Venda dos imóveis ociosos do Governo serviria para aplacar a seca, construir hospitais e amenizar dificuldades financeiras do RN
No mesmo dia, outro veículo de comunicação local apresentava matéria
sobre a lotação no hospital Walfredo Gurgel. O governador Robinson Faria
pretende fazer um hospital de traumas na zona oeste ainda em sua gestão
para desafogar o principal equipamento de saúde do Rio Grande do Norte.
Já a crise financeira que acomete o RN e demais estados se tornou
parte da paisagem jornalística dos periódicos locais e nacionais.
Enquanto outras unidades federativas, bem mais ricas que as terras de
poti, diga-se de passagem, parcelam e até atrasam salários, Robinson
Faria envida toda carga para pagar a folha em dia.
O que fazer diante de cenário tão adverso? Ora, às vezes, a resposta está no nosso quintal.
O Governo do RN tem aproximadamente 6 mil imóveis (equipamentos,
prédios, terrenos) de patrimônio. É difícil precisar quantos exatamente
utiliza e quantos são plenamente ociosos, apenas gerando um gasto de
manutenção desnecessário. Seria necessário fazer um grande estudo, um
censo qualificado sobre o assunto. Mas é inegável que, mesmo a olho nu,
há possibilidades objetivas de desfazer de parte desse passivo, para
resolver questões estratégicas.
Por exemplo, enquanto sofremos com uma seca há mais de cinco anos,
agentes privados lucram com o aluguel de campos de futebol no aeroclube,
que está situado em terreno público. Enquanto falta o hospital de
traumas, a fazenda da emparn em Parnamirim só serve de criadouro de
caranguejeira e virou esconderijo para arrombadores de residência do seu
entorno. Nada há que possa ser chamado de pesquisa na vasta área (este
que escreve mora próximo a referida fazenda). Não é possível deixar de
mencionar ainda as pitorescas oficinas inutilizadas que se encontram ao
lado colégio das neves em Natal.
São apenas três exemplos de que há sim, com racionalidade e critério,
de onde tirar, além de enxugar. A Companhia de Processamento de Dados
do RN – DATANORTE – responsável por cuidar desse patrimônio leva quase
R$ 100 milhões de reais por ano do orçamento. Leiloando os seus
penduricalhos, além do capital para investir em mobilidade e áreas
sociais, o Governo do Estado ainda diminuiria sua máquina.
Essa solução não tem nada de revolucionária. A união já anunciou
plano semelhante em que pretende arrecadar mais de R$ 1,9 bilhão com a
iniciativa. Administrações estaduais vão numa pegada semelhante – Rio
Grande do Sul, Paraná, Goiás, São Paulo e o Amazonas articulam projetos
com a mesma linha.
O Governo do RN e a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte
deveriam ser sensíveis a tal possibilidade. Afinal, quem está com sede
ou precisa de um médico tem pressa. Não pode esperar.
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