Primeira edição da Parada LGBT no governo Bolsonaro acontece hoje em São Paulo com forte carga política
Os organizadores elegeram como tema os 50 anos de Stonewall , lembrando um episódio de repressão policial em Nova York que se tornou marco para o ativismo LGBT em todo o mundo.
Também são esperadas manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro, que, entre outras declarações, disse recentemente que o Brasil "não pode ser o país do turismo gay" e criticou a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que criminalizou a homofobia.
Os organizadores esperam atrair três milhões de pessoas para o ato, que começa na Avenida Paulista e segue para o centro de São Paulo.
O público poderá se dividir entre 19 trios elétricos, um a mais do que no ano passado, onde acompanhará discursos e shows de música. Eles começam a andar pela avenida Paulista ao meio-dia. O último carro deve chegar ao fim da rua da Consolação, onde ocorre a dispersão da marcha, às 18h.
Uma das presenças internacionais mais aguardadas é da ex-Spice GirlMel C . Completam a lista de atrações Luisa Sonza, Iza, Gloria Groove, Aretuza Love, Lexa e Mc Pocahontas.
Apesar dos números musicais, o tom político da parada fica evidente já na escolha do tema. Claudia Regina, presidente da ONG APOLGBT SP —que organiza o evento—, lembra que Stonewall é um marco na luta pelos direitos LGBT.
Em junho de 1969, a comunidade gay de Nova York organizou uma série de manifestações para protestar contra a invasão policial num bar chamado Stonewall Inn, em Manhattan. Na época, manter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo ainda era considerado crime nos Estados Unidos. O episódio incentivou, no ano seguinte, a realização de marchas LGBT em algumas das principais cidades norte-americanas.
— (Stonewall) Mostra que, independentemente do governo ou de qualquer ameaça que enfrentamos diariamente na rua, precisamos ser fortes, resistir e sermos nós mesmos, vivendo e lutando por nosso amor, que não difere em nada do amor de outras pessoas — disse Claudia, durante a coletiva de imprensa para apresentação do evento.
A prefeitura de São Paulo patrocina o evento, com R$ 1,8 milhão, e disponibiliza a infraestrutura de segurança e trânsito para a realização da passeata. Haverá bloqueios em ruas próximas ao trajeto feito pela marcha.
Segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB), no ano passado o impacto econômico do ato na capital paulista foi de R$ 288 milhões.
O Globo
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