Artigo
Por Ricardo Sobral (ricms@uol.com.br)
"O TEMPORA! O MORES!"
ANOS 60. Sucessão de Carlos Lacerda, governador do então estado da Guanabara. O candidato natural, mais cotado e viável eleitoralmente era o advogado Raphael de Almeida Magalhães.
Preparado, discurso articulado, bem situado no sistema político Lacerdista, filho do poderoso advogado e jornalista Dario de Almeida Magalhães, dava-se como favas contadas sua eleição. Já próximo da convenção partidária para escolha do candidato, descobriu-se que Raphael não era casado. Setores conservadores na época majoritários - inclusive a igreja -, não aceitavam um governador que não fosse casado. Rafael vivia em o que hoje se chama de união estável. Negrão de Lima foi eleito governador apoiado pelo lacerdismo.
ANOS 90. Fernando Collor de Melo, por causa de uma carroça chamada FIAT ELBA que ele não comprara, mas que recebera de presente, sofre o primeiro impedimento da historia da república brasileira. Aos 42 anos de idade já era ex-presidente. Teve seus direitos políticos suspensos. Lindemberg Farias, paraibano radicado no Rio de Janeiro, então líder estudantil e dos caras pintadas, símbolo do movimento “fora collor”, hoje é seu colega e amigão no Senado.
2013. Julgamento do Mensalão. Politicamente, Luiz Inácio e seu partido são subprodutos da ditadura de 64. O regime de exceção, via AI 5 e decreto 477, tolheu o surgimento de novas lideranças políticas no Pais, que se revelam na vida universitária e nos parlamentos. Essa, no meu sentir, é a herança maldita da ditadura: a falta de renovação política. Inegável que Luiz Inácio teve uma participação importante no processo de redemocratização liderado por Ulisses Guimarães. Isso não se pode negar, mesmo que ele tenha se
negado como constituinte a assinar a constituição de 1988, a qual ele viria a jurar cumprir futuramente quando assumiria a presidência. Para a decepção de todo democrata sincero, Luiz Inácio e seu partido apodreceram no poder, chafurdando no mar da corrupção. Milita em grave equívoco quem aceita as falcatruas atuais, justificando-as com as do passado; ambas do domínio público. Tanto estas quanto àquelas são inaceitáveis. Em certo sentido, FHC tem um pecado maior do que o de Luiz Inácio, pois aquele, o chefe de Estado mais letrado de seu tempo, tinha plena consciência do que estava fazendo, ao contrario deste, totalmente jejuno, cercado por lobos famintos chamando-o de gênio. O mensalão e seu julgamento são, respectivamente, fenômenos - político e jurídico - mais complexos do que imaginamos. Entre nós, quando ocorrem insurgências são motivadas por consequências, não se enfrenta a causa. Confundir-se causa e efeito é a mais eloquente manifestação de ignorância. Foge-se da verdade como dizem que o demo foge da cruz. É preciso enfrentar a verdadeira causa das nossas misérias. Voto no Brasil virou mercadoria de terceira. Compra-se em todo canto e em todas as moedas, desde o vil metal sonante às esmolas institucionalizadas. O sistema é perverso: gera o chamado efeito dominó, o qual, em círculos concêntricos, chega até às cúpulas dos Poderes do Estado.
Por Ricardo Sobral (ricms@uol.com.br)
"O TEMPORA! O MORES!"
ANOS 60. Sucessão de Carlos Lacerda, governador do então estado da Guanabara. O candidato natural, mais cotado e viável eleitoralmente era o advogado Raphael de Almeida Magalhães.
Preparado, discurso articulado, bem situado no sistema político Lacerdista, filho do poderoso advogado e jornalista Dario de Almeida Magalhães, dava-se como favas contadas sua eleição. Já próximo da convenção partidária para escolha do candidato, descobriu-se que Raphael não era casado. Setores conservadores na época majoritários - inclusive a igreja -, não aceitavam um governador que não fosse casado. Rafael vivia em o que hoje se chama de união estável. Negrão de Lima foi eleito governador apoiado pelo lacerdismo.
ANOS 90. Fernando Collor de Melo, por causa de uma carroça chamada FIAT ELBA que ele não comprara, mas que recebera de presente, sofre o primeiro impedimento da historia da república brasileira. Aos 42 anos de idade já era ex-presidente. Teve seus direitos políticos suspensos. Lindemberg Farias, paraibano radicado no Rio de Janeiro, então líder estudantil e dos caras pintadas, símbolo do movimento “fora collor”, hoje é seu colega e amigão no Senado.
