Chefe de gabinete de Hugo Motta é acusada de operar esquema de rachadinha com funcionários e ex-funcionários
Ivanadja Velloso Meira Lima é acusada de chefiar esquema de rachadinha na Câmara dos Deputados.
Ivanadja Velloso Meira Lima, chefe de gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), é acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) de operar um esquema de rachadinha envolvendo funcionários e ex-funcionários do gabinete parlamentar. A investigação revelou que ao menos 10 pessoas assinaram procurações que concediam a Ivanadja poderes amplos para movimentar contas bancárias, sacar salários e realizar outras transações financeiras em nome desses servidores, inclusive dois ainda em atividade no gabinete.
Essas procurações, registradas desde 2011, permitiram a movimentação de mais de R$ 4 milhões em remunerações. Em um dos casos investigados, Ivanadja é ré por improbidade administrativa por ter movimentado a conta de um funcionário fantasma no gabinete do deputado Wilson Santiago, aliado político de Motta. A prática de conceder tais procurações continuou mesmo após a mudança de gabinete da assessora.
Entre os funcionários beneficiados com altos salários e que assinaram procurações estão Ary Gustavo Xavier Guedes Soares, motorista e caseiro da fazenda de Motta, e Jane Costa Gorgônio, que recebeu mais de R$ 330 mil como secretária parlamentar. Outros casos chamam atenção, como o de Maria Socorro de Oliveira, que acumulava cargos na Câmara e no governo da Paraíba, e Gabriela de Oliveira Venâncio, que, mesmo atuando como empresária e estudante de direito, recebeu quase R$ 880 mil como assessora.
Além disso, parte dos funcionários envolvidos já foi denunciada por outros crimes, como Valdirene Novo dos Reis, alvo da Operação Recidiva, e Kelner Araujo, investigado na Operação Veiculação. A reportagem também expõe o caso da família Pagidis, cujos cinco membros foram nomeados no gabinete de Motta e receberam juntos mais de R$ 2,8 milhões, embora haja indícios de que não exerciam efetivamente as funções.
O MPF alega que Ivanadja incorporou verba pública ao seu patrimônio por meio de funcionários fantasmas, o que causou prejuízo ao erário. A defesa nega que haja provas de enriquecimento ilícito. Nem Hugo Motta nem Ivanadja se manifestaram sobre as denúncias.
msn
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