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12/12/2025

E AGORA XANDÃO? A IMORALIDADE TOMA CONTA DA SUPREMA CORTE

CPMI estoura sigilo de Vorcaro e acha contatos da família Moraes

A CPMI do INSS começou a receber os dados sigilosos do empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master e alvo da Operação Compliance Zero da Polícia Federal. E a primeira bomba já apareceu: entre os contatos do empresário estão números atribuídos ao ministro do STF Alexandre de Moraes e à esposa dele, a advogada Viviane Barci de Moraes.

Viviane, inclusive, já tinha sido revelada pela imprensa como contratada pelo Banco Master por um valor milionário: R$ 3,6 milhões por mês, totalizando R$ 129 milhões.

O contrato previa atuação em defesa dos interesses do banco junto a órgãos federais como Banco Central, Receita Federal e Congresso — algo que agora ganha novo peso com a descoberta dos contatos diretos.

A lista de números fornecida à CPMI inclui tanto o ministro quanto Viviane, reforçando o alcance político e institucional da rede de relacionamentos de Vorcaro. A comissão deve avançar nos próximos dias para entender o motivo dessas ligações e se houve interferência no escândalo investigado.

06/12/2025

CPMI DO INSS: 'ARMAÇÕES ILIMITADAS'

Advogada Danyelle Galvão, namorada de Zé Dirceu, assume defesa de Careca do INSS

A advogada Danyelle Galvão, namorada do ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu (PT), assumiu a defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Ela passou a representar o operador no fim de outubro, logo depois da audiência dele na CPMI do INSS, realizada em setembro, segundo informações do Poder 360.

Danyelle também é juíza substituta do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), cargo para o qual foi nomeada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar da proximidade, ela e Dirceu evitam demonstrações públicas de afeto. O relacionamento entre a advogada e Dirceu começou há pouco mais de 1 ano. Em março de 2024, ela esteve discreta na festa de aniversário do petista.

A troca de defesa ocorreu depois de um momento de tensão no colegiado. O então advogado de Careca, Cleber Lopes, bateu boca com o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), durante o depoimento. O desgaste foi considerado a gota d’água. Danyelle assumiu o caso na sequência.

O Careca do INSS está preso desde 12 de setembro de 2025. As investigações indicam ligação dele e possivelmente de Lulinha com a empresa World Cannabis, suspeita de lavagem de dinheiro vindo de fraudes contra beneficiários do INSS. A PF segue apurando, e a CPMI ainda não reuniu provas que confirmem as acusações de Edson Claro.

O outro lado

A advogada Danyelle Galvãoafirma que é “preciso respeito com a advocacia feminina” e que o texto “reduz minha advocacia e minha história a uma relação pessoal“.

A reportagem feita pelo Poder 360 reitera que descreveu de forma ampla a atuação profissional de Danyelle Galvão. A menção ao relacionamento com José Dirceu é de interesse público e tem relevância jornalística. A advogada integra agora a defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes. Em depoimento à PF, um ex-funcionário do empresário afirmou que ele pagava uma “mesada” a Lulinha, filho do presidente da República. Lula e Dirceu são aliados históricos.

Com informações de Poder 360

05/12/2025

PIORANDO: DEPOIMENTO DE TESTEMUNHA QUE ENTREGA FILHO DE LULA JÁ TEM MAIS DE 70HS

Situação de Lulinha piora: Testemunha que o incrimina já tem 70 horas de depoimento

Edson Claro Medeiros Jr., empresário e ex-diretor executivo da "World Cannabis", prestou mais de 70 horas de depoimentos à Polícia Federal sobre seu antigo chefe Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS". Nos relatos feitos nesta sexta-feira (5), Edson afirmou que Antônio Carlos teria pago R$ 25 milhões a Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho de Lula (PT), além de uma suposta mesada mensal de R$ 300 mil.

A investigação federal acumulou documentos, gravações e conversas de WhatsApp que, segundo as autoridades, mapeiam o fluxo financeiro dos recursos movimentados por Antônio Carlos. Entre as evidências estão diálogos entre o "Careca" e Lulinha, parte deles fornecida por Edson Claro.

Conforme os depoimentos, Lulinha teria sido contratado para prestar serviços de articulação política para a "World Cannabis", empresa de cannabis medicinal que opera nos Estados Unidos, Portugal e Brasil. Edson ocupava o cargo de diretor executivo da companhia desde 2023.

O rompimento entre Edson e Antônio Carlos aconteceu após a operação Sem Desconto da PF em abril deste ano. Após o afastamento profissional, Antônio Carlos teria ameaçado Edson durante um encontro entre ambos.

Edson Claro declarou à PF que Lulinha seria sócio não-oficial da "World Cannabis" em Portugal. Documentos analisados mostram que a empresa está registrada na cidade do Porto como "Candango Consulting", tendo como proprietários formais apenas Antônio Carlos Camilo Antunes e seu filho, Romeu Antunes.

O ex-funcionário explicou que a empresa portuguesa se dedicaria ao cultivo indoor de cannabis para fins medicinais, atividade permitida em Portugal. O plano comercial incluiria a produção de medicamentos para posterior venda ao Sistema Único de Saúde, através do Projeto Amazônia.

Edson relatou viagens de Lulinha à Europa acompanhado do "Careca do INSS". Um desses deslocamentos ocorreu em novembro de 2024, com passagens para Lisboa compradas por Antônio Carlos através da empresa Fly Tour, partindo do aeroporto de Guarulhos.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS no Congresso Nacional rejeitou a convocação de Lulinha por 19 votos contra 12 na quinta-feira (5). Na mesma comissão, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) contestou as acusações contra o filho do presidente. A CPMI também rejeitou a convocação de Edson Claro.

jornaldacidadeonline

04/12/2025

'A FAMÍLIA DO PAI DOS POBRES ESTÁ TODA ENROLADA COM O ROUBO DO INSS' - DIZ SENADOR GIRÃO

Girão: ‘A família do pai dos pobres está toda enrolada com o roubo’

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou nesta quinta-feira (4), a base governista e acusou o grupo de impedir o avanço das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura roubalheira no INSS.

