28 mil militares não devolveram o auxílio emergencial
Para ter direito, é preciso obedecer a alguns critérios - entre eles, ser maior de idade, ter renda de até três salários mínimos na família, não ter emprego formal e nem receber o seguro-desemprego. Além disso não pode ser militar ou receber dinheiro do governo em salário ou benefícios como a aposentadoria.
Há um mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) mandou que todos devolvessem. Mas até agora, 28 mil não atenderam à essa ordem - com isso, R$ 17 milhões que ajudariam os brasileiros mais pobres continuam depositados nas contas dos militares.
A lista obtida pela CNN foi o resultado de um cruzamento entre a relação de funcionários do Governo Federal e de pessoas que tiveram o auxílio aprovado, entre eles 79 militares de alta patente, como tenentes e aspirantes a oficiais. O salário mediano dessas pessoas é de R$ 16 mil, ou seja, eles não precisariam dos R$ 600 do auxílio. Todos os dados obtidos pela reportagem são públicos.
O Ministério da Defesa, que responde pelas Forças Armadas, reconheceu que metade de todo o valor repassado a militares ainda não foi devolvido, mas disse que quem não devolver terá o valor descontado do próximo salário.
O Ministério Público Federal investiga o caso. O procurador Marcelo Ribeiro de Oliveira disse à CNN que analisa os locais onde os saques foram feitos para tentar identificar fraudes. No caso dos militares, eles já descobriram que os casos se separam em dois grupos: os que pediram o auxílio e os que tiveram o dinheiro automaticamente transferido para a conta.
A lista que a CNN teve acesso contempla 37 mil militares que tiveram o cadastro para o auxílio aprovado. Desses, cerca de 5 mil tiveram o benefício cancelado antes do pagamento. Do universo que a reportagem teve acesso, cerca de 14 mil receberam o valor automaticamente, e uma parte deles talvez nem saiba que o dinheiro foi depositado.
CNN
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