Yrahn Barreto lança seu quarto disco nesta sexta-feira (04)
“Eu já estava elaborando um disco novo, mas a pandemia surgiu e mudou a direção de tudo que eu estava fazendo antes. Então o ‘Som no Isolamento’ é um reflexo do novo processo e das vivências que tive a partir disso”, afirma Yrahn à TRIBUNA DO NORTE. O músico conta que ficar preso em casa o levou a compor mais, e sua produção musical dobrou. A válvula de escape para o distanciamento social logo passou a se configurar num novo álbum.
O santo “bateu”
Por uma daquelas ironias do destino, foi devido ao isolamento pandêmico que Yrahn veio a se tornar amigo de uma figura chave em seu novo trabalho, o ícone maranhense Zeca Baleiro. Os dois se esbarraram virtualmente na 6ª edição da Semana do Sampaio, um encontro nacional para fãs de Sérgio Sampaio, em abril do ano passado. Yrahn convidou Zeca para seu projeto “Live Conexão”, e o bate-papo sobre Sampaio evoluiu para uma amizade que logo foi se tornando uma inevitável parceria musical.
Yrahn ressalta que todo o processo com Baleiro foi bem natural. “Eu estava compondo muito, e mostrava tudo pra ele. Ele dava uns toques, dicas, opiniões, sugestões. E assim tudo foi correndo numa harmonia impressionante, pois havia uma química real entre nós. O Zeca disse que o nosso santo bateu, e é raro isso acontecer, tem que aproveitar”, diz. Nesse processo, os músicos foram trocando idéias, letras e arranjos (eletrônicos) pela internet, além da produção local. Um típico trabalho em tempos de pandemia.
O conteúdo do disco, segundo Yrahn, é reflexivo como o momento pede. “As músicas foram fluindo através dessa atmosfera, e é claro que me deixei levar, o compositor também é como um cronista de seu tempo”, explica. Mas “Som do Isolamento” não traz apenas melancolia, ressalta o músico. “Há também música pra dançar. Eu, como nordestino, sempre gostei de sobrepor ritmos, de juntar o regional com o mundial, eletrônico com acústico, etc. Tem tudo isso no disco”, completa.
“Som no Isolamento” tem dez faixas, nas quais Yrahn explora sonoridades e suas habilidades como instrumentista. A canção “Mares meus”, uma das parcerias dele com Baleiro, foi a escolhida como primeiro single para apresentar o disco. O álbum traz ainda colaborações com Climério Ferreira, do Pessoal do Ceará; o artista plástico e compositor Carlos Sérgio Borges; o cantor paraibano Kennedy Costa; e a poeta potiguar Jeane Araújo. E claro, Chico César, um ‘featuring’ especialmente proporcionado por Zeca Baleiro, amigo/irmão do paraibano há anos.
Chico César comparece em “Tempo de viver”, um reggae composto por Yrahn, que reflete de forma positiva a necessidade de valorizar a vida nos tempos atuais. Já “Quando eu viajar de novo” foi a primeira da leva de canções compostas na pandemia, sobre a sensação de poder sair de casa novamente quando tudo estiver bem de verdade. “De repente”, uma parceria com Jubileu Filho, foi composta antes da pandemia, mas mantida no álbum. A balada “Se eu fizer uma canção”, é outra colaboração com Zeca Baleiro.
Yranh afirma ter ficado feliz com a repercussão de “Mares meus”, no começo de maio, e que apesar das limitações impostas pela pandemia, as perspectivas são boas. Na sexta, às 10h, vai rolar um bate-papo sobre o disco com o produtor Anderson Foca, no perfil do Dosol no Instagram. E em breve, talvez já na próxima semana, Yrahn fará uma live só com material do novo trabalho. “Som no isolamento” teve patrocínio da Lei Aldir Blanc, via prefeitura de Natal.
Serviço:
Lançamento de “Som no Isolamento”, de Yrahn Barrero. Sexta-feira, em todas as plataformas digitais. Bate-papo às 10h, no Instagram do Dosol.
TN
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