AS BOLHAS QUE ENVERGONHAM

Herpes: o vírus do preconceito

 

Dói, coça e arde. Mas o pior sintoma é a queda na autoestima por causa de olhares, muitas vezes desagradáveis, que os portadores do vírus do herpes labial enfrentam, dos que não entendem o que aquele quadro significa. O preconceito ainda é o pior enfrentamento relacionado à doença, embora 90% da população mundial apresente o vírus HSV-1, incubado no organismo, e muitas vezes permaneça inativo ou sem manifestação de sintomas. Uma das preocupações, é que a literatura médica descreve que uma em cada dez mil reativações do vírus do herpes simples no nervo pode atingir o sistema nervoso central, levando a uma doença chamada encefalite herpética.

A manifestação do vírus afeta 40% dos indivíduos globalmente e, desse total, 10% chegam a apresentar até seis episódios de crise por ano – quando lesões surgem na região da boca e causam dor e constrangimento. Para o tratamento das crises existem medicamentos, de uso tópico e via oral, antivirais que aliviam os sintomas. O descontrole da replicação do vírus se dá exatamente porque não há ainda, em lugar nenhum do mundo uma droga capaz de matar o vírus. E atualmente sabe-se que o contágio se dá, em muitos casos, mesmo que a pessoa não apresente as bolhas.
Um medicamento à base de um aminoácido essencial (que não é produzido no organismo humano), a lisina, vem sendo considerado um alívio por auxiliar na prevenção e aparecimento das lesões. O laboratório Aché lançou no Brasil o  Resist, o primeiro medicamento registrado na Anvisa com essa finalidade. Para se ter um bom resultado, é preciso usar por um período, de acordo com a orientação do dermatologista.