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28/07/2025

FOI MORAES QUE TUMULTUOU A ORDEM JURÍDICA E PROVOCOU CONFRONTO COM TRUMP - POR J. R. GUZZO

Foi Moraes que tumultuou a ordem jurídica e provocou confronto com Trump

O último decreto apostólico do STF, do governo Lula e do Alto Comissariado da esquerda brasileira determina que o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho que milita em sua causa nos Estados Unidos e quem admite a noção geral de que a justiça poderia estar cometendo ilegalidades contra ele sejam declarados, já, traidores da pátria. São inimigos da soberania nacional, colaboracionistas e agentes de potência estrangeira.

É uma sorte, para todos eles, que o Brasil não esteja atualmente em tempo de guerra. Se estivesse, estariam sujeitos à pena de morte — o crime de traição, segundo artigo 5º da Constituição Federal, é o único que pode ser punido com o fuzilamento do réu. No caso, a traição de Bolsonaro, seu filho e políticos da oposição é ter incentivado a adoção de sanções comerciais contra o Brasil por parte dos Estados Unidos, em represália ao tratamento que têm recebido do STF.

Formada essa doutrina, que prevê excomunhão para quem não concordar que o “bolsonarismo” é o responsável por tudo o que acontecer de ruim se as medidas de Trump realmente forem executadas, fica uma pergunta no ar. Será que o ex-presidente, seu filho e todos os que apontam as ilegalidades cometidas pela justiça nos processos contra ele são, realmente, os únicos responsáveis pela intragável desordem que se criou com essa rixa?

O exame dos fatos disponíveis mostra que não. É por causa da condenação já praticamente anunciada de Bolsonaro, sem qualquer dúvida, que Donald Trump entrou na história. Mas por que, em primeiro lugar, ele anunciou as sanções? Porque, no caso, o processo da lei foi para o espaço. É certo também que Trump não foi o único que percebeu as violações em série da legislação brasileira nos processos conduzidos contra Bolsonaro no STF.

Ainda há pouco, 15.000 advogados assinaram um manifesto denunciando as ilegalidades. Editoriais da imprensa internacional acusam o STF em geral e Alexandre de Moraes em particular. O ex-ministro Marco Aurélio sugere que Moraes precisa de um divã psicológico. Não é nenhum deles, nem Bolsonaro, que conduz há seis anos um inquérito ilegal que pode punir quem o ministro quiser. Não inventaram o flagrante perpétuo, o julgamento por lotes e a prisão temporária pelo resto da vida.

É Moraes que está julgando Bolsonaro direto no STF — e não na primeira instância, como se fez com Lula. É ele que proibiu o ex-presidente de ser entrevistado na imprensa; depois, jogou um facho de escuridão no próprio despacho. É ele que pôs tornozeleira no réu e o proibiu de falar com o seu filho. Foi ele que tumultuou a ordem jurídica e provocou o confronto com Trump. Terá de ajudar com a conta.

21/07/2025

'AS PUNIÇÕES A BOLSONARO SÃO UM MONUMENTO AO DESPREZO DA LEI' - POR J.R. GUZZO

As punições a Bolsonaro são um monumento ao desprezo da lei

O regime Lula-STF dá a impressão, a cada dia que passa, de gostar mais e mais do seu último brinquedo: se fazer de inimigo-chefe dos Estados Unidos (EUA) e de Donald Trump. É uma briga à distância e, portanto, segura.

Sai de graça para os gatos gordos de Brasília: quem vai pagar até o último centavo da conta, que tem tudo para sair pelos olhos da cara, é o povo brasileiro, e não eles. Em suma: você finge que é valente e não corre risco nenhum.

A última salva de artilharia leve disparada pelo governo (o Brasil não tem artilharia pesada) não acertou ninguém em Washington, mas pegou em cheio o pomo da discórdia — ou pelo menos da discórdia na sua fase atual. Jair Bolsonaro, condenado antes da sentença por “tentativa de golpe” e transformado por Trump numa causa mundial dos EUA, foi ferrado por Alexandre Moraes com uma tornozeleira, expulso da internet e proibido de falar com o próprio filho.

Tome essa Trump, e mais essa — e fique sabendo, de uma vez por todas, que a cada pressão sua para ajudar Bolsonaro, o Brasil vai bater direto de volta. É de potência a potência. Tarifa de 50% nas exportações brasileiras? Pois então o Brasil vai socar tarifa nas importações que faz de lá. Temos 1% do comércio mundial dos americanos, e eles provavelmente nem vão perceber que foram taxados — mas reciprocidade é isso.

É uma dessas brigas em que, se os contendores chegarem às vias de fato, o Brasil deve passar metade do tempo por baixo; na outra metade os EUA vão estar por cima. Do GPS aos equipamentos de tomografia, da Apple à Microsoft, das peças de avião às tecnologias do agro, o Brasil precisa importar pesado dos americanos; vai ter aumento de custo direto na veia. Nos EUA a guerra não fará subir nem o preço do cafezinho.

Não há nenhum aspecto nessa disputa, nem um que seja, capaz de dar ao cidadão brasileiro um único e miserável benefício concreto. Se estava à procura do melhor jogo de perde-perde disponível hoje na praça, o governo Lula encontrou — uma guerra comercial com a maior potência do mundo e o seu PIB de US$ 30 trilhões. Mas o presidente e a sua propaganda nunca pareceram tão felizes. Acabaram-se, em suas cabeças, todos os problemas. Estamos brigando com Trump; somos heróis.

As punições a Bolsonaro, que no Brasil de hoje tem menos direitos que um tamanduá-bandeira, são um monumento ao desprezo da lei, à mesquinharia e à perversidade das ditaduras. Vem junto com a anulação do Congresso — a vontade de 383 deputados na derrubada do IOF foi extinta por 1 voto. A censura das redes sociais acaba de ser imposta pelo regime. O governo é uma ruína. Mas sempre teremos Trump.

revista oeste

07/07/2025

LULA QUER USAR O STF PARA FECHAR O CONGRESSO - POR J. R. GUZZO

Governo Lula quer usar o STF para fechar o Congresso

O governo Lula tem feito nestes dois últimos anos e meio um trabalho realmente notável para demonstrar que é possível, sim, cometer o erro perfeito. É mais ou menos como falam os meteorologistas quando precisam descrever uma daquelas tempestades em que tudo o que poderia acontecer de ruim com os elementos naturais acontece — e o resultado é a tormenta que chamam de “perfeita”, ou seja, pior não poderia ficar.

A última tempestade perfeita que o governo arrumou para si próprio, e que como sempre os brasileiros terão de pagar, é um golpe mal e porcamente planejado e ainda pior executado — o aumento do IOF. Conseguiram aí, mais uma vez, atingir um nível de tolerância zero com o acerto, como já tinha acontecido com a tentativa de “monitorar” o Pix e em geral acontece toda a vez que a “equipe econômica” resolve ter uma ideia.

