10/03/2023

DEMISSÃO DE VITOR PEREIRA SERIA CAOS POLÍTICO NO FLAMENGO

Não são R$ 15 milhões de multa que seguram Vítor Pereira, sua demissão seria o caos político no Flamengo

28 de janeiro a 8 de março de 2023. Quatro títulos perdidos.

Jamais essa situação havia acontecido na vida do Flamengo.

Desde 1895.

Supercopa do Brasil. Mundial de Clubes. Recopa Sul-Americana. E a Taça Guanabara, primeiro turno do estadual, que os cariocas comemoram como se fosse um campeonato.

Jorge Jesus não seguirá no Fenerbhaçe no segundo semestre.

Ele já avisou à imprensa carioca que, a partir de maio, pode negociar sua volta para o Brasil.

Jorge Sampaoli está fazendo péssima campanha no Sevilla.

O clube está em 17º lugar, com os mesmos 25 pontos do Almeria, na zona do rebaixamento. A pressão por sua saída é imensa, depois da goleada por 6 a 1 para o Atlético de Madrid.

Tite continua desempregado.

Três treinadores que conselheiros, organizadas e imprensa cariocas defendem no comando do futebol da Gávea. Cuja contratações não estão longe de ser difíceis.

O que segura Vítor Pereira no Flamengo?

R$ 15 milhões em multa.

Se for demitido antes de dezembro de 2024, o clube carioca terá de pagar essa quantia.

Esse dinheiro é alto, mas a receita de 2022 foi de R$ 1,2 bilhão do clube mais popular do país.

O problema é muito mais profundo. E passa pelo poder de Rodolfo Landim.

Ele não quer ser desmoralizado com mais uma contratação fracassada.

O presidente do Flamengo já errou demais.

Domenèc Torrent, Renato Gaúcho, Rogério Ceni.

A não renovação de Dorival Júnior.

E a contratação do treinador que traiu o Corinthians, o português Vítor Pereira.

Landim não quer demitir o técnico porque sabe que o desgaste seria insuportável para o seu vice de futebol e homem de toda confiança, Marcos Braz.

O que alteraria todo o seu frio plano de seguir trabalhando na Gávea até 2024.

Ele quer passar a presidência para Braz. E com o início das obras do estádio do Flamengo.

Mas, para isso, precisa de uma reviravolta, do fim de derrotas, fracassos.

E justo o campeonato que o Flamengo menos levava em consideração se transformou em fundamental. O Carioca.

Quando Vítor Pereira tirou na quarta-feira (8) Gabigol e Arrascaeta, com seu time caminhando para a derrota para o rival visceral, o Fluminense, na final da Taça Guanabara, o português teve de ouvir a própria torcida flamenguista chamá-lo de "burro".

E a do Fluminense gritar seu nome como deboche.

Ele sabia que praticamente abria mão da Taça Guanabara, mas teria a dupla para a partida da semifinal do Carioca, que deverá ser contra o Vasco.

Assim também como o jovem atacante Matheus Gonçalves não entrou no Fla-Flu.

Vítor Pereira está longe de ser burro.

Ele pode ter uma relação fria, distante, hierárquica com os jogadores. Coloca times em partidas importantes sem muitos treinamentos, como a decisão de quarta.

Mas sabe que já perdeu títulos demais.

E mais um deverá custar sua demissão.

O apoio que recebe de Landim, por conta de Braz, precisa ser recompensado.

Tem plena noção da pressão pela volta de Jorge Jesus.

Sabia quanto estava arriscando ao aceitar ficar no Brasil.

Tinha outra impressão do elenco caríssimo do Flamengo.

Não teve tempo para evitar a saída de João Gomes, jogador que era fundamental à equipe.

Ele precisa vencer o Carioca. É uma questão de sobrevivência.

Para isso, se a lógica se impuser, terá de vencer os dois rivais que derrotaram seu time na quarta e no domingo.

O Vasco e o Fluminense.

Vítor Pereira jogará por ele, por Landim e por Braz.

Os homens que aceitaram pagar 500 mil euros, cerca de R$ 2,7 milhões, por mês. Para ele e por sua comissão técnica.

E que estão enfrentando toda a pressão das organizadas, da maior parte do conselho deliberativo e da mídia carioca.

Todos defendendo a demissão sumária.

Vítor Pereira resiste. Sabe que seu último prazo é o Carioca.

Outra derrota seria pesada demais para a disputa da Libertadores, da Copa do Brasil e do Brasileiro que o clube ainda tem pela frente.

R$ 15 milhões é o de menos para Landim.

O que está em jogo no Carioca é a sua competência como dirigente.

E a sobrevivência do seu vice, Marcos Braz.

Foram os dois que decidiram virar as costas para Dorival Júnior.

E apostar tudo em Vítor Pereira.

Com informações de R7

Portal Grande Ponto

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