Resumo
*O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que irá suspender as atividades da Fundação de Apoio à Inovação Científica e Tecnológica do órgão, batizada de IBGE+. A iniciativa é considerada o epicentro de uma crise de insatisfação com o presidente do instituto, Marcio Pochmann. A nova instituição é um braço do IBGE, mas tem autorização para receber dinheiro de empresas privadas, por exemplo, para realizar pesquisas contratadas. Ela foi criada com o objetivo de suprir a falta de dinheiro público para manter a estrutura do órgão federal. No entanto, servidores demonstram insatisfação e defendem que abrir o órgão federal para investimento privado, a partir de uma iniciativa “controversa”, pode acarretar em perda de autonomia e credibilidade a longo prazo. Diante das críticas, o IBGE anunciou que a fundação terá as atividades temporariamente interrompidas. “Frente a esse desafio, estão sendo mapeados modelos alternativos que podem ensejar alterações legislativas, o que requererá um diálogo franco e aberto com o Congresso Nacional. Desta forma, o MPO [Ministério do Planejamento e Orçamento] e o IBGE esclarecem que qualquer decisão que oportunamente for tomada seguirá o debate no IBGE e com o Executivo e o Legislativo”, diz o documento. O espalhamento da insatisfação com o atual presidente do instituto, Marcio Pochamnn, alcança desde servidores e técnicos a diretores do instituto. Dos 651 servidores que querem sua saída 289 têm cargos de chefia. A insatisfação já ultrapassou a agitação sindical há muito tempo, e passou a ser uma crise de patamar sério. Um instituto com a credibilidade do IBGE tem uma carta aberta com mais de 600 pessoas expondo seus nomes para acusar Pochmann de autoritarismo. Em carta aberta contra o presidente do órgão, servidores defendem que “a condução do IBGE com viés autoritário, político e midiático pela gestão Pochmann é a verdadeira causa da crise em que se encontra a instituição”.
*Com arrocho nas contas, o Exército encontrou uma alternativa para financiar espaços e movimentos culturais ligados à Força. Trata-se da Lei Rouanet – em que empresas patrocinam projetos em troca de benefícios fiscais. Recentemente, o Ministério da Cultura publicou portaria, autorizando as instituições a aderirem à Lei Rouanet para captar recursos. A Fundação Cultural do Exército aparece com dois projetos. A primeira proposta trata da apresentação da Banda Sinfônica do Exército, com valor previsto de R$ 690 mil. O projeto propõe “a execução de apresentações musicais pela Banda Sinfônica do Exército (BSE), tendo por finalidade a popularização da música erudita”. O outro projeto apresentado trata de “Experiências Imersivas no Forte do Brum”, que deve custar R$ 3,6 milhões. Na justificativa, o Exército informou que a iniciativa vai ajudar no “desenvolvimento e implementação de experiências imersivas no acervo do Museu Militar do Forte do Brum, em Recife-PE, com adequações das infraestruturas existentes, para aprimorar a segurança e modernização da estrutura, dos equipamentos e das pessoas, bem como o aperfeiçoamento da acessibilidade, democratização e ampliação de acesso, além da elaboração de vídeos culturais institucionais”. Economia - O governo federal espera economizar R$ 4 bilhões do Ministério da Defesa, que inclui o Exército, em dois anos. Para isso, algumas medidas foram apresentadas ao Congresso Nacional. O texto prevê o fim do benefício pago a familiares de militares expulsos das Forças Armadas – prática chamada de “morte ficta”. Além disso, a proposta prevê que a idade mínima à passagem para a reserva remunerada deve aumentar: 55 em vez de 50 anos. O ajuste fiscal para militares também prevê o aumento do desconto aos fundos de saúde: todos com 3,5%. Outra alteração é o fim do pagamento de pensão para parentes, como pais e irmãos (beneficiários em segunda ordem), depois de já concedido o benefício para cônjuge e filhos (beneficiários em primeira ordem).