O imenso tumulto que o governo Lula armou para aprovar o aumento do IOF, o que, aliás, não conseguiu até agora, é um case study em matéria de como não resolver um problema fiscal. Pense em alguma coisa errada que o governo poderia fazer; eles fizeram. Pense em alguma coisa certa, uma ao menos, que pudessem ter feito; eles não fizeram.

O governo quebrou o Brasil porque, muito simplesmente, gasta mais do que tem o direito de gastar — e, pior do que tudo, não gasta para melhorar nada, mas para enriquecer a máquina do Estado. Falta dinheiro no Tesouro Nacional não porque o governo esteja cobrando pouco imposto. Vai arrecadar mais de R$ 4 trilhões este ano. Tem feito um aumento de imposto a cada 40 dias. O brasileiro, hoje, tem de trabalhar cinco meses inteiros do ano só para pagar o Fisco.

Falta dinheiro porque o governo Lula executa hoje o maior programa de concentração de renda do mundo, transferindo o resultado da produção e do trabalho, cada vez mais, para os cofres do Estado. É, ao mesmo tempo, uma estratégia de perpetuação da pobreza. O dinheiro que está entrando não é “redistribuído” para os pobres, como diz a extrema esquerda; nunca é. Serve apenas para enriquecer o Estado e quem vive às suas custas.

Num país em que o salário médio da magistratura é de R$ 60 mil por mês, e em que a Força Aérea não tem dinheiro para encher o tanque de seus aviões, a única saída é cortar gasto — e o que há de gasto a ser cortado neste país não tem tamanho. Mas Lula aumenta o imposto. Perde por 383 a 98 a votação que bloqueia o aumento. Usa uma dúzia de deputados do Psol para anular a vontade desses 383. Põe a culpa de tudo nos “ricos”. Faz o pior discurso do ódio que há hoje na praça. Chama o STF para fechar, na prática, o Poder Legislativo. Aposta na violência. É a obsessão pelo erro.

03/07/2025

A DEMOCRACIA DO TAPETÃO - POR J. R. GUZZO

A democracia do tapetão

O Brasil vive hoje a maior mentira de sua história. Há uma mentira-em-chefe, ou a mãe de todas as mentiras: a de que está em vigor por aqui uma democracia, com liberdades públicas e direitos individuais, plena separação de poderes e um Estado que se subordina à vontade da maioria, expressa em eleições livres. Segue-se inevitavelmente uma corredeira de sub mentiras, todas derivadas da primeira. A mais agressiva delas sustenta que o Congresso virou um inimigo do povo.

O Congresso Nacional pode ser um dos piores do mundo, mas há em torno dele dois fatos indiscutíveis. O primeiro é que este Congresso é o único que o Brasil tem na vida real; não há um outro, mais qualificado, esperando no banco para entrar no jogo. O segundo é que o crime do qual se acusa os parlamentares é o próprio absurdo em termos: aprovaram uma lei que o governo Lula não quer. E daí? Não faz nexo impedir que cumpram o seu dever constitucional número um.

Não interessa se a lei é boa ou é ruim. Ela é perfeitamente legítima, e isso basta — se o governo, a extrema esquerda e os professores da USP não gostam, paciência. Deveriam, nesse caso, ter trabalhado mais e melhor no plenário para ganhar a votação, e não perder por prodigiosos 383 a 98. Como é possível mudar o resultado depois de uma surra dessas? É óbvio que o Congresso não quer o que governo está querendo — a única saída aí é tentar de novo, de outro jeito. Ponto final.

Como o governo Lula burla a democracia

Mas o governo Lula não quer tentar de novo, nem amanhã e nem nunca, porque sabe que vai perder outra vez. Querem aumentar o IOF, com a infame desculpa de que isso vai atingir só os “ricos”. Para começo de conversa, é falso. Não há imposto sobre a face da Terra que pegue “só os ricos”; se é imposto, pega todo mundo, pois é automaticamente repassado para baixo. Em segundo lugar, se querem taxar os ricos, deveriam buscar o dinheiro que estão querendo nos seus próprios cofres — não há ninguém mais rico neste país que o Estado.

O governo Lula quebrou o Brasil, por gastar de forma celerada, maliciosa e intencional, e na hora em que precisa de dinheiro não lhe passa pela cabeça cortar R$ 1 dos seus gastos. Só pensa naquilo — aumentar imposto, embora o Estado vá arrecadar R$ 4 trilhões em 2025. Não daria, por exemplo, para deixar de trazer uma ladra peruana com avião da FAB, ou conter os salários de paxá das castas supremas do funcionalismo? Não. Tem de aumentar o IOF. Tudo ou nada.
O Supremo como aliado

O “nada”, no mundo das realidades objetivas, é fechar o Congresso Nacional para todos os efeitos práticos. É o que o governo Lula está fazendo neste momento. O Congresso permanece aberto, para efeitos de cenário, fantasia e adereços. Pode, aliás, continuar gastando R$ 15 bilhões por ano e, sobretudo, pode continuar traficando “emendas” com o governo. Mas tem de fazer tudo o que Lula quer — senão, ele vai reclamar no STF e anular o que o Congresso aprovou.

“Se eu não for à ‘Suprema Corte’, eu não governo este país”, disse Lula a respeito do seu recurso à decisão do Congresso. Eis aí — é ele mesmo, e não a oposição, quem está dizendo isso. Quer dizer: ele já dá como certo que o STF decida em seu favor, sem a menor tentativa de disfarçar a fraude ora em andamento. A esquerda diz o mesmo: não dá para a gente ficar perdendo todas. Melhor assim, talvez. Pior seria fingir que o Congresso existe, porque não existe.
O inimigo do Congresso

E daí, se o governo “perde todas”? Que trate de construir suas vitórias no plenário — e não correr para a saia do STF, mendigando dos ministros os votos que não tem no Congresso. Há na praça, como consequência da ficção que é hoje a democracia brasileira, uma comédia em que o enredo narra uma “divergência” entre dois Poderes da República — e a “convocação” do STF como árbitro imparcial da disputa. “Que vença quem tiver a melhor razão jurídica”, alegam os comediantes. “Tenha dó”, diria Alexandre de Moraes.

É ele mesmo, o ministro Moraes, quem vai relatar o processo movido pelo governo. O que mais se poderia dizer? Moraes é o inimigo número 1 do Congresso Nacional dentro do Supremo. Com uma ou outra exceção, todo o STF, na verdade, acha que o Congresso é um estorvo para o regime. Não aprova as leis que os ministros querem. Aprova leis que não querem. É de direita. É um reflexo dos “213 milhões de pequenos tiranos” que formam o povo brasileiro. Quer a anistia. Não serve para o Brasil “recivilizado”.

