28/09/2025

CRISE FINANCEIRA NA ONU

ONU em crise financeira

A Organização das Nações Unidas (ONU) enfrenta uma grave crise orçamentária. Uma das causas é a suspensão, inclusive por parte dos Estados Unidos (EUA), seu maior financiador, de pagamentos à entidade. Contribuições obrigatórias também foram congeladas. Mas não foram só os EUA. De 193 países, 81 estão com repasses atrasados, por diversos motivos.

No caso dos EUA, o argumento é, segundo o governo, a falta de eficiência em alcançar os objetivos de equilíbrio geopolítico, atribuída à entidade. O The Washington Post informou que o presidente Donald Trump determinou uma revisão completa de todos os fundos norte-americanos ainda não liberados e já resgatou cerca de US$ 1 bilhão, com planos de novos cortes.

A Casa Branca justificou que a ONU é “ineficiente” e que os recursos devem ser realocados para prioridades de segurança nacional.

Segundo Foreign Policy, diplomatas de países como China, Cuba, Rússia, Irã, Venezuela, Eritreia e Catar estão aproveitando o vácuo financeiro para reduzir investigações de abusos de direitos humanos e moldar a agenda da ONU a seus interesses.

Durante reuniões em Genebra, propuseram limitar auditorias sobre tortura, crimes de guerra e perseguição a dissidentes. Phil Lynch, diretor do International Service for Human Rights, afirmou: “Os países estão usando a crise de liquidez como oportunidade para empurrar suas agendas”.

O impacto da diminuição das receitas se reflete em cortes no orçamento regular de 2026, redução de milhares de postos de trabalho e transferência de operações de Nova York e Genebra para cidades mais baratas, como Nairóbi.

A Assembleia-Geral desta semana, que celebrou os 80 anos da entidade, em Nova York foi marcada por discursos sobre migração, refúgio e conflitos, incluindo Gaza. Cerca de 150 países reconhecem formalmente o Estado palestino.
Secretário-geral da ONU

Ainda segundo The Washington Post, a paralisia do Conselho de Segurança se intensifica com vetos recorrentes, especialmente em resoluções sobre Gaza. Para o secretário-geral António Guterres, o momento é de “águas turbulentas, com divisões geopolíticas crescentes, conflitos em escalada, impunidade avançando, o planeta superaquecendo e novas tecnologias sem controle”.

Entre cortes orçamentários e disputas de poder, a ONU busca se reinventar com a reforma administrativa UN80, que pretende reduzir sobreposições e modernizar a estrutura, mas depende da colaboração dos países-membros. Para o secretário-geral da ONU, António “Guterres resumiu: “os Estados precisam levar a sério e entregar resultados”. Ele completou. “Não podemos continuar fingindo que é possível fazer mais com menos.”

revistaoeste

Nenhum comentário: