04/01/2024

MORAES NÃO APRESENTOU NOME E NEM PROVAS DE PLANO PARA MATÁ-LO

Quem planejou matar Moraes e quais são as provas desse plano?

O ex-deputado federal Deltan Dallagnol questionou nesta quinta-feira, 4, as declarações do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou, sem apresentar provas, haver pelo menos três planos para prendê-lo e assassiná-lo em 8 de janeiro de 2023.

O ex-procurador da Lava Jato publicou na rede social X, antigo Twitter, dez questões que deveriam ser realizadas ao magistrado para esclarecer alguns pontos que ficaram no ar.

Segundo Moraes houve a existência de um plano golpista, envolvendo a invasão do Congresso e tentativa de persuadir o Exército. Além disso, um grupo queria mata-lo e enforca-lo na praça dos três poderes em Brasília. O ministro diz que tem provas disso.

O outro plano era prender Morais, leva-lo a Goiânia e coloca-lo no Batalhão de Operações Especiais em Jardim Guanabara. Porém, pelas provas que o Ministro possui, os extremistas o matariam a caminho do batalhão.

“Esse povo é louco, são doentes”, diz Morais. As provas citadas pelo Ministro do Supremo estariam nos inquéritos policiais da Polícia Federal sobre o caso, bem como as estratégias para dar um sumiço do corpo de Morais após execução.

A investigação segue, buscando responsabilizar todos os envolvidos, desde executores a autores intelectuais.

Eis as perguntas de Dallagnol:

“- Quem planejou matar o ministro e quais são as provas desse plano?

– Essas pessoas já foram denunciadas pela PGR e condenadas nos julgamentos do 8 de janeiro? Por que não soubemos dessas pessoas até agora?

– Se o ministro era a vítima desses crimes, ele não deveria se declarar suspeito de julgar quem queria matá-lo?

– Essas novas informações não colocam o ministro sob suspeição para julgar todos os réus do 8 de janeiro, já que segundo entendimento do próprio STF, todos estavam ali em turba com um único objetivo, de dar um golpe?

– Como o ministro responde as críticas de que os réus do 8 de janeiro estão sofrendo abusos judiciais, como violação do juiz natural, ausência de conexão com pessoas com foro privilegiado, prisões preventivas alongadas, ausência de provas e de individualização de condutas e penas exageradas?

– Aliás, até hoje o STF não apresentou uma única pessoa com foro privilegiado que tenha participado dos atos do 8 de janeiro, a fim de justificar a conexão com os demais réus sem foro privilegiado. O ministro saberia dizer quem são as pessoas com foro privilegiado que atraem a competência da corte para julgar os demais réus do 8 de janeiro?

– Por que o ministro não apreciou em tempo o pedido de soltura de Clezão, que tinha parecer favorável da PGR? Como responde as críticas de que a demora para decidir acarretou na morte de Clezão?

– Por que, logo após a morte de Clezão, o ministro soltou vários réus presos do 8 de janeiro que também tinham parecer favorável de soltura da PGR? Isso não é uma prova de que essas pessoas ficaram presas de forma excessiva e ilegal?

– Quando serão encerrados os inquéritos ilegais que tramitam no Supremo há mais de 5 anos? Como o ministro justifica a existência dos inquéritos após o fim dos prazos legais?

– E por fim, dar entrevistas sobre casos em julgamento não gera a suspeição do juiz? Como o ministro responde a essa questão?”

A entrevista de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que os manifestantes mais exaltados do 8 de janeiro defendiam que ele fosse “preso e enforcado na Praça dos Três Poderes”.

“Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, disse Moraes, conforme em entrevista publicada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira, 4.

Como apontou Deltan Dallagnol, o ministro do STF não apresentou provas sobre os planos nem revelou os nomes das pessoas que atentavam contra a vida dele.

O Antagonista

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