13/04/2024

UM HOMEM SEM MEDO - POR J. R. GUZZO

Um homem sem medo

O ministro Alexandre de Moraes, há cinco anos seguidos ditador judicial do Brasil por esforço próprio, pela proteção da força armada e pela cumplicidade dos que preferem servir mais a ele do que à sua integridade pessoal, encontrou enfim pela frente um cachorro grande — e perspicaz. Não está acostumado a isso. Desde que transformou o Sistema Judiciário do Brasil numa delegacia de polícia que não obedece à lei, mas só a ele, não presta contas a nenhuma autoridade legal do país e persegue adversários políticos e eleitorais com cadeia, multas e censura, Moraes só lida com gente que tem medo dele. Mas acabou incomodando Elon Musk, um dos maiores, mais criativos e mais talentosos empresários do mundo de hoje — e Musk não tem o menor medo de Alexandre de Moraes, ou do Supremo inteiro, ou de qualquer tipo de jornalista da Globo. Resultado: acaba de chamar Moraes, perante o mundo inteiro, de ditador, e de provar que ele é um ditador mesmo. O ministro já foi chamado disso umas 500 vezes, e com todas as letras, aqui dentro do Brasil. Mas agora quem está falando é Elon Musk. Quem está ouvindo é o mundo. Faz toda a diferença.


O fato é que Musk não precisa de Moraes; se nunca mais ouvir falar no seu nome, nos seus inquéritos e nas suas neuroses de Lorde Protetor do Brasil e de Lula, não vai sentir falta de nada pelo resto da sua vida. Tem uma fortuna pessoal próxima aos US$ 300 bilhões, construída por ele próprio desde o primeiro centavo, sem receber herança de ninguém e sem presente do Erário. O que fala é ouvido no mundo inteiro — não só porque tem 180 milhões de seguidores na sua conta no X (ex-Twitter), mas porque qualquer chefe de Estado, ministro e executivo de multinacional tem horário livre para ele. Musk não é o morador de rua que Moraes manteve preso durante 11 meses inteiros, nem os advogados a quem ele manda calar a boca. Chateado com o soviete que controla as redes sociais americanas, tempos atrás, ele não ficou reclamando: comprou o Twitter em 2022 por US$ 45 bilhões e abriu a plataforma para a liberdade de expressão. Ninguém achou ruim: Musk ofereceu mais de US$ 500 por ação, e os acionistas correram para vender. Desde então, o X, como a empresa se chama agora, funciona como o espaço de comunicação e de opiniões mais aberto do mundo.

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