Rodrigo Paz vence eleição e encerra 20 anos de governos de esquerda na Bolívia
A Bolívia encerrou duas décadas de governos de esquerda com a eleição de Rodrigo Paz à Presidência da República. O candidato de centro-direita venceu neste domingo, 19, com 54,5% dos votos e prometeu “abrir a Bolívia ao mundo” e conduzir o país por um caminho de “mudança e renovação”.
A vitória representa uma mudança de rumo político após 20 anos de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS), partido liderado por Evo Morales e, mais recentemente, por Luis Arce. A transição ocorre em meio à pior crise econômica em quatro décadas, marcada pela falta de combustíveis, escassez de dólares e inflação anual superior a 23%.
Em discurso após o resultado, Paz afirmou que seu governo será guiado por “Deus, pátria e família” e agradeceu ao Tribunal Supremo Eleitoral pela transparência do processo. Também destacou a importância de manter relações próximas com os Estados Unidos e reforçou o compromisso de fortalecer laços com o Brasil, considerado “parceiro estratégico”.
Filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, o novo chefe de Estado promete uma gestão pragmática, com foco na modernização institucional e na recuperação da confiança internacional. No plano econômico, propõe o que chama de “capitalismo para todos”, com incentivos ao setor privado, formalização de empregos e manutenção de programas sociais.
Durante a campanha, Paz defendeu o fortalecimento das instituições e da Justiça como base para o combate ao crime organizado e a construção de um ambiente de estabilidade. “A Bolívia não é socialista. Trabalha com capital e precisa de oportunidades para todos”, afirmou.
Apesar das promessas de equilíbrio entre mercado e inclusão, analistas veem desafios pela frente. Segundo o economista Jonathan Fortun, do Instituto de Finanças Internacionais, “o rombo fiscal é imenso” e um ajuste é inevitável.
A eleição de Rodrigo Paz marca o início de uma nova etapa para o país andino — uma tentativa de romper com o passado recente e reconstruir as bases de crescimento e estabilidade política na Bolívia.
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