30/06/2025

LULA E O PT ACHAM QUE CONGRESSO BOM É CONGRESSO QUE FAZ EXATAMENTE O QUE O GOVERNO QUER - J. R. GUZZO

Lula e o PT acham que Congresso bom é Congresso que faz exatamente o que o governo quer

É sempre a mesma gritaria, a cada vez que o Congresso Nacional aprova alguma coisa que o regime não quer, ou se recusa a fazer o que ele quer que seja feito. “Não dá para governar com um Congresso desses”, proclamam Lula, o PT, os intelectuais orgânicos e as facções da mídia que consideram o presente governo, de um jeito ou de outro, um “avanço civilizatório” para o Brasil.

Como a ideologia que só considera bandido bom o bandido que está morto, essa gente toda, no fundo, acha mesmo que Congresso bom é Congresso que faz exatamente o que o governo Lula quer. Não aprovou o aumento do IOF tal como o governo queria? Então é o pior, ou um dos piores, parlamentos que este país já teve — atrasado, reacionário, safado, pró-rico, anti-pobre. Fecha logo essa droga, então.

Não se iluda: é esse o sujeito oculto da frase-guia do regime. Se as decisões dos deputados e senadores não podem nunca contrariar o sistema Lula-STF, o que adianta então manter o Congresso aberto? Manda a AGU fazer as leis, ou algo assim, o STF aprova tudo e o Tesouro economiza os R$ 14 ou R$ 15 bilhões que gasta por ano com o legislativo nacional — mais de R$ 1 bi por mês.

O Congresso é ruim? Pode ser, mas onde está escrito que ele tem a obrigação de ser bom? E teria de ser bom de acordo com o critério de quem — da Executiva Nacional do PT? O país tem o Congresso que o eleitorado brasileiro quer que tenha, ou aceita ter. Isso que está aí é o espelho do povo e da sua vontade, nem mais e nem menos. Não gostam desse povo? É pena. Não dá para trocar pelo da Dinamarca.

“O governo, indignado, falou de decisão em favor dos ‘ricos’ — o que é falso, pois todo o imposto bate no pobre”

O aumento do IOF foi massacrado por uma votação de 383 a 98 na Câmara dos Deputados. Se isso não é uma manifestação da vontade mais óbvia da maioria da população, o que poderia ser? O governo, indignado, falou de decisão em favor dos “ricos” — o que é falso, pois todo o imposto bate no pobre. Mas não ocorreu a ninguém que a surra no placar pudesse refletir, quem sabe, o que o povo quer.
Povo, Congresso, Lula e STF

O governo já foi correndo para a saia do STF, na esperança, mais uma vez, de anular no tapetão um projeto aprovado de forma lícita na Câmara — um novo atestado de óbito para a democracia à beira do coma que está aí. Não é uma questão técnica. Ninguém ali está interessado na qualidade das decisões parlamentares — o que eles não admitem é um Congresso independente.

O STF acaba de impor a censura nas redes socais; como o Congresso não “fazia a lei”, os ministros “tiveram” de fazer. É falso. Havia a lei — mas o STF não gostava dela e aprovou uma a seu gosto. Pode não gostar agora da decisão sobre o IOF. Nesse caso, os votos dos 383 deputados que disseram “não” já estão no lixo.

02/06/2025

'TUDO DE ERRADO O GOVERNO LULA JÁ FEZ' - POR J. R. GUZZO

Pense em alguma coisa errada que um governo possa fazer, qualquer uma: o governo Lula já fez

O Brasil de hoje está numa fase — e que fase, aliás — em que as coisas mais simples se tornam charadas sem solução. Sabe-se há muito tempo, por exemplo, que se o sujeito perdeu o relógio no quintal e está procurando no jardim, uma coisa é certa: ele não vai achar o relógio. Estamos desse jeito. O Brasil deu obviamente errado, mas ninguém procura as soluções no lugar certo. Fica impossível achar.

Falam, falam e falam, tipo moto perpétuo, mas como poderiam achar a solução se não conseguem identificar o problema? Os atuais atores da vida pública passam o tempo todo olhando para o chão do jardim, que certamente está precisando de um trato, mas é no quintal que está o problema. Ele se chama Lula. O Brasil está doente, e o foco da infecção é ter um curandeiro na Presidência da República.

Pense em alguma coisa errada que um governo possa fazer, qualquer uma: o governo Lula já fez. Não aceita que as facções do crime organizado sejam classificadas como terroristas: fica a favor do PCC e do Comando Vermelho. Tenta trapacear um desavergonhado aumento do IOF no Congresso. Implora ao STF, sordidamente, a imposição da censura nas redes sociais. Está fechado com ditadores, gangsters e criminosos de guerra mundo afora.

A lista não acaba mais. O Brasil tem, após 22 anos de governo Lula e o curto intervalo das duas gestões anteriores, os piores níveis de ensino público, crimes violentos e corrupção do mundo. Nunca se destruiu tanto a Amazônia. O programa oficial de perpetuação da miséria mantém 52 milhões de pessoas na esmola do Bolsa Família. O país é um triplo zero em competência tecnológica, produtividade e condição de competir na economia mundial.

Exatamente ao mesmo tempo, o Brasil tem como presidente da República um condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, que se orgulha de ser semianalfabeto e diz coisas assim, como acaba de fazer: “Deus deixou o Nordeste sem água por 179 anos porque sabia que eu ia ser presidente e trazer água para o povo”. Precisa dizer mais alguma coisa? Estamos, aí, em nível de Idi Amin. Se o problema não é esse, qual seria?

É evidente que os autores físicos do naufrágio brasileiro são os altos parasitas que ocupam o governo de uma ponta à outra, na roupa de ministros, burocratas-mor e escroques de todas as naturezas. Mas eles só fazem o mal porque Lula os colocou e os mantém onde estão. É muito simples: sem Lula não existiria o governo Lula e sem o governo Lula não haveria a desgraça em tempo real que está aí.

O Estado vai arrecadar este ano R$ 4 trilhões em impostos — e qual é a última notícia que Lula nos dá? Que é pouco, já gastou tudo e quer mais.

23/05/2025

STF JAMAIS CONSEGUIRÁ PROVAR QUE HOUVE TENTATIVA DE GOLPE - POR J. R. GUZZO

STF jamais conseguirá provar que houve uma tentativa de golpe de Estado

Tornou-se um mandamento religioso, daqueles que não podem ser discutidos em nenhuma circunstância, acreditar que houve uma tentativa de “golpe armado” no Brasil, entre novembro de 2022 e janeiro de 2023. Na verdade, trata-se de um “combo”. Inclui, com a proposição original, as crenças de que o golpe foi orientado por Jair Bolsonaro, que a polícia e a PGR reuniram provas “robustas” contra os acusados e que eles estão recebendo o benefício de um julgamento imparcial, técnico e rigorosamente subordinado ao que está na lei.

