26/06/2020

LAVAJATO: BRETAS PRENDE 12 E DESEMBARGADOR SOLTA

Desembargador revoga prisões decretadas por Bretas na operação Fiat Lux

Desembargador revoga prisões decretadas por Bretas na operação ...O desembargador Ivan Athie, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), revogou todas as prisões decretadas pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, no âmbito da Operação Fiat Lux, novo desdobramento da Lava-Jato no Rio, que mira em supostos responsáveis por contratos fraudulentos e pagamento de propina na Eletronuclear. 

Entre os alvos da investigação estão o ex-ministro Minas e Energia Silas Rondeau (MDB), que atuou no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2005-2007) e o ex-deputado Anibal Gomes. As equipes policiais saíram às ruas para cumprur 17 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão temporária expedidas pelodo Rio. No entanto, as prisões foram revogadas no começo da noite desta quinta-feira (25).

Na segunda instância, Ivan Athie, que atendeu a um pedido do advogado Fernando Augusto Fernandes, que representa Ana Cristina Toniolo, uma das investigadas. Para o magistrado, as prisões decretadas por Bretas violam a presunção de inocência, estão em desacordo com outra decisão do Tribunal. Os mandados foram cumpridos nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal. Anibal e Rondeau não chegaram a serem presos, pois não foram encontrados em suas residências.

De acordo com fontes na PF, a defesa de ambos chegou a iniciar um tratativa para que eles se apresentassem. Mas a nova decisão permite que fiquem em liberdade. A operação teve como base a colaboração premiada de dois lobistas ligados ao MDB, Jorge Luz e Bruno Luz, que foram presos em 2017 na Operação Blackout, 38ª fase da Lava Jato, por ordem do ex-juiz Sérgio Moro, à época na 13ª Vara Federal de Curitiba.

Em depoimento prestado em 2017, Jorge Luz revelou ter intermediado R$ 11,5 milhões em propinas a parlamentares do MDB. No mesmo ano, apresentou à 13ª Vara federal de Curitiba uma planilha com nomes de supostos beneficiários de parte dos repasses que fez por meio do uso de offshores no exterior, identificando US$ 418 mil remetidos a Renan Calheiros (PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-PA), Silas Rondeau, e Aníbal Gomes (PMDB-CE).

Segundo a PF, a Fiat Lux mira em pessoas que não foram abrangidas por operações deflagradas para investigar "envolvidos na organização criminosa que sitiou a Eletronuclear", entre elas a Radioatividade, a Irmandade e a Prypiat. Assim, a Fiat Lux tem como origem uma das primeiras fases da Lava Jato (16ª), a Descontaminação, que prendeu e condenou a 43 anos o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear.

Correio Brasiliense

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