões em 2025.
O crescimento desses auxílios coincide com a queda da taxa de participação no mercado de trabalho, hoje em 62,4% — no Nordeste, apenas 54,5% trabalham ou buscam emprego.
Segundo o FGV Ibre, para cada duas famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, uma deixa a força de trabalho.
Somando saúde, educação, pensões e aposentadorias, o gasto social atinge 22,8% do PIB (R$ 2,7 trilhões), conforme o Ipea.
Após falhas de controle e fraudes na pandemia, o governo reforçou medidas como a Regra de Proteção do Bolsa Família (2023) e a atualização do CadÚnico (2025). Em 2026, ano eleitoral, cortes significativos são improváveis, o que pode empurrar o ajuste fiscal para 2027.
DP

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