O Arado da Política é pesado
* Por Ricardo Sobral, eleitor no RN.
Governar o Rio Grande do Norte no próximo período (2027-2030), nas circunstâncias atuais, cheio de castas privilegiadas, em detrimento da anestesiada maioria, seria tarefa hercúlea e pouco atrativa.
Afinal, estamos quase jejunos de atividades nos setores primário e secundário da economia, o que projeta reflexos na arrecadação. Só há movimento visível a olho nu no setor terciário, o de serviços, isso para suprir as demandas da turma do contracheque.
Há no RN mais pessoas inscritas nos programas sociais do que trabalhadores com carteira assinada. A classe política envelheceu - inclusive no campo das ideias - sem renovação e o “filhotismo” aqui é um fenômeno malogrado. Ouve-se, ainda que em forma de sussurros, críticas aos nossos quadros políticos, que não estariam à altura dos grandes desafios que se lhes antepõem.
O cenário, pois, não seria chamativo. Como se explica então, em meio a tanta adversidade, o súbito interesse pela cadeira de governador?
Anotem: a eleição de 2026 será uma das mais aguerridas. Nenhum dos lados da polarização pode perder.
Explica-se: O contrato de concessão da Cosern termina em 12 de dezembro de 2027. É o grande atrativo. O governo, quase sem ter o que mostrar em 07 anos, salvo a gerência da folha de pagamento, precisa antecipar a renovação para 2026, dar choque de gestão, tentar fazer o sucessor e eleger uma das duas cadeira do Senado em disputa, já que a primeira cadeira seria da oposição.
Com 07 bilhões de reais e o eleitorado que se tem, tudo é possível. Noutro bordo, a oposição precisa primeiro ganhar a eleição para governar com o caixa “bamburrado”.
De quebra, a cereja do bolo: metade do mandato de Senador. Dizem que o Senado é melhor do que o céu, posto não ser preciso antes morrer para se chegar lá.
*Dr. Ricardo Sobral
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