O problema insanável disso tudo é que o enredo oficial não tem nada a ver com a vida real – trata-se de uma questão estritamente de fé. É vetada a apresentação de fatos, ou o exame de realidades materiais. Só existe a obrigação de acreditar, como o Corão exige que um muçulmano acredite que Alá é o único Deus e que Maomé é o seu profeta. Quem duvidar, fizer perguntas ou recorrer a lógica fica automaticamente fichado como infiel. No caso do “golpe”, por decisão unânime do STF, do governo Lula e da maior parte dos jornalistas, torna-se de imediato um golpista, extremista de direita e até mesmo bolsonarista.


Estamos de volta à escuridão dos Processos de Moscou, das fogueiras da Inquisição e das ‘Provas de Deus’, em que o acusado tinha de provar a sua inocência – com o aperfeiçoamento de que na farsa de Brasília os réus provam que não fizeram nada, e os juízes mandam que calem a boca

Nada mais natural, portanto, que muito pouca gente se anime a levantar a questão essencial: “Se há crime, onde estão as provas?”. Por “provas”, aqui entenda-se provas de verdade, tais como seriam levadas a sério num tribunal de Justiça de qualquer país civilizado do mundo. É algo que não tem nada a ver com o patético amontoado de suposições, fantasias e disparates que compõe as 900 páginas do relatório de acusação da Polícia Federal e a sua aceitação passiva, com casca e tudo, pela PGR.

Se não há provas do suposto golpe – e ninguém até agora, após anos dois anos inteiros de investigação e dezenas de milhões investidos na busca de culpados, apresentou uma única prova objetiva de nada – também não há julgamento. O que há é um embuste no qual os réus já estão condenados antes da sentença e não existe, na prática, o direito de defesa. O que há é uma mentirada em que as razões dos advogados não são jamais levadas em conta, seja lá quais forem, os juízes antecipam que os réus são culpados e a mídia mostra como se fosse um julgamento genuíno.

Nada será suficiente para relatar a real extensão dessa infâmia – nossa versão jurídica do clássico heart of darkness descrito no romance de Conrad. Estamos em pleno coração da treva, e a cada dia de julgamento fica mais óbvio, perante o mundo inteiro, que o STF enterrou o Brasil na barbárie legal. Estamos de volta à escuridão dos Processos de Moscou, das fogueiras da Inquisição e das “Provas de Deus”, em que o acusado tinha de provar a sua inocência – com o aperfeiçoamento de que na farsa de Brasília os réus provam que não fizeram nada, e os juízes mandam que calem a boca.

Os crentes do consórcio STF-Lula ficam horrorizados quando, em meio ao silêncio geral, ouvem observações como essa. Quer dizer, perguntam-se indignados, que as “provas” reunidas pela polícia não são suficientes? Por acaso estão duvidando da PF, ou achando que alguém ali seria capaz de mentir? Alguém consegue imaginar que um ministro do STF possa ter uma conduta parcial? A resposta a tudo isso é “não”. Não, não é assim – é muito pior, em cada pergunta. Para resumir a ópera: o regime, pelo que está patente nos autos, jamais conseguirá provar com um mínimo de racionalidade que houve uma tentativa de golpe de Estado – e muito menos que os que estão sendo acusados têm alguma coisa a ver com ele. Não há solução para isso.

12/05/2025

O DESAFIO DO NOVO PAPA - POR J. R. GUZZO

O desafio do novo papa é lidar com a evasão de fiéis

A Igreja tem um novo papa, e todos os especialistas, compreensivelmente, fazem os seus melhores esforços para explicar que tipo de mudança isso pode trazer — ou se haverá mesmo, no fim, alguma mudança. De novo, o que sai desses labores interpretativos é uma fotografia desfocada.

O papa tem muita importância, é claro, ainda mais sendo ele um norte-americano, coisa que ocorre pela primeira vez em 2000 anos de história da Igreja. Mas o que interessa, mesmo, não é bem o que vai acontecer no Vaticano, e sim o que está acontecendo com os católicos.

Igreja, para ser alguma coisa, tem de ter fiéis — e a Igreja Católica, há anos, vive um problema evidente de evasão. Não temos a evasão escolar, a evasão fiscal e outras evasões disso e daquilo? Pois então: a Igreja sofre com a evasão constante de público, e as trocas de papa não têm alterado em nada essa tendência.

Da mesma forma, as sucessivas promoções e remoções de cardeais, bispos e arcebispos não têm levado mais gente para a missa. Os clérigos mudam, falam e dão ordens. Mas estariam os fiéis interessados no que estão ouvindo?

A eleição de Leão XIV para o trono de São Pedro parece ter passado ao largo dessa questão, como ocorreu com os seus antecessores no posto. O novo papa será de direita, de esquerda ou nem de uma e nem de outra? Ele é norte-americano — mas é norte-americano tipo Trump ou anti-Trump?? Leão XIV é naturalizado peruano. Seria, então, mais um papa do Terceiro Mundo? O que ele acha do casamento gay, de deixar as mulheres serem padre e da “mudança climática”? É a favor da imigração ilegal? É contra a pedofilia ou passa pano?

O que esperar do novo papa

Só não se quis saber de Leão XIV uma coisa: o que ele realmente acha de religião. Mas é aí, justo aí, que está o nó de marinheiro da Igreja Católica hoje em dia. Cada vez mais gente vai deixando de olhar para ela como um lugar de encontro para o ser humano tratar de questões espirituais — em vez disso, é cada vez mais uma organização política. Espera-se do catolicismo cada vez menos comunhão, batismo e ora-pro-nóbis. Espera-se cada vez mais que o padre diga em quem você deve votar, como deve se comportar e o que tem de pensar.

Mas seria isso, realmente, que os fiéis estão esperando do catolicismo? É o que a grande hierarquia da Igreja tem de resolver daqui para frente — como já precisaria ter resolvido e ainda não resolveu. O católico quer instruções políticas ou cuidados para sua alma? Quer orientação espiritual ou um sindicato dos bispos? Quer tratar do seu senso moral ou ouvir discurso do vigário com bandeirinha da Palestina? O muçulmano está em harmonia com a sua religião. O evangélico também. O católico não está.

05/05/2025

ROUBO DOS APOSENTADOS ILUSTRA MORTE CEREBRAL DO GOVERNO LULA - POR J. R. GUZZO

Paralisia diante do roubo de R$ 6 bi dos aposentados ilustra morte cerebral do governo Lula

A maior parte das pessoas de bom senso sabia que Lula iria fazer um governo horrível nesta sua terceira passagem pela presidência da República. Mas nem todos tinham ideia de que seria tão horrível como está sendo. Esqueçam a inépcia sistêmica do governo para tomar uma única decisão certa, a estupidez-raiz de todas as suas ideias e até mesmo a roubalheira psicótica que está aí. Isso já estava contratado desde que o TSE anunciou que Lula tinha ganho a eleição de 2022.

