Tucanos se recusam a pagar dívida de campanha de R$ 17 mi de Serra
Patrocinado por Alckmin, o presidente do PSDB de São Paulo, deputado
Pedro Tobias, não reconhece o passivo como do diretório estadual. Sob
comando de Aécio, o PSDB nacional, por sua vez, se recusa a assumir o
rombo. Desde 2012, quando foi derrotado pelo prefeito Fernando Haddad
(PT), Serra pede ajuda a Alckmin. Sua última conversa com o governador
aconteceu semana passada, no Palácio dos Bandeirantes.
Tobias alega que o braço paulista do partido não pode ajudar Serra
porque está com seu fundo partidário bloqueado pela Justiça Eleitoral
desde junho de 2014.
A empresa Campanhas Comunicação –do jornalista Luiz González– tenta derrubar esse argumento na Justiça.
Responsável pela comunicação da campanha de Serra em 2012, a agência
levará ao Tribunal de Justiça o balanço patrimonial do PSDB de 2014 como
prova de que, em dezembro daquele ano, havia dinheiro em caixa para
quitar sua dívida, cujo valor original era de R$ 8 milhões.
Segundo a prestação apresentada ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral),
o PSDB de São Paulo encerrou 2014 com R$ 9,8 milhões em aplicações
financeiras. O PSDB estadual remeteu esse dinheiro para o diretório
nacional e hoje diz que não poderia dispor de recursos para bancar a
dívida.
“É impagável”, diz Tobias, que sempre foi contra a assumir a despesa.
Em dezembro de 2012, depois da derrota de Serra, a Executiva estadual
aceitou assumir a dívida, apesar da oposição de Tobias e de César
Gontijo, à época secretário-geral do diretório paulista. “A principal
característica do PSDB é a responsabilidade fiscal. Ela não se aplica só
à gestão pública, mas também às finanças do partido. Por isso fomos e
somos contra até hoje”, diz Gontijo.
Assim que assumiu o partido, em julho de 2014, Tobias suspendeu o
acordo para pagamento da dívida, sem juros, em 25 parcelas. A última
prestação foi paga em agosto daquele ano. Desde outubro de 2015, os
dirigentes tucanos –à exceção de Serra– não atendem aos telefonemas de
González. O jornalista foi responsável pela campanha de Gilberto Kassab,
que derrotou Alckmin na disputa pela prefeitura em 2008.
Anderson Pomini, advogado do PSDB, prepara a contestação da dívida.
Além do valor, ele também questionará a competência do diretório
estadual para pagar o débito.
A Folha apurou que os tucanos preferem manter o dinheiro aplicado com vistas a futuras campanhas.
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