29/04/2025

ASILADOS VENEZUELANOS QUE ESTÃO NA EMBAIXADA ARGENTINA EM CARACAS ESPERAM POR LULA

Asilados em embaixada argentina em Caracas cobram Lula

Os cinco opositores do ditador Nicolás Maduro asilados na residência da Embaixada da Argentina em Caracas, custodiada pelo Brasil, insistiram nesta segunda-feira (28) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aja com “firmeza” e “urgência” para tomar todas as medidas necessárias para obter salvo-condutos para que eles possam deixar a Venezuela.

– Uma solução é imperativa para que possamos sair dessa terrível situação que todos os dias afeta nossa saúde física, mental e emocional – disseram os solicitantes de asilo Magallí Meda, Claudia Macero, Omar González, Pedro Urruchurtu e Humberto Villalobos, todos colaboradores da líder opositora María Corina Machado, em uma carta publicada na rede social X.

Eles afirmaram que o Brasil tem a oportunidade de “liderar e escrever uma página de exemplo e ação, fortalecendo a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e a Convenção de Caracas sobre Asilo Diplomático, ou, ao contrário, diluir a credibilidade do Brasil como defensor dos direitos fundamentais e como parte diretamente envolvida nessa grave situação”.

– É difícil não notar a contradição na forma como o governo brasileiro tratou casos semelhantes, inclusive envolvendo pessoas processadas e condenadas por crimes graves, nos quais ficou evidente a gestão eficiente e rápida de seu governo para que os salvo-condutos fossem concedidos, algo que não aconteceu em nosso caso, no qual somos inocentes – acrescentaram.

Os opositores reiteraram que estão “presos em um limbo, sem os salvo-condutos que são um direito dentro da estrutura das convenções internacionais assinadas”.

– Hoje, a bandeira brasileira é humilhada, assim como nós somos humilhados todos os dias dentro dessa embaixada que eles transformaram em uma prisão. Isso nos afeta, mas também afeta a honra e a dignidade de seu país – acrescentaram.

Na última quinta-feira (24), os asilados pediram a Lula e ao presidente da Argentina, Javier Milei, que “exijam e pressionem” pela emissão de salvo-condutos que lhes permitam deixar a Venezuela. Em um comunicado, eles pediram o mesmo aos países signatários da Convenção sobre Asilo Diplomático (1954), assinada e ratificada pela Venezuela, que estabelece os salvo-condutos como garantia de saída, sem detenção.

Em 12 de abril, a Cruz Vermelha venezuelana informou que prestou assistência médica aos cinco solicitantes de asilo da oposição com “a aceitação das partes envolvidas”. A organização, que não deu mais detalhes, reiterou sua “disposição de atender aqueles que precisam, sem discriminação de qualquer tipo”.

Desde agosto de 2024, a embaixada argentina tem permanecido sob a custódia do Brasil, depois que o governo de Nicolás Maduro expulsou o corpo diplomático argentino. No entanto, a Venezuela revogou a autorização do Brasil em setembro, após denunciar o suposto planejamento de atos terroristas dentro da legação.

Após a medida, o governo brasileiro informou que “permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses” da Argentina até que Milei designe outro país que seja aceito pelo governo venezuelano.

EFE

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