2013. Julgamento do Mensalão. Politicamente, Luiz Inácio e seu partido são subprodutos da ditadura de 64. O regime de exceção, via AI 5 e decreto 477, tolheu o surgimento de novas lideranças políticas no Pais, que se revelam na vida universitária e nos parlamentos. Essa, no meu sentir, é a herança maldita da ditadura: a falta de renovação política. Inegável que Luiz Inácio teve uma participação importante no processo de redemocratização liderado por Ulisses Guimarães. Isso não se pode negar, mesmo que ele tenha se
negado como constituinte a assinar a constituição de 1988, a qual ele viria a jurar cumprir futuramente quando assumiria a presidência. Para a decepção de todo democrata sincero, Luiz Inácio e seu partido apodreceram no poder, chafurdando no mar da corrupção. Milita em grave equívoco quem aceita as falcatruas atuais, justificando-as com as do passado; ambas do domínio público. Tanto estas quanto àquelas são inaceitáveis. Em certo sentido, FHC tem um pecado maior do que o de Luiz Inácio, pois aquele, o chefe de Estado mais letrado de seu tempo, tinha plena consciência do que estava fazendo, ao contrario deste, totalmente jejuno, cercado por lobos famintos chamando-o de gênio. O mensalão e seu julgamento são, respectivamente, fenômenos - político e jurídico - mais complexos do que imaginamos. Entre nós, quando ocorrem insurgências são motivadas por consequências, não se enfrenta a causa. Confundir-se causa e efeito é a mais eloquente manifestação de ignorância. Foge-se da verdade como dizem que o demo foge da cruz. É preciso enfrentar a verdadeira causa das nossas misérias. Voto no Brasil virou mercadoria de terceira. Compra-se em todo canto e em todas as moedas, desde o vil metal sonante às esmolas institucionalizadas. O sistema é perverso: gera o chamado efeito dominó, o qual, em círculos concêntricos, chega até às cúpulas dos Poderes do Estado.

8 comentários:
O Sr Ricardo diz no texto que "Luiz Inácio e seu partido apodreceram no poder, chafurdando no mar da corrupção" e que o FHC foi "chefe de Estado mais letrado de seu tempo". A propósito o Sr já leu o livro de Palmério Dória intitulado Príncipe da privataria, sobre a compra de votos para a sua reeleição. . O mensalão tá longe de ser o maior escândalo de corrupção do País. Lula foi o Presidente mais popular da história do País. Sr Ricardo que é bem "letrado" não disse que FHC queria mesmo era submeter nosso País aos EUA. Lula e o PT sim, querem e lutam por um Brsil para os Brasileiros.
brasil para os mensaleiros so se for
o PT privatiza tambem, mais que o FHC, e alem de privatizar ele da deu a referinaria a bolivia perdoou a divida de bilhoes de reais de deitaores sanguinarios da africa alem de corruptos igual ao PT aliais ele recebeu por fora ne como sempre!
valeu joao pelo testo o Pt consegui transformar o brasileiro em escravo hoje o povo vive num ciclo vicioso onde se nao votar perde o bolsa familia, o povo prescisa e de empregos e outros como o anonimoa ai em cima so falam em privatizaçoes so quem tem medo das privatizaçoes sao os funcionarios publicos de empresas que prestam pessimos serviços publicos eles tem medo de acabar a boquinha muita gente ganha 50, 80 mil para nao fazer nada na privatizaçao o brasil vai para frente muita gente acomodado na rede comendo do bolsa familia(os assaltantes do MST, e todos os vagabundos) ou trabalha ou as coisas ficam preta
para os decentes e trabalhadores como eu e joao andre estaremos unm paraiso!
Lula é muito inteligente para ludibriar os brasileiros com esse bolsa família propagando a cultura da vagabundagem em nosso país, ele tinha era que ter feito era uma politica que gerasse emprego para o povo e não acomodá-los. Alguém viu a veja esta semana? Ela mostra uma cidade do Maranhão que 90% de sua população vive do bolsa família é brincadeira!
Quem é Ricardo Sobral para criticar Lula? Ricardo já trabalhou politicamente pelo menos umas duas vezes apoiando e inclusive sendo candidato da base de lula. inclusive há quem diga que discursava bêbado nas praças de Ceará-Mirim-RN
RICARDO TEM RODA RAZAO DO MUNDO!.
Vc tem razao! Realmente, bebi uma vez. Luiz Inacio nunca bebeu.
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