Deputados criticam governo por não renovar convênio com hospital
Kelps Lima destacou que “o Governo poderia até repactuar alguns termos, mas deixar como está não pode ser opção”. Em aparte, o deputado estadual Tomba Farias (PSDB) destacou o trabalho realizado no Varela Santiago e disse ser “absurdo” o descaso com a unidade de saúde.
“Esse convênio precisa ser assinado e pago com urgência”, reforçou o parlamentar. Hermano Morais (MDB) e Gustavo Carvalho (PSDB) pediram “compreensão” e “sensatez” ao Governo em apartes, respectivamente.
O deputado estadual Galeno Torquato (PSD) também aparteou a fala de Kelps e denunciou que há crianças no interior do Estado com danos neurológicos em razão do não atendimento pleno do Varela Santiago, que ainda não receber a quarta parcela, no valor de R$ 575 mi, referente ao convênio de 2018.
Com 110 leitos destinados exclusivamente ao SUS, o Hospítal Varela Santiago tem um orçamento mensal de R$ 2,5 milhões. Segundo o diretor Paulo Xavier, o convênio com o Estado no valor de R$ 2,3 milhões, financia 8% desse orçamento, destinado à aquisição de insumos médicos e pagamentos pelos consumos de água e energia elétrica.
A TRIBUNA DO NORTE informou, em reportagem publicada no sábado, que, sem a renovação do convênio, o Hosptial Varela Santiago está sendo obrigado a reduzir a quantidade de atendimentos e poderá sofrer cortes nos próximos meses.
O diretor do Varela Santiago, Paulo Xavier, disse à TN que o convênio entre o Hospital e o Governo existia há 30 anos e o valor é utilizado principalmente para o pagamento de despesas como água, luz e insumos médicos. “Nós não queremos renovar porque o convênio tem 30 anos, mas sim porque o Hospital tem necessidade”, afirmouPaulo Xavier. “Nós recebemos muitos pacientes do interior, recém-nascidos com má formação congênita, e não estamos recebendo essas crianças porque elas precisam tomar a alimentação parenteral, e esse serviço está dentro desse convênio”, acrescentou.
De acordo com ele, a administração do Hospital vem tentando audiências com a governadora Fátima Bezerra desde o início da gestão, mas ainda não foram recebidos. “O convênio deveria ter sido firmado no início do ano. É normal atrasar, todos os outros atrasam, geralmente até março, abril. Mas nunca demorou tanto. Nosso temor é que ele não seja assinado”, afirma Paulo Xavier.
Caso a renovação do convênio não seja feita, o diretor afirma que a estrutura do hospital terá de ser “enxugada” para comportar o novo orçamento, com redução no número de cirurgias, atendimentos e possivelmente cortes de funcionários.
Apesar de reconhecer que o convênio ainda não foi renovado, a Secretaria de Saúde afirmou que está aberto para “conversações para a solução da celeuma, porém sem dar prazos para tal. De acordo com Petrônio Spinelli, secretário-adjunto da Secretaria de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Norte (Sesap), o fato de ainda não renovar o convênio 'não é questão de convencimento [da sua importância], mas de viabilidade econômica'. “Estamos estudando qual o melhor desenho no cenário atual para manter a sustentabilidade do hospital”, afirmou.
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