Covid-19: Teich divulga cartilha para fim da quarentena, mas não detalha
Prometidas por Nelson Teich desde que tomou posse como ministro da Saúde, as diretrizes desenhadas pela pasta para orientar estados e municípios a sair do isolamento social começaram a ser divulgadas nesta segunda-feira (11/05). Segundo o ministro, a íntegra do documento, que tem cerca de 40 páginas, será apresentada na quarta-feira (13/05).
“Não é uma política nem de isolamento ou de flexibilização. A decisão cabe aos estados e municípios. O que o ministério da Saúde faz é disponibilizar uma linha de raciocínio que consideramos adequada, vamos estar sempre disponíveis para discutir com os secretários”, afirma Teich. Ele reforça que não é uma ordem, mas sim uma orientação.
Segundo ele, o trabalho foi feito em parceria com o Conass e Conasems (conselhos nacionais de secretários de saúde estaduais e municipais) tendo como base a revisão de estudos, exemplos e iniciativas internacionais.
As diretrizes funcionam a partir de quatro eixos: capacidade instalada, quadro epidemiológico, velocidade de crescimento e mobilidade urbana. Cada um destes itens tem uma pontuação e o município ou estado deve preencher um questionário detalhado.
A soma de pontos definirá o grau de risco (muito baixo, baixo, moderado, alto e muito alto) e as medidas que devem ser tomadas (distanciamento social seletivo I ou II, distanciamento social ampliado I ou II e restrição máxima).
Ferramentas de apoio para ajudar no preenchimento das diretrizes, como calculadora de pressão sobre os leitos, simulador de estimativa de leitos, monitoramento de casos sintomáticos e painéis de monitoramento, serão disponibilizadas pela pasta. Teich diz ainda que o ministério estará aberto e próximo aos secretários para ajudar. Questionado pela imprensa sobre mais detalhes, o ministro desconversou.
Discussão com secretários
Apesar de ter garantido que as diretrizes foram revistas e discutidas com os secretários de saúde em reunião no sábado (09/05), o ministro se disse surpreso com as declarações feitas por secretários do Conass e Conasems de que as diretrizes foram rejeitadas pelos conselhos e que seria inoportuno pensar em flexibilização no cenário atual.
“Enquanto estivermos empilhando corpos, não tenho como discutir isso”, disse o presidente do Conass, Alberto Beltrame, em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo.
“Fui surpreendido hoje com notas em jornais dizendo que não era o cenário de hoje. Para mim, foi uma surpresa enorme: me foi passado que houve um consenso e que a reunião evoluiu de forma técnica, sem críticas em relação ao modelo”, afirmou o ministro. Para conter as críticas, nova reunião com secretários será feita antes da divulgação da íntegra do material.
Metrópoles
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