Após três décadas, risco de calote volta a assombrar economia brasileira
O temor é alimentado por uma constatação: o País é hoje assombrado
por uma nefasta combinação de recessão profunda e aumentos desenfreados
de gastos e dívidas. Pelas mais recentes projeções, a economia encolheu
4% no ano passado e deve sofrer nova contração em torno de 4% este ano. A
deterioração pode ser vista em todos os lados da sociedade. No ano
passado, cerca de 100 mil lojas fecharam as portas no Brasil. O número
de postos de trabalho fechados chegou a 1,5 milhão e o total de pessoas
desempregadas no País já atinge 9 milhões, um recorde. Cerca de 1 milhão
de alunos trocaram as escolas privadas pelas públicas, e é crescente a
quantidade de pessoas que perdem os planos de saúde e têm de recorrer ao
SUS, com todas as dificuldades de atendimento.
A atividade econômica em queda vai reduzindo as receitas com impostos
e ampliando o rombo nos caixas da União, dos Estados e dos municípios.
Hoje, não há economista que olhe para esses números e não se preocupe,
em especial com a trajetória da dívida pública, que está hoje em 66% do
PIB e pode chegar perto dos 90% no ano que vem, segundo alguns
analistas.
O governo garante que não há risco de insolvência e que tem adotado
todas as medidas possíveis para estabilizar a dívida pública. Há uma
grande preocupação principalmente com a escalada do aumento dos gastos
com a Previdência Social. Mas o governo enfrenta dificuldades em
encontrar apoio dentro do seu próprio partido para mudar esse cenário.
ESTADÃO
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