Dilma tira poderes de comandantes militares e delega ao ministro da Defesa
Além das crises política e econômica que atingem o
governo, o Palácio do Planalto agora enfrenta problemas com a área
militar. Na quinta-feira da semana passada, a presidente Dilma Rousseff
assinou decreto que estava na gaveta da Casa Civil há mais de três anos,
tirando poderes dos comandantes militares e delegando ao ministro da
Defesa competência para assinar atos relativos a pessoal militar, como
transferência para a reserva remunerada de oficiais superiores,
intermediários e subalternos; reforma de oficiais da ativa e da reserva;
promoção aos postos de oficiais superiores; nomeação de capelães
militares, entre outros.
Hoje, esses atos são assinados pelos comandantes militares. A
medida foi recebida com “surpresa”, “estranheza” e “desconfiança” pela
cúpula militar, que não foi informada de que ela seria assinada por
Dilma.
A responsabilidade pela decisão de o decreto ter saído da gaveta
era considerada um mistério. No fim do dia, no entanto, a Casa Civil
informou que o envio do decreto à presidente atendeu a uma solicitação
da secretaria-geral do Ministério da Defesa, comandada pela petista Eva
Maria Chiavon.
O comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira,
que estava ocupando o cargo de ministro interino da Defesa, e que viu
seu nome publicado no Diário Oficial endossando o decreto, disse que não
sabia da existência dele. “O decreto não passou por mim. Meu nome
apareceu só porque eu era ministro da Defesa interino. Não era do meu
conhecimento”, disse o comandante ao deixar o desfile de Sete de
Setembro.
O ministro da Defesa, Jaques Wagner, que estava na China quando o
decreto foi editado, também demonstrou surpresa com a medida. “Posso
assegurar que não há nenhum interesse da presidente Dilma em tirar
poderes naturais e originais dos comandantes”, afirmou à reportagem.
“Ainda não estudei o decreto, mas ele visa normatizar as
prerrogativas de cada instância com a criação do Ministério da Defesa e
não tirar o que é da instância dos comandantes”, justificou. Wagner
lembrou que o decreto ainda não entrou em vigor e que “qualquer erro
ainda pode ser corrigido”.
Repercussão
O decreto gerou “uma histeria geral”, pela maneira como foi feita a
publicação, sem que a cúpula militar fosse avisada. “Há uma preocupação
de que este decreto, que estava dormindo há anos, foi resgatado por
algum radical do mal ou oportunista, com intuito de criar problema”,
disse um oficial-general, ao lembrar que a publicação do texto foi
“absolutamente desnecessária”.
Outro militar afirmou que “faltou habilidade política de quem tirou
o decreto da cartola, em um momento em que o governo já enfrenta tantas
dificuldades, criando uma nova aresta, pela forma como foi feita”. Este
mesmo militar comentou que, mesmo o ministro da Defesa podendo delegar
aos comandantes os poderes previstos no decreto, a medida é uma retirada
de atribuição dos chefes das três Forças e que, no mínimo, a boa regra
de relacionamento ensina que você avise a quem será atingido.
Um comentário:
as forças armadas é culpada do que esta acontecendo, se não tivesse entregue o Brasil a esse bando de canalhas a coisa não estaria assim.
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