PF faz buscas contra prefeito de Palmas e apura suspeitas de vazamento de informações
A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira um mandado de busca e apreensão contra o prefeito de Palmas (TO), Eduardo Siqueira Campos (Podemos). A ação faz parte da nona fase da Operação Sisamnes, que foi deflagrada nesta sexta-feira e investiga um suposto esquema de corrupção montado no Poder Judiciário.
O foco desta ação é apurar o vazamento e a comercialização de informações sigilosas sobre inquéritos conduzidos pela PF no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a corporação, os alvos tiveram acesso antecipado a detalhes de operações policiais - o que atrapalhou o cumprimento das medidas.
Ao todo, os agentes cumprem três mandados de busca e apreensão em Palmas, além da ordem de proibição de dois alvos de manterem contato entre si e saírem do país. As ordens foram expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, relator do caso na Corte.
Esta fase é um desdobramento de uma outra deflagrada em março deste ano. Na ocasião, foi preso o advogado Thiago Marcos Barbosa, que é sobrinho do governador do Tocantins Wanderlei Barbosa (Republicanos). O governador não foi alvo da operação.
"Além disso, a deflagração tem como objetivo apurar eventuais privilégios ilegais concedidos a um dos investigados atualmente preso no âmbito da Operação Sisamnes", acrescenta nota da PF.
A operação ocorre na mesma semana em que foi realizada a sétima e oitava fase da mesma Operação, cujos mandados foram cumpridos em Mato Grosso e Minas Gerais.
Outras fases
Na última quarta-feira, a PF focou em desmantelar um grupo armado formado por militares e civis que fornecia serviços de espionagem de autoridades, entre elas parlamentares e juízes. Autointitulado de "Comando C4" - referência a "Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos" -, o grupo teria atuado no assassinato do advogado Roberto Zampieri ocorrido em Cuiabá em dezembro de 2023.
O advogado é peça-chave na investigação que identificou o suposto esquema de corrupção no TJ de Mato Grosso. As apurações avançaram e descobriram que os alvos também tinham influência entre assessores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) - por isso, o caso subiu para o STF. Foi a partir do celular de Zampieri que os investigadores se depararam com indícios de pagamento de propina a membros do Poder Judiciário.
Nesta quinta, a PF ainda deflagrou uma operação para afastar do cargo um juiz do Tribunal de Justiça do Mato Grosso. Na ocasião, o Supremo determinou o sequestro de bens e valores no montante aproximado de R$ 30 milhões. Segundo as investigações, foi identificado um suposto esquema de lavagem de dinheiro para "dissimular pagamentos milionários de propinas em troca de decisões judiciais proferidas"
O Globo
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