O que choca, a essa altura, é a morte cerebral do governo — não tem mais a capacidade de reagir a nenhum estímulo, e tornou-se um cadáver depositado na UTI à espera de que desliguem os aparelhos. Nada ilustra tão bem essa situação quanto a paralisia de Lula e seu estado-maior diante do que pode estar sendo o pior crime cometido até agora no governo, ou o mais perverso: o roubo, já na altura dos R$ 6 bi, do dinheiro dos aposentados do INSS, através de descontos ilegais em seus pagamentos.

Por qual razão o ministro da Previdência Social não foi demitido logo que se anunciou a calamidade — mesmo depois que ele próprio admitiu ter conhecimento do trem fantasma que corria no INSS? Ou: o que mais ele precisaria fazer para ser posto na rua? Tudo o que Lula fez, em sua primeira reação, foi nomear um outro diretor para o INSS — e anunciar, via seus serviços de propaganda, que era ele, e não o ministro, que tinha escolhido o substituto. Machão, não é?

É o disparate em cima do disparate. Se o ministro da Previdência Social está proibido de nomear o chefe do INSS, que é a essência de toda a ideia de “previdência social”, o que ele teria a fazer no seu cargo? Esse ministério, por sinal, nem existia; só existia o INSS, e ninguém jamais sentiu a mínima falta de um ministro em cima dele. Lula inventou o raio do Ministério da Previdência Social para cuidar do raio do INSS, mas agora diz que o ministro que nomeou não pode nem encostar a mão ali.

É, cada vez mais, um governo em estado de catalepsia. Aconteceu um terremoto — mas Lula e os seus 40 ministros ficam olhando para a ruína como se o problema fosse do governo da Transilvânia. O próprio irmão do presidente da República, em pessoa, está metido nessa traficância; o seu sindicato levou 550% a mais do que levava, cinco anos atrás, do dinheiro roubado dos aposentados. Tudo bem aí?

A única desculpa do governo é que a ladroagem vinha do passado. Tipo assim: “Roubei um carro, mas vivem roubando carro por aí. A culpa é de quem roubou antes”. Sobra, enfim, o ministro criogenizado. O homem não é fácil — já conseguiu ser demitido por corrupção no governo Dilma, em 2011. É a cara do governo Lula.

14/04/2025

O FARSANTE JUIZ LORD WICKFIELD DEVE SER MELHOR QUE OS MINISTROS DO STF - POR J. R. DURAN

O farsante juiz Lord Wickfield deve ser melhor que os ministros do STF

De infâmia em infâmia, o sistema judicial brasileiro construiu nos últimos anos o que a violação serial, sistêmica e mal-intencionada da lei sempre acaba construindo nos regimes totalitários: a cessação dos serviços de fornecimento de justiça por parte do Estado. Mas o Brasil, sendo o Bananistão que geralmente é, foi além disso. Não só privatizou o Poder Judiciário em favor dos magistrados e suas facções políticas. Reinventou-se como uma palhaçada geral.

Nada poderia atestar de forma tão óbvia a comédia a que foi reduzido o Judiciário brasileiro do que a prodigiosa história do juiz de São Paulo que passou no concurso público para a magistratura, deu sentenças durante 30 anos e se aposentou no cargo (salários de fevereiro último: R$ 166 mil) usando, o tempo todo, um nome falso. Na Justiça paulista ele sempre foi o doutor Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, e é nesse nome que estão registrados os milhares de despachos que deu. Na vida real é apenas o José dos Reis, de Águas da Prata.

Agora, com a descoberta da fraude, Lord Wickfield sai dos sagrados anais da Justiça paulista. Em seu lugar, entra o doutor Zé. Sinceramente: dá para levar a sério um sistema que, além das “audiências de custódia”, do flagrante perpétuo do ministro Moraes e da “saidinha” para criminosos, faz o papel de palhaço para um juiz? Nada menos que um juiz, que falsifica o seu próprio nome durante 30 anos — e só foi pego por um descuido que ele mesmo praticou junto aos serviços policiais de identificação?

Por que o juiz que não existe é melhor que os ministros do STF

O pior são as perguntas que se poderia fazer em seguida. Tudo bem. O doutor Zé não pode assinar sentenças com o nome de doutor Wickfield. Mas, num plano ideológico-inclusivo, digamos, porque raios ele não teria o direito de se identificar com um barão inglês — se tantos cidadãos que se chamam Sebastião, por exemplo, têm o direito de se identificarem como Jéssica? O próprio STF, aliás, parece decidido a discutir seriamente se as palavras “pai” e “mãe” devem ou não continuar a aparecer nas certidões de nascimento. A Unicamp acaba de criar cotas para quem se identifica como transgênero.

Mais que tudo, a realidade mostra que o juiz em questão, goste-se ou não dele, foi aprovado limpamente no concurso para a carreira — enquanto o ministro Dias Toffoli levou pau duas vezes seguidas e está no Supremo há 16 anos. Não perdoou multas de R$ 20 bilhões de empresários corruptos, nem anulou suas confissões de culpa. Não condenou a 14 anos de prisão a “cabeleireira golpista” do batom. Sua mulher não defendeu causas julgadas por ele. Talvez o juiz que não existe seja melhor do que os juízes que existem.

31/03/2025

MORAES CONTAMINA O BRASIL COM A BANALIDADE DO MAL - POR J. R. GUZZO

Moraes contamina o Brasil com a banalidade do mal

O ministro Alexandre de Moraes está contaminando o Brasil com uma doença secreta, contagiosa e perversa — a banalidade do mal. É o processo de falência generalizada dos órgãos que regulam a moral humana, e que acaba levando as pessoas a aceitarem passivamente, como um fato normal da vida, crimes cometidos coletivamente, nas alturas às quais só têm acesso as autoridades públicas.

O cidadão comum que é pai de família, cumpridor dos seus deveres e temente a Deus jamais concordaria com atos de malignidade visceral, pois sabe distinguir o certo do errado. Mas quando esse tipo de selvageria é praticado pelos que operam as instituições, o homem de bem baixa a cabeça; se eles fazem, deve estar certo.

“Teria o Brasil, realmente, entrado nesse transtorno patológico, e seria o ministro Moraes, mesmo, o patógeno central dessa praga? Sim e sim” (J. R. Guzzo)

O cenário clássico da banalidade do mal é a Alemanha nazista, onde tantos alemães de comportamento pessoal impecável, honestos, bem-educados e incapazes de violar a lei silenciaram diante dos campos de concentração e dos fornos crematórios para judeus. Jamais, como indivíduos, cometeriam essas atrocidades. Mas coletivamente aceitaram a selvageria. Recusaram-se a fazer perguntas. Ao fim tornaram-se cúmplices dos carrascos e dos seus crimes. O inaceitável passou a ser aceito. A maldade ficou banal.