Na última sessão do colegiado no ano, Girão afirmou que há um “regime de blindagem” em funcionamento no país, envolvendo o governo Lula (PT), o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

“A família do pai dos pobres está toda enrolada com o roubo dos pobres”, declarou o senador, em referência ao presidente Lula, conhecido como “pai dos pobres”.

Girão também prosseguiu:

“Eu nasci para ver o PT blindar bancos aqui. Já blindaram o Frei Chico (irmão do presidente Lula), já blindaram o sócio do careca do INSS. Daqui a pouco vão blindar o Lulinha”, declarou, referindo-se a Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente e acusado de receber mesada de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, preso e principal alvo do esquema de gatunagem contra aposentados e pensionistas.
“Blindagem dos bancos”

Girão também exibiu um painel que chamou de “quadro da blindagem dos bancos”, afirmando que parlamentares governistas teriam impedido a convocação de instituições financeiras citadas em reclamações de aposentados e pensionistas.

Eu peço aos brasileiros que printem, que nós vamos colocar nas redes sociais, e coloquem no espelho do banheiro para não esquecer quem blindou os poderosos que roubaram os brasileiros”, concluiu.

ESTÁ EXPLICADO PORQUE LULINHA FOI MORAR EM MADRID

Filho de Lula recebeu “mesada” do Careca do INSS, diz testemunha em CPMI

A CPMI do INSS recebeu um depoimento considerado relevante pelas investigações que aponta supostas ligações financeiras entre Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, operador político preso desde 12 de setembro de 2025 por envolvimento em fraudes bilionárias na Previdência.

Segundo a testemunha, Lulinha teria recebido do Careca valores estimados em cerca de 25 milhões (a comissão ainda não conseguiu determinar a moeda exata) e também uma “mesada” de aproximadamente R$ 300 mil mensais, sem especificação do período em que os repasses teriam ocorrido. O depoimento cita ainda que ambos teriam viajado juntos para Portugal, reforçando a suspeita de uma relação próxima entre o filho do presidente e o operador preso.

As informações fazem parte do material colhido pela Polícia Federal e compartilhado com o colegiado, que apura possíveis conexões políticas e empresariais no esquema de descontos ilegais aplicados a aposentados e pensionistas.

Além dos supostos repasses financeiros, a PF apontou à CPMI a existência de indícios de proximidade pessoal e até de uma possível sociedade empresarial entre Lulinha e o Careca do INSS, versão que ainda está em fase de verificação pela comissão.

Antônio Carlos Camilo Antunes é apontado pelos investigadores como um dos articuladores centrais do esquema, que envolvia empresas de fachada, associações de classe e operadores financeiros responsáveis por fraudar milhares de beneficiários do INSS.

A CPMI do INSS deve votar nesta quinta-feira (4) o requerimento para convocar Fábio Luís Lula da Silva, para prestar esclarecimentos à comissão. O pedido, apresentado pelo Partido Novo, foi confirmado na pauta pelo presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que anunciou a inclusão na última terça-feira (2).

No requerimento, os deputados do Novo sustentam haver indícios de movimentações financeiras que sugerem possível conexão entre operadores do esquema conhecido como “Farra do INSS” e pessoas próximas ao presidente Lula, incluindo Lulinha.

A legenda cita, entre os elementos que justificariam a convocação, o caso de Ricardo Bimbo, dirigente do PT que teria recebido mais de R$ 8,4 milhões de uma empresa investigada no esquema. No mesmo período, ele teria efetuado o pagamento de um boleto ao contador de Lulinha, profissional que é alvo da Operação Fim da Linha, da Polícia Federal, sob suspeita de lavagem de dinheiro.

O pedido é assinado pelos deputados Marcel van Hattem (Novo-RS), Eduardo Girão (Novo-CE), Adriana Ventura (Novo-SP) e Luiz Lima (Novo-RJ). Para eles, a convocação é essencial para esclarecer se houve uso indireto da estrutura contábil de Lulinha ou qualquer ligação com o esquema de fraudes.

TN

03/12/2025

DANOU-SE: PRESIDENTE DA CPMI DO INSS CONVOCARÁ FILHO DE LULA

CPMI do INSS entra no circulo íntimo de Lula com possível convocação de Lulinha e a velha mídia não vê nada

Sob o silêncio ensurdecedor da velha e putrefata mídia, o presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), pautará para amanhã (4), a convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho de Lula (PT), para depor ao colegiado.
O requerimento foi apresentado pelo Partido Novo.

Em postagem no X, Viana garantiu que cada requerimento será votado individualmente e aparecerá no painel da CPMI.

“COMUNICADO OFICIAL. Anuncio que incluirei na pauta desta quinta-feira a convocação de Fábio Luís Lula da Silva para depor na CPMI do INSS. E deixo claro: cada requerimento será votado individualmente, para que o Brasil veja, com total transparência, como cada parlamentar votou. A verdade aparecerá no painel. A CPMI não tem lado, não tem medo e não tem dono. Transparência total. Quem não deve, não teme. O Brasil quer respostas”, afirmou.

Segundo O Globo, o pedido foi motivado pela revelação de que Ricardo Bimbo, dirigente nacional do PT, recebeu R$ 120 mil em conta pessoal e outros R$ 8,29 milhões em sua empresa Datacore, valores oriundos da ADS, apontada como peça do esquema investigado.

No mesmo período, Bimbo quitou um boleto de R$ 10 mil do contador João Muniz Leite, responsável pelas contas de Lulinha e investigado por lavagem de dinheiro para o PCC.

A CPMI quer que Lulinha explique se tinha conhecimento dessas relações financeiras e se sua estrutura pessoal ou empresarial foi usada em operações suspeitas.

jornaldacidadeonline

29/11/2025

MAIS UMA VEZ LULA INTERVÉM NA CPMI - SEMPRE BARRANDO OS CONVOCADOS

Governo entra em campo para barrar tentativa da CPMI do INSS de convocar Jorge Messias

Em meio ao risco real de o nome do advogado-geral da União (AGU) Jorge Messias ser rejeitado para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e a base governista no Congresso montaram uma estratégia para evitar impor um novo desgaste ao aspirante a sucessor de Luís Roberto Barroso e trabalha para barrar a todo custo propostas que busquem convocar o auxiliar de Lula a prestar depoimento na CPI mista do INSS, que investiga a atuação de uma quadrilha que desviou bilhões de reais a partir de um esquema de descontos ilegais de vencimentos de aposentados e pensionistas.

Na tentativa de impor um novo revés ao Palácio do Planalto, parlamentares de oposição dizem que Messias pode ter blindado o sindicato ao não pedir o bloqueio de recursos da instituição, como fez em outros casos, o que o AGU nega. Eles se baseiam, entre outros pontos, na informação de que procuradores federais avisaram à Advocacia-Geral em 2024 que havia um acúmulo de reclamações sobre descontos irregulares em aposentadorias.

No documento havia menção explícita ao Sindinapi, cujo vice-presidente é Frei Chico, irmão do presidente Lula. Em maio deste ano, no ‘Bom Dia, Ministro’, em novo embate contra a CPI, o candidato ao STF havia dito que a comissão de inquérito poderia atrapalhar o ressarcimento das vítimas de descontos associativos ilegais.

Na última quinta-feira, o colegiado adiou a votação de um requerimento que buscava a convocação de Messias, mas não desistiu de tentar constranger o supremável. O pedido de convocação deverá ser apreciado na quinta-feira, 4, a pretexto de ele explicar a atuação da Advocacia-Geral da União na apuração sobre o esquema de descontos indevidos. Segundo interlocutores de Messias, a ameaça mantém o governo de guarda erguida contra a ofensiva dos parlamentares.

O que Jorge Messias pretende dizer aos senadores em busca de apoios para o STF?

Para além da CPI, Jorge Messias rascunhou um protótipo de discurso para os senadores dispostos a ouvi-lo. Na rodada de conversas com parlamentares, pretende deixar claras críticas contra o que considera ativismo do STF, se portar contra qualquer ampliação, via Judiciário, de hipóteses de aborto, defender uma harmonia necessária com o Congresso e garantir que, se aprovado, não será caixa de ressonância do petismo na Corte. Em uma crise política que aparentemente transcende a indicação para ministro do Supremo, não há sinais de que juras de fidalguia e independência sejam suficientes para um armistício.

Veja

27/11/2025

NA CPMI DO INSS PETISTA CHAMA ZEMA DE 'VAGABUNDO' E O TEMPO FECHOU

Petista chama Zema de ‘vagabundo’ e provoca bate-boca na CPMI do INSS

A sessão desta quinta-feira (27) da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apura a gatunagem contra aposentados e pensionistas do INSS, iniciou com um bate-boca entre parlamentares.

Os deputados federais Rogério Correia (PT-MG) e Marcel van Hattem protagonizaram uma discussão após o petista ofender o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), chamando-o de “vagabundo”; Zema se quer estava presente na sessão.

Van Hattem rebateu a ofensa e criticou Correia: “Um vagabundo chamando o melhor governador do Brasil de vagabundo”.

O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Pode-MG), tentou acalmar os ânimos. Veja abaixo o bate-boca:

O início do tumulto:

A confusão começou porque Rogério Correia e o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) teriam tentado “blindar”, segundo a oposição no colegiado, a aprovação de um requerimento que pedia esclarecimentos sobre um voo pago pelo lobista Antônio Carlos Camilo Antunes — o “Careca do INSS”, principal investigado no esquema de fraude contra aposentados.

O voo teria beneficiado cinco pessoas ainda não identificadas.

25/11/2025

O MESSIAS DE LULA SERÁ CONVOCADO PARA DEPOR NA CPMI DO INSS

Presidente da CPMI do INSS pautará convocação de Messias

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou, na madrugada desta terça-feira (25), em seu perfil no X, que irá pautar a votação do pedido de convocação do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, indicado para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o senador, a votação será incluída na pauta desta quinta (27).

– Os parlamentares terão a oportunidade de votar contra ou a favor. Em temas que envolvem o interesse público, a verdade sempre encontra seu caminho, e o Parlamento existe para permitir que ela apareça – declarou.

Messias entrou na mira da CPMI do INSS no pior momento possível para ele. Prestes a ter o nome apreciado pelo Senado, o chefe da AGU precisa buscar votos entre senadores para ter a indicação ao STF confirmada. Antes da comissão ser instalada, o ministro chegou a afirmar que a CPMI poderia atrapalhar o ressarcimento das vítimas do esquema de descontos associativos ilegais.

– Eu só tenho uma preocupação, porque nós temos pressa para construir um modelo jurídico e devolver os recursos para os aposentados e pensionistas. Eu me preocupo se uma CPMI, neste momento, não pode atrapalhar este processo de devolução dos recursos para os aposentados e pensionistas – disse, durante participação no programa Bom Dia, Ministro, em 20 de maio.

Já em setembro – um mês após a instalação da CPMI – deputados e senadores aprovaram um convite para Messias prestar depoimento. A justificativa era ouvi-lo sobre o acordo interinstitucional elaborado no governo para ressarcimento de aposentados e pensionistas lesados.

A pressão para que ele compareça foi reativada depois de o Estadão revelar que uma equipe da AGU já tinha mapeado descontos associativos ilegais em 2024 e identificado suspeitas contra entidade que tem como vice-presidente o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Messias foi o principal alvo de críticas e cobranças na última reunião da CPMI. O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), afirmou que o colegiado tem a obrigação de tomar um depoimento do ministro.

– Acredito que nós temos a obrigação de convidar ou convocar o senhor Messias para prestar depoimento nesta comissão sob pena de prevaricação nossa – disse.

AE

QUADRILHA: EX-ASSESSOR DE ALCOLUMBRE RECEBEU R$ 3 MILHÕES DE EMPRESÁRIO BLINDADO DA CPMI

Empresário blindado da CPMI repassou R$3 milhões a ex-assessor de Alcolumbre

O empresário Rodrigo Moraes, um dos fundadores da empresa Arpar Participação, recebeu um Habeas Corpus do STF permitindo que ele não comparecesse a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que investiga as fraudes no esquema envolvendo o INSS.

A oitiva estava prevista para esta segunda-feira, 24 de novembro. Contudo, o empresário foi mais um blindado pelo STF envolvido no golpe milionário aos aposentados.

Rodrigo é sócio da ARPAR Administração, Participação e Empreendimento S.A., empresa apontada pela PF como uma das envolvidas no esquema de desvios de benefícios de pensionistas.

Os parlamentares buscam esclarecer a razão de um pagamento de R$ 3 milhões efetuado pela Arpar a Paulo Boudens, ex-assessor e ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Além disso, a empresa teria recebido pelo menos R$ 49 milhões do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, um dos cabeças do esquema das fraudes.

A comissão de inquérito deve ter nova reunião na próxima quinta-feira (27).
Fraudes e envolvimento de Boudens

A Arpar Participação está sob investigação da Polícia Federal (PF) pela suspeita de ter sido utilizada para lavagem de dinheiro e o pagamento de propinas dentro do grande esquema de fraudes nas aposentadorias, estimado em R$ 4 bilhões.

Paulo Boudens, o beneficiário do repasse de R$ 3 milhões, era, na época do recebimento, assessor parlamentar no gabinete de Davi Alcolumbre. Desde outubro de 2024, Boudens está no Conselho Político do Senado.

Boudens também já foi apontado como o operador de um esquema de ‘rachadinha’ milionário no gabinete de Alcolumbre (União-AP), em 2021. Seis mulheres da periferia de Brasília foram contratadas como assessoras no gabinete do parlamentar, mas nunca trabalharam e devolviam a maior parte dos salários.
Histórico suspeito

Rodrigo Moraes e Anderson Orlandini, fundadores da Arpar, também são sócios da Arm Capital do Brasil, que é alvo de um inquérito por suspeitas de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

Fundada em 2019 e sediada em São Paulo, a Arm Capital passou a ser investigada após um alerta do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que foi acionado por uma instituição financeira. O banco manifestou suspeita sobre remessas ao exterior realizadas pela empresa sem justificativa de origem do capital e sem que a Arm Capital apresentasse capacidade financeira compatível.

Entre maio e novembro de 2022, a Arm Capital realizou 862 operações bancárias, totalizando R$ 276 milhões. Além disso, os investigadores constataram que a empresa não funcionava no endereço declarado, aumentando as suspeitas.

24/11/2025

SINISTRO: CPMI CANCELA SESSÃO PORQUE MAIS UMA VEZ O STF AUTORIZA DEPOENTE A NÃO COMPARECER

STF autoriza depoente até a não comparecer, e CPMI cancela sessão

A sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o roubo a aposentados e pensionistas do INSS foi cancelada nesta segunda-feira (24) após o registro de ausência dos depoentes.

O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou o cancelamento em suas redes sociais.

O colegiado ouviria os depoimentos de Rodrigo Moraes, empresário citado nos esquemas de descontos ilegais, e Juscimar Fonseca da Silva, ex-coordenador-geral de pagamentos do INSS.

A reunião prevista para hoje está cancelada. O depoente Rodrigo Moraes obteve habeas corpus autorizando sua ausência e comunicou formalmente que não comparecerá. O depoente Jucimar, apesar de ter passagens emitidas, apresentou novo atestado de saúde para justificar sua falta. Informamos que há pedido de condução coercitiva, atualmente pendente de decisão judicial”, disse Viana no X (antigo Twitter).

Como informou o presidente, Rodrigo Moraes conseguiu habeas corpus para se ausentar. O ex-coordenador do INSS chegou a confirmar sua ida a Brasília para depor, contudo, alegou questões de saúde para sua ausência.

Esta é a segunda vez que Jucimar não atende ao pedido de comparecimento no colegiado. Viana informou que há pedido de condução coercitiva para que ele se apresente. O pedido está pendente de decisão judicial.

A próxima reunião da CPMI está confirmada para quinta-feira (27), com início às 9h da manhã.

16/11/2025

OPERAÇÃO POR DESVIO NO INSS MIRA TESOUREIRO DE ENTIDADE PRESIDIDA POR ABRAÃO LINCOLN

Tesoureiro da entidade presidida por Abraão Lincoln é alvo de operação contra desvios no INSS

Tesoureiro da Confederação Brasileira de Pesca de Aquicultura, o potiguar Gabriel Negreiros foi um dos alvos da nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. A ação ocorreu nesta quinta-feira (13) e teve, ao todo, sete alvos no Rio Grande do Norte.

Segundo a defesa de Negreiros, os agentes cumpriram um mandado de busca na residência de seu cliente, e foi, “exclusivamente”, referente a sua atuação na CBPA, presidida por Abraão Lincoln. Eles permaneceram na residência do tesoureiro por cerca de 20 minutos.

Os representantes dele não confirmaram se houve a apreensão de itens da residência, ou de uso profissional do alvo. A defesa afirmou ainda que Gabriel Negreiros “sempre se colocou à disposição para colaborar com toda a apuração investigativa”.

Leia a nota na íntegra:

“Em razão das notícias veiculadas sobre a operação da Polícia Federal denominada “Sem Desconto”, deflagrada na data de hoje em diversos estados da federação, a defesa de Gabriel Negreiros vem a público prestar esclarecimentos.

Informamos que, nesta manhã, foi cumprido apenas um mandado de busca na residência de Gabriel Negreiros, diligência referente exclusivamente à sua atuação institucional junto à Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA).

Ressaltamos que a medida foi cumprida de forma totalmente pacífica e colaborativa, com duração inferior a 20 (vinte) minutos, e esclarecemos ainda que inexiste qualquer outra medida cautelar determinada em desfavor de Gabriel Negreiros.

Por fim, reiteramos que Gabriel Negreiros sempre se colocou à disposição para colaborar com toda a apuração investigativa. Essa postura permanece inalterada, ainda que a defesa, até o presente momento, não tenha tido acesso aos autos da investigação.

Atenciosamente,
Flaviano Gama e Advogados”

13/11/2025

PRESIDENTE DA CPMI DO INSS DISPARA; 'MUITA GENTE AINDA VAI SER PRESA'

“Muita gente ainda vai ser presa”, diz presidente da CPI do INSS

O presidente da CPI do INSS, Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou, nesta quinta-feira (13), que novas pessoas podem ser presas pelo esquema de desvios em aposentadorias, após a prisão do ex-presidente da entidade Alessandro Stefanutto pela Polícia Federal.

– Isso é só o começo. Tem muita gente que ainda vai ser presa. Tem muita estrutura pública que vai cair. Tem muita verdade que vai aparecer – disse, no X.

Viana também afirmou que há interessados em fazer delação premiada sobre a fraude.

– Há outras pessoas dispostas a fazer delação, inclusive a esta CPMI – afirmou a jornalistas, quando questionado sobre um possível acordo do empresário Maurício Camisotti com a Polícia Federal.

Essa fase da Operação Sem Desconto também cumpre 63 mandados de busca e apreensão, incluindo parlamentares. Os alvos são o deputado federal Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG), que vendeu um avião a uma entidade ligada aos desvios, e o deputado estadual do Maranhão Edson Cunha de Araújo, que presidiu entidade de pescadores responsável por descontos associativos. Os deputados ainda não se manifestaram sobre a operação.

Viana afirmou que agora as investigações da Polícia Federal devem se voltar ao que ele chamou de “primeiro núcleo”, que seria “formado por políticos, pessoas que de governo a governo ajudaram, incentivaram ou indicaram esses servidores (envolvidos no esquema)”.

– Os dois parlamentares não são os únicos. Há outros parlamentares que tem envolvimento e prestarão depoimentos no momento certo ao STF. Se a comissão entender que será necessária a convocação, ela será feita – afirmou o presidente da CPI do INSS.

Perguntado sobre quais outros parlamentares seriam esses, ele disse que não pode informar no momento.

Em entrevista ao Estadão em setembro, pouco após o início da CPI, o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), disse estar “muito convicto” de que a investigação chegaria a deputados e senadores. Em outubro, Gaspar disse que gostaria de convocar Pettersen e o senador Weverton Rocha (PDT-MA).

Weverton mantém como administrador de uma de suas empresas o empresário Rodrigo Martins Correa, que também figura como sócio da Voga, firma que fazia a contabilidade dos negócios do “Careca do INSS”, inclusive das offshores.

Nesta quinta (13), a CPI ainda votará a convocação de Edson Duarte, um dos alvos da operação deflagrada hoje.

AE

OPERAÇÃO DA PF PRENDE EX-PRESIDENTE DO INSS SOB LULA

Ex-presidente do INSS sob Lula é preso em operação da PF

Alessandro Stefanutto, ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre julho de 2023 e abril de 2025, foi preso nesta quinta-feira (13) durante uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões. A ação faz parte da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).

Stefanutto havia sido afastado e posteriormente demitido do cargo em abril, após o escândalo de fraudes no órgão vir a público. Segundo as investigações, o grupo criminoso teria movimentado valores que podem chegar a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. As forças de segurança cumprem 63 mandados de buscas, além de outras medidas cautelares, no Distrito Federal e em 14 estados.

Além de Stefanutto, a operação também mira nomes ligados à antiga gestão do INSS e do meio político. O ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira, por exemplo, é alvo de mandados de busca e passará a usar tornozeleira eletrônica. Já o deputado federal Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG) e o deputado estadual Edson Cunha de Araújo (PSB-MA) também são alvo de busca e apreensão.

Os suspeitos são investigados pelos crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de atos de ocultação e dilapidação patrimonial.

11/11/2025

CPMI DO INSS SE REVOLTA COM GILMAR MENDES POR PROTEGER MAIS UM SUSPEITO DE ROUBAR APOSENTADOS

Gilmar desdenha do Congresso, ao blindar mais um suspeito, e revolta CPMI do INSS

O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Pode-MG), protestou ontem (10) contra o ministro do STF Gilmar Mendes, acusado de desdenhar do Congresso no habeas corpus usado para blindar Igor Delecrode, suspeitíssimo no roubo bilionário a aposentados. O relator Alfredo Gaspar (União-AL) disse que, aos 28 anos, Igor ficou milionário com dinheiro roubado. “Isso não pode ficar assim”, protestou Viana. Ele diz que, para Gilmar e STF, o Congresso “não vale absolutamente nada”.

R$1,4 bi roubados

Convocado para depor como testemunha, Igor Dias Delecrode é acusado de participar do esquema que roubou R$1,4 bilhão de aposentados.

Mudança ‘artificial’

Gilmar disse que a condição de investigado “não pode ser artificialmente modificada” para testemunha, que o obrigaria a respondera às perguntas.

Impondo limites

O senador Rogério Marinho (PL-RN) cobrou da Câmara que vote projeto do Senado impondo limites ao poder cada vez mais exacerbado do STF.

Desmoralização

“A investigação da CPMI é autônoma e não se confunde com a da Polícia Federal”, diz Marinho, que vê o STF tentando desmoralizar o Congresso.

DP

07/11/2025

CPMI: É DIFÍCIL COLOCAR LADRÃO NA CADEIA NESTE PAÍS, NUNCA VI UMA RAÇA TÃO PROTEGIDA

INSS: Relator apresenta 160 pedidos em 4 dias

Nem mesmo a blindagem aos convocados pela CPMI que investiga a gatunagem no INSS fez o relator, Alfredo Gaspar (União-AL), perder tração na apuração da roubalheira. Promotor experiente, o deputado acelerou a condução dos trabalhos e protocolou, de segunda (3) até esta quinta-feira (6), 160 novos requerimentos. Gaspar cita nomes ligados ao Careca do INSS e ao pelegão Frei Chico, irmão de Lula (PT), com suspeitíssima proteção. “Todos têm padrinhos políticos por trás”, garante.

Siga o dinheiro

À coluna, o relator diz que a nova leva de requerimentos vai trazer boas novidades para as investigações, “estamos no caminho do dinheiro”.

Emaranhado

“Em alguns casos já na quarta camada de afastamento de sigilo bancário e fiscal”, explica Gaspar ao dar dimensão do emaranhado da falcatrua.

Coisa de bilhões

Além de pedidos de convocação e convite, quebras de sigilos de comunicação e bancário, há até aquisição de jatinhos na mira do relator.

Esquema organizado

As apurações indicam um estruturado esquema de desvio e lavagem de dinheiro, com consultorias, sindicatos, bancas de advocacias etc.

DP

06/11/2025

DANOU-SE: VIRA CASO DE POLÍCIA AMEAÇA CONTRA O VICE-PRESIDENTE DA CPMI DO INSS

Ameaça contra o vice-presidente da CPMI do INSS vira caso de polícia na Câmara

O vice-presidente da CPMI do INSS, deputado federal Duarte Jr., registrou um boletim de ocorrência na Polícia Legislativa da Câmara por crime de ameaça atribuído ao deputado estadual maranhense Edson Araújo, que também é segundo vice-presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), investigada pela comissão de inquérito. Ambos são do PSB.

Duarte Jr. fez ainda um pedido para que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), conceda escolta de proteção ao deputado federal e seus familiares no Maranhão, “até que sejam asseguradas as condições necessárias de segurança no âmbito pessoal e familiar”. No boletim, a Polícia Legislativa informa que as mensagens enviadas ao deputado federal continham “ameaça de morte”.

O Radar procurou Edson Araújo para comentar o caso, mas não obteve resposta até o momento. O espaço segue aberto para manifestação.

Na última segunda-feira, Duarte Jr. perguntou ao presidente da CBPA, Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, que prestava depoimento à CPMI do INSS, se era “lícito” Edson Araújo ter recebido, segundo ele, mais de 5 milhões de reais da Federação das Colônias de Pescadores do Maranhão e “valores em contas de seus assessores nomeados na Assembleia Legislativa”. O depoente respondeu que permaneceria calado.

Capturas de tela (prints) juntadas por Duarte Jr. ao boletim de ocorrência mostram que, na terça-feira, dia seguinte ao depoimento do presidente da CBPA à comissão de inquérito, Edson Araújo pergunta ao deputado federal, pelo WhatsApp, se ele “quer aparecer” e diz que “ligar (sic) de palhaço é no circo”.

O vice da CPMI do INSS responde que “lugar de ladrão de aposentado, pescador e pessoas com deficiência é na cadeia” e pede que o correligionário o respeite. Também questiona o parlamentar estadual e vice-presidente da CBPA sobre os supostos repasses para sua conta pessoal e para contas de assessores legislativos.



“Você é um palhaço, irresponsável e incompetente (sic). Nunca recebi nada de aposentado, nós ainda vamos nos encontrar”, escreve Araújo. Duarte pergunta se o interlocutor o está ameaçando. “Tô porque (sic)”, rebate o deputado estadual, e continua: “Você é um m**** irresponsável (sic).”

Depois de o vice-presidente da CPMI dizer que as agressões e ameaças de Araújo só demonstram “o quão errado” ele está, o deputado estadual afirma: “Você vai ter que provar tudo que falou ou vai se arrepender.” Duarte, então, pergunta o que o outro pretendia fazer. “Você vai saber”, finaliza Araújo.

04/11/2025

PQP: MESMO PROTEGENDO A CORRUPÇÃO AINDA HÁ QUEM CHAME O STF DE 'GUARDIÃO DA CONSTITUIÇÃO'

Sindicalista de R$157 milhões mente muito na CPMI, mas, blindado pelo STF, nem foi preso

Os parlamentares da CPI do INSS identificaram uma profusão de “inverdades e contradições” no depoimento do presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira, nesta segunda-feira (3). Assim, desde o início do depoimento, os membros da comissão levantaram a possibilidade de prisão de Ferreira, um dos investigados na Operação Sem Desconto, que apura fraudes em descontos de benefícios do INSS.

— Ao final do depoimento, eu vou escolher os motivos do pedido de prisão em flagrante por falso testemunho, por calar a verdade (…) Não vou, de forma nenhuma, questionar o motivo de ele manter-se em silêncio em perguntas que não o autoincriminam. Isso para mim vai até ajudar talvez, no final dos trabalhos — disse o relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sobre o fato de o depoente não responder à maior parte dos questionamentos.

Convocado como testemunha, Lincoln compareceu com habeas corpus preventivo concedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão manteve sua convocação na condição de testemunha (com dever de se manifestar sobre os fatos), mas garantiu a ele o direito ao silêncio e à não autoincriminação.

Convocação

A convocação de Lincoln foi pedida em oito requerimentos, segundo informou a Agência Senado, e um deles lembrou que a CBPA, presidida por Abraão Lincoln, está entre as entidades que tiveram bens bloqueados nas ações judiciais ajuizadas pela Advocacia-Geral da União em nome do INSS.

Em outro pedido, o senador Izalci Lucas (PL-DF) apontou que a entidade presidida por Lincoln “não é uma partícipe qualquer, mas um dos eixos centrais da arquitetura criminosa”. Ele citou indícios de corrupção e lavagem de dinheiro e lembrou que o depoente já teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados, além da indisponibilidade de seus bens decretada.

“Como um aposentado que recebe R$27 mil por ano movimentou R$157 milhões em três anos, sem esse dinheiro ser declarado? O senhor movimentou R$157 milhões — questionou Izalci, que também apontou o repasse de recursos da CBPA para empresas de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS.

O senador também citou relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) que aponta a incompatibilidade entre a estrutura da CBPA, em uma “pequena sala comercial”, com apenas “uma secretária para atendimento”, e o número de associados. O depoente, porém, afirmou que a estrutura é compatível com o trabalho da confederação.

— Ouvimos algumas pessoas mal-informadas ou equivocadas avisarem, falarem que a CBPA tinha uma estrutura pequena aqui em Brasília. A nossa estrutura é compatível para a recepção das 21 federações, mas a nossa estrutura é grande e espalhada no país, porque ela está nas nossas representações de segundo, de terceiro e de primeiro graus. (…) Nós existimos de verdade — disse Lincoln na sua fala inicial.

Incriminação

Logo no início da reunião, o advogado do depoente, Emmanoel Campelo, se pronunciou e orientou a testemunha a não prestar o termo de compromisso. Esse termo é obrigatório a testemunhas, mas não a investigados. No entendimento da defesa, o depoente é investigado pela justiça, ainda que convocação na CPMI seja como testemunha.

A recusa do depoente de responder aos questionamentos feitos pelo relator sobre condenações anteriores, sem relação com os escândalos do INSS, gerou protestos de parlamentares, que apontaram a necessidade de respostas em questões que não incriminassem o depoente. O advogado, no entanto, afirmou que a avaliação deve ser feita pela defesa técnica, e não pelos parlamentares.

— O juízo sobre autoincriminação é feito pela defesa técnica. Isso está garantido pelo HC [habeas corpus]. Então eu poderia, por exemplo, questionar a pertinência dessas perguntas com os fatos investigados, mas não estou fazendo, porque acho que é prerrogativa do relator fazer as perguntas que entender necessárias; mas, de fato, o juízo de autoincriminação é da defesa técnica e precisamos que isso seja respeitado — disse o advogado.

A reunião chegou a ser interrompida para um entendimento entre integrantes da CPMI e a defesa do depoente.

— O senhor deve ter uma história para preservar, o senhor tem milhares de associados, o senhor disse que tem prestação de serviço, trouxe um folder. É uma pergunta tão simples!. A gente está querendo saber se isso é safadeza ou se é uma entidade séria, e o senhor se cala? O senhor, tendo a oportunidade de esclarecer para o Brasil que não meteu a mão no dinheiro de aposentado e de pensionista de forma criminosa, o senhor vai permanecer em silêncio? — questionou o relator.

Após a volta dos trabalhos, Lincoln concordou em responder parte dos questionamentos.

Filiações

Entre as perguntas feitos pelo relator e não respondidos pelo depoente, estão algumas sobre o crescimento repentino no número de filiados da confederação. Alfredo Gaspar afirmou que a CPBA passou de 4 tentativas de inclusão de cadastro, em maio de 2023, para 64 mil em junho. Depois, em julho, o número de tentativas de inclusão foi de mais de 196 mil cadastros. Em 2025, apontou o relator, a entidade chegou a 757 mil cadastros.

Além disso, o relator apontou tentativas de incluir como filiados 40 mil pessoas que já morreram. Não houve resposta do depoente sobre a estratégia usada pela entidade para conseguir filiações.

O relator também apontou o recebimento, pela CBPA, de R$221 milhões em descontos associativos, numa média de R$ 10 milhões a R$ 11 milhões mensais. Gaspar questionou para onde ia o dinheiro. O depoente disse não ter de cabeça o detalhamento sobre os dados e afirmou que poderia mandar os contratos, notas e extratos para a comissão depois.

De acordo com o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), 99,5% dos filiados à CBPA não reconheceram os descontos. O depoente afirmou que, após auditoria, mandou suspender todos os descontos que estavam com suspeitas.

Relação com investigados

Abraão Lincoln não quis responder sobre quem era o maior destinatário das transferências feitas pela confederação, mas o relator afirmou que a CBPA pagou R$ 25 milhões à Plataforma Consultoria e R$ 15 milhões à Titanium Pay, ambas de Philippe André Lemos, que seria ligado a um dos núcleos investigados pelas fraudes. O depoente não esclareceu quais foram os serviços prestados.

Também houve questionamentos não respondidos sobre a relação do depoente e da CBPA com outros investigados pelas fraudes, como Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS. Empresas ligadas a Antunes, como a Brasília Consultoria, a ACDS Call Center e a Plural Intermediações, teriam recebido recursos da CBPA.

Lincoln confirmou ter passado uma procuração para Adelino Rodrigues Junior (que seria sócio de uma das empresas investigadas) para movimentar uma conta da CBPA. A finalidade, de acordo com o depoente, era devolver valores a filiados que reclamavam sobre cobranças no call center contratado para esse fim.

O depoente afirmou que as movimentações dessa conta eram de valores baixos. Porém, de acordo com o relator, houve, por exemplo uma transferência de R$ 37 mil para Thaisa Hoffmann, esposa do ex-procurador-geral do INSS Virgílio Oliveira Filho. Os dois prestaram depoimento à CPMI em outubro.
Políticos

As relações do depoente com políticos também foram alvo de questionamentos dos parlamentares. O relator afirmou que o depoente deveria responder às perguntas para evitar possíveis injustiças.

— A gente vai começar a falar da parte política. Eu acho uma injustiça muito grande com quem for ser citado o senhor não esclarecer, porque vai recair suspeição, e suspeição é a pior coisa que existe para um político.

Tanto Gaspar quanto o vice-presidente da comissão, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), apontaram o repasse de cerca de R$ 5 milhões da CBPA para o deputado estadual Edson Cunha de Araújo (PSB-MA). De acordo com o depoente, Araújo é vice-presidente da CBPA.

O repasse teria sido feito por Gabriel Negreiros, tesoureiro da CBPA, com quem o depoente disse ter apenas relação institucional. Duarte Jr. no entanto, apontou que Gabriel é padrinho do neto do depoente e afirmou que ele mentiu e que poderia ser preso pela comissão.

— Quero reiterar, ao final da oitiva, ao final da fala de cada deputado e senador, o pedido de prisão por falso testemunho, porque o senhor mentiu e não adianta pedir desculpa depois que nós comprovamos. Eu reitero o pedido de prisão por falso testemunho — disse o vice-presidente da CPMI, que informou que pedirá a expulsão do deputado maranhense do seu partido.

Outros pagamentos feitos pela CBPA apontados por Alfredo Gaspar foram à empresa Network , que depois teria depois repassado dinheiro a familiares do deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM) e a empresas ligadas a eles.

Entre os nomes citados pelo relator estão Jônatas Câmara, Heber Tavares Câmara e Milena Câmara. Ele não esclareceu os serviços prestados, mas afirmou que Milena, filha de Silas Câmara, trabalha como advogada da CBPA.

Para a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), o depoente está “blindando poderosos”.

— O senhor está blindando poderosos, parlamentares e outras pessoas que, sinceramente, se o senhor pensasse um pouco no futuro do seu neto, o senhor não protegeria desse jeito.
Balanço

O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), fez um balanço sobre a atuação da CPMI. Ao todo, foram 21 reuniões que somaram 153 horas, já descontadas as suspensões. Foram 2.421 requerimentos apresentados; 23 depoentes ouvidos; 648 ofícios expedidos e 2.055 documentos recebidos, totalizando cerca de 200 GB em informações disponíveis.

— A Previdência fez um acordo com um banco, que vai devolver perto de R$ 7 milhões para os aposentados, já se antecipando ao nosso trabalho que vai começar, se Deus quiser, em fevereiro do próximo ano. Então, nós estamos empurrando as soluções. Isto é parte do nosso trabalho: o Parlamento dando clareza e dando soluções ao Brasil — disse Viana.

DP

02/11/2025

CPMI: MAIS UM PROTEGIDO POR XANDÃO, A BOLA DA VEZ O POTIGUAR ABRAÃO LINCOLN

Potiguar Abraão Lincoln vai depor na CPMI do INSS sob habeas corpus concedido por Moraes

O natalense Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, 64 anos, foi convocado para depor na CPMI do INSS, mas obteve habeas corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal (STF) por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que manteve o efeito convocatório para a tarde de segunda-feira (3), mas “na condição de testemunha”, tendo o dever legal de manifestar-se sobre os fatos e acontecimentos relacionados ao objeto da investigação, “estando, entretanto, assegurado o direito ao silêncio e a garantia de não autoincriminação, se instado a responder perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo ou em sua incriminação”.

Como presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln havia encaminhado a petição em 16 de outubro, um dia depois de convocado para depor, a partir das 16h de segunda, no Plenário 2 da Ala Senador Nilo Coelho, situada no Anexo II do Senado Federal.

O despacho do ministro Alexandre de Moraes datado do dia 28/10, foi disponibilizado dois dias depois no site do STF, garantindo a Abraão Lincoln “ser assistido por advogados durante sua oitiva, podendo comunicar-se com eles, observados os termos regimentais e a condução dos trabalhos pelo presidente da CPMI”. Um dos advogados é o potiguar Erick Pereira.

A defesa de Abraão Lincoln alegou que no ato convocatório, ocorrido em agosto, consta que será ouvido na qualidade de testemunha, no entanto, “é inconteste que ostenta a condição de investigado, uma vez que, tanto ele (Abraão Lincoln) como a própria Confederação foram alvos de medidas constritivas de quebra de sigilos e indisponibilidade de bens decretada pelo Juízo da 7ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal, nos autos tombados sob o nº 1051897-93.2025.4.01.3400 (doc. 03), sendo esta a condição para aferir seus direitos e deveres quando de sua oitiva pela CPMI”.

Assim, arguiu a defesa, “atentando-se à condução dos trabalhos da CPMI e à repercussão que o tema causa, é razoável o receio do paciente em sofrer constrangimento ilegal quando de sua oitiva, uma vez que, já no início dos trabalhos da Comissão, foi aprovado o requerimento 1486/2025, que representa pela prisão preventiva de 21 pessoas listadas”, embora o nome de Lincoln “ não conste da listagem mencionada, o que verifica a presunção de inocência que não vem sendo respeitada.”.

Lincoln dividiu sua vida toda, praticamente, entre atividades político-partidárias e assistenciais ligadas à pesca artesanal no Rio Grande do Norte.

Aos 18 anos começou a trabalhar como técnico em reabilitação na Clínica Heitor Carrilho, onde passou pouco tempo. Aos 19 já atuava como assessor parlamentar na Assembleia Legislativa, a partir de 1980, transitou nos gabinetes do falecido ex-deputado Patrício Júnior e do ex-deputado Frederico Rosado, também assessor dos ex-vereadores Wober Júnior e Paulinho Freire, na Câmara Municipal de Natal.

Também passou pela Secretaria de Serviços Urbanos (Semsur) e pelo Instituto de Planejamento de Natal (Iplanat), antes de assumir em 1999 a presidência da Federação dos Pescadores do Rio Grande do Norte até o ano de 2011.

Com esse lastro, Abraão Lincoln, que cursou o ensino fundamental e o médio no Colégio São Luiz e graduou-se em Administração na Facex, tentou seguir carreira política, foi candidato duas vezes a deputado estadual em 2006 e 2010 pelo MDB, e duas vezes a deputado federal pelo PRB, em 2014 e 2018.

Desde 2020, preside a CBPA, que congrega mais de um milhão de pescadores, filiados a 1.037 diferentes colônias, associações e sindicatos por todo o país, que por sua vez formam as 21 federações de pescadores a ela ligadas.

Abraão Lincoln está sendo acusado de desviar R$ 221.884.427,63 entre fevereiro de 2023 e março de 2025, conforme apurou a “ Operação Sem Desconto”, e está sendo responsabilizado pela prática de atos lesivos contra a administração pública federal por ter firmado Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS para viabilizar descontos de aposentados e pensionistas da previdência social.

Segundo os autos, na ação cautelar que resultou na indisponibilidade de bens de seu presidente, a CBPA funciona em Brasília “em uma sala simples que só possuía uma secretária para atendimento no momento da visita. Não possui infraestrutura para localização, captação, cadastramento e muito menos fornecimento de serviços para o quantitativo de associados filiados, posto que se trata de uma pequena sala comercial”.

A instituição contava com 360.632 aposentados e pensionistas associados, residentes em 3.677 municípios, nos 26 Estados e no Distrito Federal, considerando a Folha de Pagamentos do INSS de março de 2024. “Nessa verificação preliminar, não ficou demonstrada a capacidade operacional da CBPA para proceder à captação e à filiação de tantos aposentados e pensionistas, tampouco de prestar serviços ou realizar atendimento ao quantitativo de filiados que possui, em milhares de municípios pelo país”, diz a AGU.

Para a AGU, há fortes indícios de ter sido criada, a exemplo de outras entidades investigadas, com o único propósito de praticar a fraude — entidade de fachada —, com sua constituição utilizando ‘laranjas’, havendo ainda fortes indícios de pagamento de vantagem indevida a agentes públicos para autorizarem os descontos indevido.

A CPMI já aprovou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Abraão Lincoln e requereu ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) o envio de Relatório de Inteligência Financeira (RIF).

A Comissão acredita que Abraão Lincoln, através da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura, a qual preside, é a “peça-chave”, “um dos principais operadores” dos desvios no INSS e “uma das engrenagens centrais de um esquema predatório que drenou recursos de aposentados e pensionistas”.

TN