Incêndios no Canadá indicam que a humanidade está vivendo a ‘Era do Fogo’, aponta professor
Nesta semana, a paisagem de Nova York e de outros estados americanos mudou de cor por causa da fumaça de incêndios florestais no Canadá. A névoa tóxica ficou tão grande, que chegou a atingir um pedaço da Europa.
Ao longo da semana, mais de 400 focos de incêndio queimavam as florestas canadenses. Mais de 200 deles, completamente fora de controle. Esse evento forçou dezena de milhares de pessoas a sair de casa.
De acordo com o primeiro-ministro Justin Trudeau, esta será uma estação de incêndios especialmente severa.
Os ventos acabaram dissipando a fumaça, que não deve mais oferecer mais perigo à saúde. Porém, os incêndios no Canadá continuam e, de acordo com Stephen Pyne, que foi bombeiro por 15 anos antes de virar professor de história ambiental na Universidade do Arizona, a humanidade está vivendo a “era do fogo”.
“Estamos criando com o fogo o equivalente à era do gelo. Troque o gelo pelo fogo. Há mudanças no nível do mar, há extinções de espécies em massa. Temos incêndios em lugares onde há grandes geleiras”, explica.
De acordo com um relatório das Organização das Nações Unidas (ONU) produzido por mais de 50 cientistas, como resultado do aquecimento global, a frequência e intensidade dos grandes incêndios vão aumentar 14% no fim desta década e 50% até o fim deste século.
Para o professor Stephen, no entanto, esse número subestima os incêndios..
“Tenho certeza de que os números foram pensados com cuidado, mas quase todas as previsões subestimaram os incêndios. Eles vêm acontecendo mais cedo e numa escala maior”, fala.
Realidade brasileira
O que Nova York tem vivido esses dias, na realidade muitas cidades da Amazônia vivem todos os anos.
A brasileira Ane Alencar, Ane Alencar, diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, foi premiada em 2022 por uma pesquisa que levou à criação da plataforma MapBiomas Fogo, um sistema de alerta de desmatamento que cria mapas do que ela chama de “cicatrizes do fogo”, com dados e imagens a partir de 1985.
Ela destaca que o aquecimento das águas em uma região do Oceano Pacífico, no fenômeno conhecido como El Niño, gera preocupações para o Brasil.
“É esperado que seja um ano bem mais seco com maior risco de incêndios. Então, para que isso não aconteça é preciso trabalhar desde agora num processo de conscientização, prevenção, mas também trabalhar numa perspectiva de reduzir o desmatamento é super fundamental", explica.
Fantástico
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