Teria o Brasil, realmente, entrado nesse transtorno patológico, e seria o ministro Moraes, mesmo, o patógeno central dessa praga? Sim e sim. A violência física e a quantidade de crimes do regime nazista, sem dúvida, foram infinitamente maiores. Mas e daí? Não há uma “dosimetria” para a infâmia; a abjeção não se torna menor porque foi praticada apenas até aqui, e não até ali — da mesma forma que a tortura não se torna mais aceitável porque ficou só no choque-elétrico. Para o regime STF-Lula, na verdade, é melhor nem mexer com comparações.

A ditadura militar de 1964, por exemplo, praticou ativamente o mal — mas nunca, em nenhum momento, achou que deveria se vangloriar de seus crimes em praça pública. No Brasil de hoje, ao contrário, Moraes se exibe como um marechal-de-campo na guerra contra a “extrema direita” e a favor da “democracia”. Orgulha-se, por exemplo, do que está fazendo com a cabelereira Debora Rodrigues dos Santos, a quem condenou a 14 anos de cadeia por pichar com seu batom uma estátua da Justiça em Brasília, na baderna do 8 de janeiro.

Não se conhece nenhum ato de crueldade equivalente a esse na História do Judiciário no Brasil. Ainda que Debora tenha sido beneficiada com a prisão domiciliar, é especialmente patético que alguém seja punido com a pena que lhe foi dada, pelo que ela fez. É a tara que se torna normal.

03/03/2025

É FALSO QUE MORAES É VÍTIMA DOS EUA - POR J. R. GUZZO

É falso que Moraes é vítima dos EUA

Há uma falsificação fundamental nas dissertações que nos são apresentadas em torno dos infortúnios do ministro Alexandre de Moraes na Justiça norte-americana. A ideia geral, sustentada com indignação pelo governo, os comunicadores e a classe que reúne os “especialistas”, é que o ministro está sendo vítima de um ataque à soberania nacional. Os fatos mostram uma realidade que não tem nada a ver com a versão oficial. Em matéria de Alexandre de Moraes, a única vítima até hoje tem sido o Brasil — devastado, cada vez mais, por sua ação destrutiva contra a lei, os direitos individuais e a ordem pública.

Aqui se faz, aqui se paga — ou, pelo menos, há a possibilidade de se pagar, em sociedades que são governadas por leis, e não por delegacias de polícia política. Moraes fez. Na verdade, fez o diabo, e na cara de todo o mundo. Agora está na hora de pagar. Não vai pagar aqui, porque aqui ele e o STF, que há pelo menos seis anos funciona para atender a suas exigências, destruíram o ordenamento legal. Mas pode pagar nos Estados Unidos, uma democracia onde a lei ainda é cumprida e os condenados ainda são punidos.

A soberania do Brasil não tem nada a ver com a conduta individual de Moraes. Por que haveria de ter? Há um vasto número de brasileiros, embora nenhum magnata do regime Lula-STF, condenados no estrangeiro por delinquência contra as leis locais. Ninguém acha, quando são castigados, que o país que aplica a sentença está agredindo a soberania brasileira, ou interferindo em nossos assuntos internos. Não tem de ser diferente com Moraes. Ele é acusado de violar as leis norte-americanas. Problema dele — e não do Brasil.
Os direitos de Alexandre de Moraes

O ministro terá nos Estados Unidos o que ele nega aos brasileiros perseguidos em seus inquéritos: o pleno direito de defesa, a proteção do processo legal e a segurança jurídica de que a lei será cumprida como ela é, e não de acordo com a vontade ou os interesses do juiz. Se a acusação provar na Justiça que Moraes violou a lei norte-americana, ele será condenado e receberá sentença. Se as acusações não forem comprovadas, ele será absolvido. É assim que as coisas funcionam lá.

Estão invertendo as faltas neste jogo. Moraes não está sendo perseguido por ninguém; é ele quem persegue os outros e, pior, persegue sem provas, sem culpa e sem respeitar o que diz a lei. “Não é possível dois ‘cidadões’ atacarem a soberania deste país”, disse o presidente Lula, em sua contribuição para os debates — junto com a mediocridade rasa das notas do Itamaraty. É o oposto. Estão chocados com o encaminhamento na Câmara de Representantes de um PL que proibiria Moraes de entrar nos Estados Unidos. É a soberania norte-americana, certo?

20/02/2025

'O ESTADO BRASILEIRO NÃO PROVOU OS CRIMES QUE ATRIBUI A BOLSONARO' - POR J. R. GUZZO

O Estado brasileiro não provou os crimes que atribui a Bolsonaro

A questão Bolsonaro, o problema mais intratável da vida pública brasileira nos últimos 40 anos, cumpriu mais um estágio da encenação prevista para se dizer, num momento qualquer do futuro, que ela foi resolvida. Foi a vez, agora, de a PGR fazer a sua entrada no palco: fez a sua denúncia formal contra os crimes de que acusa o ex-presidente e que, somados na tela da calculadora, o levariam a ficar na cadeia até o ano de 2.068.

A denúncia da PGR pode ser tudo, menos uma surpresa. Repete, apenas, o que o inquérito da Polícia Federal já havia apresentado, sem a demonstração de maiores esforços para melhorar um pouco a qualidade do que enfiaram lá. O ato seguinte será o recebimento da denúncia por um grupo de cinco inimigos declarados do futuro réu; a surpresa da decisão, aí, cairá para o nível zero elevado a potência zero. O STF, como a PF e a PGR antes dele, já declarou Bolsonaro culpado, várias vezes, em entrevistas à imprensa.

O relatório da PF não foi um inquérito policial — é uma espécie de debate de centro acadêmico dirigido pelo Psol, com o objetivo explícito de dizer que Bolsonaro deve ter cometido um monte de crimes de lesa-pátria, ou quis cometer, ou pensou em cometer. Seria posto para fora de qualquer parquet de país civilizado, no ato. A denúncia da PGR não foi uma acusação judicial na forma da lei. Foi um discurso político, que qualquer juiz de Direito decente mandaria arquivar. A decisão do STF caminha para o mesmo ponto de chegada.
Querem tirar Bolsonaro das eleições

O erro fatal do inquérito da PF, da denúncia da PGR e da provável sentença da Primeira Turma do STF é desesperadamente simples, e por isso mesmo coloca os acusadores em crise de nervos: não há nenhuma prova material, com um mínimo de seriedade, de que Bolsonaro praticou os crimes de que é acusado. Pode ter feito até coisa muito pior, só Deus sabe, mas pelo que a PF e a PGR souberam até agora não é possível provar nada, e crime sem prova não é crime nenhum.

O regime em vigor no Brasil está tentando resolver um problema político sério, real e complicado com a malversação da lei. O resultado é que vão desrespeitar a lei, com toda certeza, mas podem continuar com o problema — até pior do que ele já é. O fato é que o Estado brasileiro não provou, ou não quis provar, os crimes que atribui a Bolsonaro. Qual a surpresa, num país onde dois terços dos homicídios não são esclarecidos, desembargadores vendem sentenças e a magistratura virou um instrumento para as pessoas ficarem ricas?

