Pavinato dispara sobre CPI das ONGs: “Há algo podre”
O vereador Lucas Pavanato (PL-SP) garantiu o número de assinaturas necessárias para protocolar o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de São Paulo para investigar a atuação de ONGs (Organizações Não Governamentais) que prestam assistência a moradores de rua e dependentes químicos.
Em entrevista ao Pleno.News nesta sexta-feira (3), Pavanato explicou que apoia a existência de ONGs como forma de descentralizar a atuação do poder público, mas destacou sua preocupação com a falta de transparência dessas instituições.
– Agora, o que tem acontecido é que essas ONGs não têm compromisso algum com a transparência. Então, nós não sabemos [como o dinheiro público é gasto]. E quando nós olhamos para as ruas de São Paulo, o que vemos é que existe um trabalho que deixa a desejar – afirmou o vereador.
Segundo Pavanato, é essencial que instituições que recebem recursos públicos apresentem como os valores são utilizados, de forma detalhada e clara, incluindo a identificação de funcionários e beneficiários.
– Se existe dinheiro público em uma instituição, o mínimo que deve haver é transparência. Essas ONGs não podem virar ferramenta de manipulação política – defendeu.
Pavanato também relatou dificuldades para avançar com investigações em iniciativas anteriores devido à resistência de outros parlamentares.
– A turbulência aumentou demais, a ponto de, nas últimas iniciativas, a Câmara ter desistido. Por que existe tanta turbulência? Quando a gente chega perto de investigar a ONG, é porque existe algo de podre no “Reino da Dinamarca” – disse.
Sobre o padre Júlio Lancellotti, frequentemente associado à defesa de moradores de rua, o vereador negou que tenha qualquer intenção de atacá-lo.
– Para mim, pouco importa quem é Júlio Lancellotti. Essa é uma questão interna da Igreja Católica. A minha questão não é com ele, até porque, até onde eu sei, ele não está diretamente ligado à liderança de nenhuma ONG – declarou.
A proposta de abertura da CPI deve enfrentar forte resistência de vereadores alinhados à esquerda, que possuem vínculos com diversas ONGs na cidade. O pedido ainda aguarda tramitação na Câmara Municipal.
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