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O empresário da Toyo Setal e delator da Operação Lava Jato, Júlio Camargo, disse ao juiz Sergio Moro nesta quinta que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu propina em um contrato de navios-sonda da Petrobras.
A informação foi confirmada por um dos procuradores que atuam na Força-Tarefa da Operação Lava Jato. No depoimento, Camargo disse que o pedido de propina teria ocorrido pessoalmente.
É a primeira vez que Camargo, cujo acordo de delação premiada foi homologado em dezembro do ano passado, cita Eduardo Cunha como destinatário da propina.
O nome de Eduardo Cunha surgiu quando o delator respondia ao juiz Sergio Moro se vinha sendo pressionado a pagar propina por Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB em contratos com a Petrobras.
Camargo contou que procurou Baiano para intermediar um encontro com Eduardo Cunha por causa de requerimentos apresentados na Câmara dos Deputados contra ele, Camargo, e contra a empresa Mitsui.
Pelo relato de Camargo, Cunha teria dito que havia um débito “entre você e o Fernando Baiano”, quando então pediu US$ 5 milhões, relativos a um contrato de navios-sonda com a Petrobras.
A informação foi antecipada pelo jornal “O Globo” na tarde desta quinta-feira (15). Ao jornal, Camargo disse que foi pressionado por Cunha a pagar US$ 10 milhões em propinas para que o contrato fosse viabilizado e pediu US$ 5 milhões pessoalmente a ele.