O Poder Judiciário brasileiro, com o STF à frente, está hoje mais desmoralizado do que jamais foi em toda a sua história. Não poderia haver hora pior do que agora para fazer cara de “corte suprema” e sair por aí distribuindo condenações — não quando deixa livre um ex-governador condenado a 400 anos de cadeia por corrupção passiva, e outros prodígios como esse. Só há uma maneira real de resolver a questão, de uma vez por todas: fazer eleições efetivamente limpas e derrotar Bolsonaro no voto popular. É tudo que não querem fazer.

17/02/2025

A ESQUERDA EM CRISE DE NERVOS - POR J. R. GUZZO

A esquerda em crise de nervos

Preparem-se para conviver pelos próximos quatro anos, pelo menos, com um ódio novo em folha, inegociável e urgente — o ódio a Donald Trump, a Elon Musk, e a tudo o que os dois pensam, dizem e fazem na vida. Saem os ódios a Bolsonaro, à direita e à anistia — ou melhor, esses continuam para a eternidade, mas entra o ódio da hora, contra o novo presidente dos Estados Unidos e um dos homens-chave, até agora, do seu governo. Você já sabe quem está odiando: o consórcio Lula-STF, a mídia em geral e o intelectual brasileiro padrão. Seu problema com Trump e Musk não tem solução aparente na experiência histórica.

Ambos assustam à esquerda mais do que qualquer outra coisa, talvez, que ela já tenha conhecido. Desta vez, o que tira todos eles do sério é algo que vai muito além da sua antipatia mecânica por qualquer coisa diferente do que está predeterminado nas regras do seu Alcorão. O que perturba todos eles, agora, são os atos concretos que provavelmente vão resultar, ou já estão resultando, das decisões de Trump e de Musk. Não se trata mais da neurastenia-padrão de comentarista da Globo diante da direita. É pânico com a percepção de que pode acontecer de fato o que prometem — e, pior ainda, de que ambos podem estar certos.

Não há nada que desperte tanto ódio no regime brasileiro, hoje, do que ver os Estados Unidos fazendo exatamente o contrário do que fazem aqui — e que isso vai deixar cada vez mais claro quem está fazendo o certo e quem está fazendo o errado. É o eterno problema do bom exemplo. Você tem de negar que o exemplo seja bom, se a última coisa que quer na vida é se comportar direito. O que a junta Lula-STF realmente quer, e a mídia fica automaticamente querendo junto com ela, é o mau exemplo. Quer muita ditadura, muito imposto e muito crime — quer miséria, Bolsa Família e gente na sua dependência. É só isso.

Trump e Musk podem deixar óbvio, como são óbvios os preços ridículos da picanha, do café e de quase tudo que está hoje numa prateleira de supermercado, que a razão está com eles — se o assunto é como se deve governar um país. Não é coisa do mundo das ideias, e sim do mundo dos fatos: o que começam a fazer, na maioria das vezes, tem toda a chance de dar objetivamente certo, enquanto tudo o que o governo Lula faz dá errado. Vai ser uma comparação cada vez pior. Os Estados Unidos vão mostrar que sabem defender os seus interesses, a lei e a lógica. Lula vai continuar dizendo que a culpa da inflação é do povo.

O que o brasileiro vai ver daqui para a frente — nas redes sociais e em publicações independentes, como a Revista Oeste? Vai ver de um lado um governo que enfim reage às agressões de seus inimigos, protege a sua economia com as mesmas tarifas de importação utilizadas por outros países e não reconhece, legalmente, que homens possam ficar grávidos e parir bebês. De outro lado vai ver um governo que soca imposto nas “bruzinhas”, que vive em lua de mel com juízes e desembargadores que vendem sentenças (até a prazo) e com um condenado por corrupção passiva na Presidência da República.

Que tal, só para começar? Dá para ficar escrevendo aqui até o fim da vida sobre as possíveis comparações entre o governo de Trump e o governo de Lula. Lá o governo, a cada meia hora, está baixando medidas concretas e matadoras para acabar ou reduzir ao máximo a roubalheira na administração pública — coisas que qualquer cidadão racional já teria feito há anos, como cortar doações para ONGs ladras e que agem contra os interesses nacionais. Aqui o governo solta dinheiro para ONGs petistas que roubam marmitas. Lá o governo expulsa do país condenados pelo crime de imigração ilegal. Aqui o governo propõe “desencarcerar” os bandidos. Lá é Trump. Aqui é Lula.

Quem você acha que está se dando melhor em matéria de governo: o americano ou o brasileiro? A história pode ficar por aí, e tanto a esquerda como a imprensa julgada profissional (por ela mesma, pelo Psol e pelo ministro Alexandre de Moraes) sabem muito bem disso. É por essa razão que você não vai ler no jornal, ver na televisão ou ouvir no rádio nada que o informe, de fato, sobre a nova realidade americana. Dizer a verdade vai deixar cada vez mais óbvia a patética diferença entre um governo que entrega o que prometeu para o eleitorado e um governo que não suporta o povo do seu próprio país.

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10/02/2025

BANCARROTA MORAL - POR J. R. GUZZO

Bancarrota moral

Pense durante alguns minutos nos fatos objetivos, documentados nos registros oficiais e materialmente comprovados que serão descritos em seguida. Decida, depois, se isso faz algum sentido lógico para você — sobretudo do ponto de vista moral. De um lado, há no Brasil, vivendo nas alturas mais confortáveis da sociedade, pessoas que cometeram os crimes de homicídio, assalto a banco, roubo à mão armada, sequestro de pessoas e explosão de bombas. De outro, estão na cadeia, cumprindo penas de até 17 anos, pessoas que tomaram parte num quebra-quebra em Brasília.

O primeiro grupo recebeu anistia plena do Estado brasileiro; até hoje seus integrantes são tratados como mártires. O segundo grupo, pelos critérios da democracia tal como ela é praticada no Brasil do presente, não pode receber anistia nunca. Tanto os primeiros como os segundos praticaram crimes políticos — e, portando, passíveis de anistia. A diferença é que os anistiados, que praticaram crimes de sangue e penalmente considerados hediondos, como o sequestro, são de esquerda. Os “sem anistia”, acusados de um golpe armado que não tinha armas, não tinha apoio do Exército e não tinha meios objetivos para derrubar a diretoria de um grupo escolar, são de direita.

Os brasileiros que receberam anistia queriam derrubar a ditadura militar, através da “luta armada”, para impor a sua própria ditadura no país. Os brasileiros que não podem receber anistia, de acordo com as exigências do regime em vigor, não foram além de uma baderna. Têm de ser punidos, obviamente, porque cometeram crimes de vandalismo. Mas ficar 17 anos na prisão por isso, enquanto homicidas e assaltantes de banco são anistiados — uma assaltante, aliás, tornou-se presidente da República — significa que há dois tipos de cidadão no Brasil.

