05/04/2024

'POLÍTICA SE FAZ COM DIÁLOGO, NÃO COM IMPOSIÇÃO' - DIZ RAFAEL MOTTA CRITICANDO NATÁLIA BONAVIDES

Rafael Motta critica Natália Bonavides: “política se faz com diálogo, não com imposição”

O ex-deputado federal Rafael Motta (Avante) reagiu ao posicionamento do presidente do PSB, Carlos Siqueira, e fez duras críticas a membros do PT. Segundo ele, o partido tem tentado – e conseguido – interferir no PSB, o que levou à sua saída da legenda. O pré-candidato à Prefeitura de Natal diz que se surpreendeu negativamente com a postura da ex-companheira de Câmara dos Deputados, Natália Bonavides (PT).

Recém saído do PSB, Rafael Motta disse que evitaria criticar a ex-legenda. “Não quero polemizar sobre um partido onde eu estava até ontem e que eu era só elogios”, disse.

Contudo, com relação à postura de Carlos Siqueira, que fez duras críticas após a saída de Motta do PSB, o ex-deputado disse que, no seu entendimento, Siqueira está querendo agradar o PT.

“Parece mais uma forma que o presidente está querendo agradar o PT. Me surpreendi com as palavras porque não são da forma com que ele conversa. Deve ter tido alguma orientação de alguém pra falar daquele modo”, disse.

Segundo Rafael Motta, desde a vinda da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, a Natal, quando ele não foi convidado às reuniões de cunho político, que ele sentiu a tentativa de imposição de apoio do PSB ao PT em Natal. “Eu não fui convidado e ela deu declaração de que o PSB acompanharia o PT”, reforçou.

Motta afirmou que já estava conversando com a cúpula do PSB e, segundo ele, todos estavam aprovando a pré-candidatura do então presidente do PSB no Rio Grande do Norte.

“Estavam vendo o crescimento e a baixa rejeição da minha pré-candidatura. Fui procurá-lo (Carlos Siqueira) em Brasília e vi que havia a insegurança (da candidatura)”, disse o ex-deputado, que comparou a situação à da legenda em 2022.

“A nota dele confirma que ele queria que eu seguisse a orientação do partido que é aliado, mas não teve essa mesma insistência para que o PT me apoiasse como candidato ao Senado aqui. É uma conveniência momentânea”, criticou Motta.

O novo filiado ao Avante também disse que Carlos Siqueira interpretou de maneira equivocada as conversas que teve com o próprio Rafael Motta ou ouviu interlocutores que o induziram ao erro sobre a postura do ex-deputado com relação à candidatura de Carlos Eduardo (PSD). Segundo Carlos Siqueira, Rafael Motta queria ser vice de Carlos Eduardo.

“Ele fez uma interpretação errada. Acho que, mais uma vez, alguém orientando para ‘melar’ minha pré-candidatura. Eu disse que não acreditava no projeto do PT à Prefeitura porque eu não via viabilidade. E também não vejo projetos que sejam positivos para Natal e havia uma preferência, pelos números, por Carlos Eduardo. Tínhamos dois polos antagônicos e eu disse que entraria nessa mesma faixa de eleitorado mais consciente e menos ligado em polarização, que queria saber sobre o cuidado com a cidade. Na interpretação dele ou de quem o orientou veio essa conclusão curiosa”, explicou Rafael Motta.

Sobre a possibilidade de apoiar Natália Bonavides, Motta foi enfático: “sou pré-candidato a prefeito contra ela”.

“Qualquer tipo de acordo político, aproximação, formação de um grupo se faz na base do diálogo e não da imposição. Me surpreende muito a pré-candidata Natália, que tinha, na minha óptica, perfil conciliador e de diálogo, simplesmente exigir nacionalmente (apoio) e sequer conversar com o PSB local”, disse o deputado.

Questionado se tinha informações de que a deputada federal havia articulado nacionalmemte a imposição do PSB a apoiar a candidatura do PT, o ex-deputado disse que não tinha como saber, “mas ela é a maior interessada”.

“Os vereadores locais têm a mesma linguagem. Não entendi porque, já que em 2022 ela seguiu a imposição de votar em Carlos Eduardo, e o PSB não fez a mesma imposição para votar em mim. Se tivesse feito, acho que hoje eu seria senador. Me surpreende essa dinâmica de impor apoio ao invés de conquistar, dialogar”, disse Rafael Motta.

TN

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