“Minha paixão pelo ABC vem de família”, diz Érica Araripe, presidente do conselho deliberativo do ABC
A eleição de Érica Araripe para presidência do conselho deliberativo do ABC, representa um marco histórico para o clube e para o futebol potiguar, evidenciando a importância da inclusão e da representatividade feminina nos cargos de liderança. A advogada trabalhista, que está em seu segundo mandato como conselheira, já possui um histórico de contribuições significativas ao clube. Em 2021, Érica integrou a comissão de reforma estatutária do ABC e, atualmente, desempenha um papel relevante na Câmara Setorial de Administração e Finanças. Érica Araripe será acompanhada por Ricardo Couto, que assume a vice-presidência, e Nathalia Fidelis, que ocupará o cargo de secretária. O mandato da nova diretoria se estende até o final de 2027. Após passar a fazer parte da história alvinegra, ela concedeu entrevista para a TRIBUNA do NORTE, onde falou sobre os seus projetos.
Num esporte machista como o futebol, que desafios ela espera encontrar e como pretende agir?
Estou iniciando meu terceiro mandato como conselheira do ABC FC. Agora, como presidente. Os desafios são aqueles de todo órgão colegiado, como gerir a pluralidade de ideias, unificando-as e direcionando-as de modo a atender os reais interesses do clube, de acordo com o que o estatuto prevê. Pretendo agir respeitando o trabalho de todos que já passaram pela diretoria executiva do clube e pelo mesa do conselho, e colocando em prática tudo que venho defendendo ao longo da minha atuação no CD: seguindo à risca o estatuto, resgatando a verdadeira função do CD, que não pode se confundir com a atuação da diretoria executiva, colaborando para uma real profissionalização da atuação dos conselheiros.
Eduardo Machado fez campanha falando em mudança de estatuto. O que ela pensa sobre isso e como pretende comandar esse processo?
A mudança do estatuto é medida extremamente necessária. É natural que as normas que regem qualquer organização passem por adaptações, para atender de forma mais efetiva os interesses de cada entidade. E no ABC não é diferente. Pretendo comandar o processo com ampla participação dos(as) conselheiros(as), com muitos estudos e debates. Somos um colegiado e temos que incentivar sempre o debate de ideias, com toda a pluralidade possível. Existe muita gente qualificada compondo o conselho deliberativo. Tenho certeza que será um processo muito positivo, pautado no melhor para o ABC.
Com o passar do tempo surgiram críticas sobre a importância dos conselhos nos clubes. O que ela pensa sobre isso?
É importante entender o real sentido da atuação de um conselho deliberativo e focar no cumprimento das suas obrigações. O conselho é o órgão de fiscalização da gestão administrativo-financeira e dos atos da diretoria executiva. O foco é o cumprimento do estatuto, desempenhando as atribuições nele elencadas. Precisamos fazer com que as pessoas entendam de forma mais natural essa atuação de extrema responsabilidade e relevância para o clube.
Como surgiu essa paixão pelo ABC e pelo futebol?
Minha paixão pelo ABC vem de família. Meus pais são torcedores e sempre acompanharam os jogos, os treinos e eventos ligados ao clube. Quando criança, já frequentava os jogos e o ambiente sempre despertou meu interesse. De imediato, pela atuação do time, propriamente. Num momento posterior, com o convívio com amigos que já participavam politicamente, conheci a estrutura e quis participar mais efetivamente das atividades.
Na eleição vimos poucas mulheres votantes. O que fazer para trazer mais mulheres para o poder decisório dos clubes?
Precisamos divulgar de forma mais efetiva as possibilidades de atuação na estrutura do clube. E minha condução à presidência do conselho cumprirá também esse papel. Quero que a torcida acompanhe nossas atividades e que as alvinegras sintam-se muito bem representadas, despertando o interesse em participar do processo democrático e eleitoral que norteia o ABC, seja votando ou compondo nossos quadros.
TN
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