*Quase 1,5 milhão de pessoas têm uma sentença de deportação nos Estados Unidos, das quais 38 mil são brasileiras, segundo dados do Serviço de Imigração país referentes a novembro de 2024 aos quais a Folha teve acesso. O dado trata apenas de cidadãos não americanos que não estão presos e consta de um documento do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas). Esse número engloba indivíduos que feriram as leis de imigração dos EUA e que já tiveram o processo analisado por ao menos um juiz americano. Pesquisa da Pew Research Center divulgada em julho passado aponta que, em 2022, eram cerca de 11 milhões os imigrantes em situação irregular nos EUA. Desse total, 230 mil saíram do Brasil —um salto em relação à década passada. O Itamaraty estima que havia no ano passado por volta de 2 milhões brasileiros nos EUA, sem especificar o status legal desses cidadãos. No ano passado, 1.859 imigrantes brasileiros foram deportados do território americano. Mesmo que tenham sido expulsos, ainda há formas de eles retornarem depois. No mesmo documento em que consta o dado dos 38 mil brasileiros sob ordem de deportação, o serviço de imigração americano afirma que não há como listar todas as razões pelas quais não consegue remover do país pessoas com esse status legal.
*A atriz Claudia Raia se manifestou na manhã desta quarta-feira (29), após ser criticada por dar um vibrador à sua filha Sofia quando ela tinha 12 anos – atualmente ela tem 22. No Instagram, a artista disse que sua fala “foi tirada de contexto”. – Sempre incentivei o diálogo aberto com meus filhos sobre todos os assuntos, incluindo educação sexual, de forma respeitosa e apropriada para cada idade. Como mãe, minha prioridade sempre foi criar um ambiente de confiança e informação. No entanto, entendo que cada família tem sua própria forma de lidar com esses temas, e respeito isso – finalizou a atriz. No dia 20 de janeiro, Claudia deu uma entrevista ao programa Goucha no canal TVI de Portugal e comentou sobre o presente ao defender a importância do autoconhecimento. – Quando a Sofia fez 12 anos, eu dei um vibrador para ela e disse: “Vá se investigar, vai saber do que você gosta”. É fundamental se conhecer desde cedo – disse ela. Nas redes sociais, a artista foi bastante criticada por internautas após ter a fala viralizada na internet. O sentimento de revolta foi ecoado no programa Fofocalizando, do SBT. Durante o episódio desta terça (28), a apresentadora Cariúcha criticou a artista por sua fala. – Criança brinca de boneca, criança não tem que se meter com vibrador. É o fim dos tempos – queixou-se. A fala também repercutiu no mundo da política. O deputado estadual Lucas Pavanato (PL-SP) publicou em seu X, o antigo Twitter, um forte depoimento sobre o tema. – Não há palavras para descrever o quão imundo isso é. Antigamente, as meninas recebiam bonecas. Quando te perguntarem o que é feminismo, mostre este vídeo – afirmou.
*O número de encomendas internacionais caiu 11% em 2024 em comparativo com o ano anterior, de acordo com dados da Receita Federal. Segundo o órgão, o Brasil contabilizou 187,12 milhões de mercadorias adquiridas no exterior em 2024, ano em que a chamada “taxa das blusinhas” entrou em vigor. Em 2023, foram 209,58 milhões de encomendas. Embora o número de compras internacionais tenha caído, a arrecadação bateu recorde, com aumento de 40%. Segundo o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, o índice se deve ao Programa Remessa Conforme que regulariza a importação de mercadorias e à tributação federal de 20% instaurada em agosto. – A gente teve um acréscimo na arrecadação porque não havia tributação. Aí passou a haver a tributação de 20% sobre as remessas. Mas o volume de remessas caiu significativamente. O número aparece um pouco misturado, porque as importações de pequeno valor entram no regime de tributação simplificada – disse ele. Segundo a Receita Federal, a importação por meio do Programa Remessa Conforme representou 91,5% do total de importações de 2024, ou seja, 171,323 milhões de compras. Ainda segundo a receita, foram arrecadados R$ 670 milhões em imposto entre agosto e dezembro do ano passado devido à taxa das blusinhas. O órgão afirma que a arrecadação chegou ao recorde histórico de R$ 2,8 bilhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário