Laudos indicam asfixia mecânica como causa de oito mortes em baile funk de Paraisópolis

Já os laudos toxicológicos do IML mostram que os nove jovens consumiram drogas na noite da tragédia. Os exames apontam que todas as vítimas haviam usado pelo menos uma das seguintes substâncias: álcool, maconha, cocaína, drogas sintéticas e voláteis, como lança perfume e solventes. Em algumas delas, foram detectados mais de um ilícito.
Na quarta-feira à noite, dia 11, médicos legistas do IML se reuniram para discutir se as lesões identificadas nas vítimas eram compatíveis com a tese do pisoteio. A conclusão dos laudos só foi feita depois de cruzar com os resultados laboratoriais.
De acordo com o perito, embora não tenha relação direta com as mortes, o uso de drogas pode ter contribuído para que os jovens não conseguissem se proteger durante a correria.
Além dos laudos toxicológico e necroscópico, feitos pelo IML, um levantamento pericial do local das mortes foi realizado pelo Instituto de Criminalística. Essa perícia analisa, por exemplo, as rotas de fuga usadas pelas vítimas, assim como possíveis vestígios de disparos de armas de fogo.
Todos os laudos já foram entregues para o DHPP (departamentos de homicídios), da Polícia Civil de São Paulo. O DHPP conduz as investigações da Corregedoria da Polícia Militar.
Para o advogado Ariel de Castro, conselheiro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe), já era esperado que os laudos indicassem lesões geradas por pisoteio e que as mortes fossem decorrentes de asfixia e insuficiência respiratória. Segundo ele, os resultados não isentam os policiais das mortes.
- O que gerou correria, quedas e pisoteio foi a atuação violenta dos policiais militares contra os adolescentes e jovens que lá estavam. Inclusive, há a possibilidade da prática de homicídio por dolo eventual, já que eles assumiram o risco de ferir e gerar mortes ao disparar balas de borracha, lançar bombas de gás lacrimogêneo e agredir a multidão – afirma Castro.
O Globo
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