30/10/2023

'AS NOITES SÃO TERRÍVEIS' - O DIA A DIA DOS BRASILEIROS EM GAZA

O dia a dia dos brasileiros em Gaza: “As noites são terríveis”

Um total de 34 brasileiros completou três semanas de espera para poder sair da Faixa de Gaza, nas cidades de Khan Younes e Rafah. O objetivo é cruzar a fronteira com o Egito, seguir para o Cairo e, de lá, partir para o Brasil, num avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

O embaixador brasileiro na Palestina, Alessandro Candeas, chefe do Escritório de Representação em Ramalah, descreveu à coluna os esforços para diminuir o sofrimento do grupo. “Enquanto aguardamos, e a espera é demasiadamente longa e preocupante, estamos lutando para que os brasileiros não sejam afetados pela catástrofe humanitária que assola Gaza”, afirmou.

Dezoito crianças, 10 mulheres e seis homens estão espalhados em casas alugadas — os brasileiros não estão em abrigos. São protegidos por meio de informações de localização compartilhadas com Israel. Candeas consegue enviar recursos para que comprem alimentos, água, gás e remédios no precário mercado local, ou seja, ainda não houve desabastecimento. Muitos cozinham em fogo de brasa.

“É difícil encontrar água e gás. A comida também está acabando no país. Ontem à noite foi terrível, a gente não conseguiu dormir. Todas as noites são terríveis. A gente não consegue dormir. Não conseguimos ficar calmos com tantos bombardeios que eles (israelenses) jogam em tantos lugares”, disse a brasileira Shahed al-Banna, de 18 anos, em vídeo enviado à coluna.

Veja o vídeo:


Situação psicológica dos brasileiros

A situação psicológica é, claro, muito ruim, mas todos têm a oferta de psicóloga e médico a distância.

“Infelizmente, as perspectivas são de rápida degradação das condições de vida e segurança. Os brasileiros têm que ser autorizados a sair o mais rápido possível pelas partes envolvidas, para retornarem a salvo ao Brasil”, defendeu Candeas.

Lula já falou diretamente com seus homólogos de Israel e Egito para tentar liberar os brasileiros, mas ainda não houve definição. Até hoje, a ONU não conseguiu abrir um pleno corredor humanitário na região. Centenas de estrangeiros estão na mesma situação dos brasileiros.

Metrópoles

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