É possível que o Brasil tenha um encontro marcado, no futuro, com as infâmias do seu presente. Se tiver, a jihad que hoje grita “sem anistia” ficará registrada como um dos piores momentos de treva, de insulto à razão e de crueldade gratuita da história política do país. Uma nação em que a grande causa do governo, dos tribunais e das elites é o combate à anistia está em situação de bancarrota moral — sobretudo quando os que foram perdoados por crimes de morte não perdoam os que pintaram uma estátua com batom.

O poeta Eugeni Yevtushenko, num dos seus melhores momentos, escreveu que quando a verdade é substituída pelo silêncio, o silêncio torna-se uma mentira. O Brasil de hoje ficou assim — por força da ilegalidade militante do regime, do culto à repressão policial e da criminalidade oficial. Para o cidadão decente, calar-se não é uma opção.

03/02/2025

STF DEVOLVE O BRASIL PARA A IDADE DA PEDRA LASCADA - POR J. R. GUZZO

STF devolve o Brasil para a idade da pedra lascada

O Brasil se transformou ao longo dos últimos anos num país sem lei. Há todo um imenso fingimento, como nunca houve antes nos porões mais escuros da hipocrisia nacional, para fazer de conta que não é assim — a religião oficial, ao contrário, exige que o cidadão acredite que estamos em plena democracia. Mas é exatamente assim. O Brasil tem lei para algumas coisas e, com certeza, não tem lei para outras. Se tem e não tem ao mesmo tempo, ou se tem para uns e não tem para outros, então não tem lei nenhuma.

O responsável direto por essa descida da ordem jurídica brasileira à idade da pedra lascada é o Supremo Tribunal Federal (STF). Tem, para isso, parceria fechada com o governo Lula e com as gangues partidárias que mandam no Congresso Nacional, mas a atuação “delitiva”, como eles gostam de dizer no seu léxico pedante, provinciano e geralmente boçal, é do STF. A natureza do chicote, como diz Machado de Assis, depende de quem segura o cabo. No Brasil de hoje, é o STF — e, aí, todo mundo se coloca na obrigação de fingir que os ministros usam a chibata para salvar a democracia nacional. Chicotada da Justiça não se discute, certo? Se leva. É onde estamos.

Moraes criou uma delegacia de polícia no STF

O ministro Alexandre de Moraes, por exemplo, está provando mais uma vez que a lei não existe no Brasil. Mas ele faz isso o tempo todo, não faz? Qual é o problema, agora? O problema é que a repetição serial e intransigente de atos ilegais não os torna legais — por decurso de prazo, digamos, ou por alguma modalidade de jurisprudência reversa. A delegacia de polícia montada por ele no STF, e o seu inquérito perpétuo, secreto e universal contra inimigos políticos do regime, são um câncer legal — e não há câncer que melhore com o passar do tempo.

O ministro, em sua última produção como Exterminador-Geral das Leis e dos Direitos Civis no Brasil, e sob o mais absoluto silêncio das classes culturais civilizadas, proibiu que as redes publiquem postagens da revista digital Timeline, editada pelo jornalista Luís Ernesto Lacombe e pelo asilado político Allan dos Santos, que desde 2021 exilou-se nos Estados para não ser preso por Moraes. Tanto faz o que se ache ou não se ache de um e do outro. O fato é que a decisão é um monumento à ilegalidade.

Os atingidos não foram informados de qual ilícito são acusados. Não foram intimados legalmente. Foram punidos com a exclusão do perfil sem a observação de qualquer processo legal, sem direito de defesa e sem sentença judicial. Ou seja: foram punidos direta e mecanicamente, sem julgamento. Não há nenhuma democracia séria no mundo que admita uma coisa dessas. O silêncio, aqui, não é uma opção. É uma forma de mentira.

20/01/2025

A ÚNICA FAKE NEWS NA HISTÓRIA DO PIX FOI PRODUZIDA PELO PRÓPRIO GOVERNO LULA - J. R. GUZZO

A única fake news na história do Pix foi produzida pelo próprio governo Lula

O governo Lula pede ao público pagante que acredite na seguinte história que está contando — ou que tentou contar. A Receita Federal soltou uma ordem exigindo informações sobre o uso do seu Pix, mas nunca, em tempo algum, teve nenhuma intenção de cobrar um real a mais no imposto de renda que você paga. Foi tudo uma fake news da extrema direita para sabotar a ordem econômica.

Alguém já viu a Receita soltar uma portaria, uma única que fosse, para cobrar menos imposto? Alguém já viu o presidente Lula contar uma mentira, também uma única que fosse, ou dizer uma coisa e fazer outra? Ou seja: por que o medo?

Diante da vida pregressa que o governo tem em matéria de mentira e de verdade, já seria um milagre que a população acreditasse nas negativas coléricas sobre a cobrança de mais imposto. “Toca a Polícia Federal em cima deles”, exigiam as autoridades. “Chama a PGR. Chama a AGU. Chama o Xandão”. Vai daí o próprio governo, em pânico diante da reação indignada do público, anulou a portaria que tinha acabado de soltar. Mas se a revolta que explodiu nas redes sociais era fruto de fake news, e a decisão não tinha nada de errado, porque raios a portaria foi revogada?

É, mais uma vez, o governo sendo pego em flagrante delito — e recuando quando é descoberto. Ficaram todos revoltados com as redes, mas o problema não tem absolutamente nada a ver com redes, “discurso do ódio” e outras criações do seu estoque de mulas-sem-cabeça. Tem a ver unicamente com a morte e o enterro de qualquer credibilidade que o poder público possa ter no Brasil de hoje. Ninguém acredita mais em Lula, Janja, Haddad etc., nem leva a sério nada que venha do governo — é esse o drama.

Lula já disse que a picanha estava, sim, caindo de preço, que não haveria impostos nas “blusinhas” e que “ninguém” tem mais “responsabilidade fiscal” do que ele. Já prometeu arroz do governo a preço de liquidação. Já anunciou que “agora” chegou o momento da “colheita” — como assim, se não plantou nada? A questão, a essa altura, se reduz a uma pergunta só: qual a razão objetiva para uma pessoa normal acreditar em qualquer coisa que presidente diga, ou que o governo anuncie?

A única fake news legítima nessa história do Pix, na verdade, foi produzida pelo próprio governo, com a gritaria histérica contra as redes. É como se fossem elas, e não a máquina estatal, que tivessem escrito a ordem idiota — tão idiota que eles mesmos tiveram de revogar. Pior que o soneto parece ser a emenda. O nível desesperadamente baixo da linguagem do novo Ministério da Comunicação em sua tentativa de reagir ao desastre só mostra que eles continuam sem entender nada.