20/09/2011

A INTOCÁVEL




“Não mexam com Dilma”, diz revista americana Newsweek


A revista americana Newsweek traz, em sua edição desta semana, um especial avaliando as condições das mulheres em diferentes sociedades. A série, entitulada “Relatório do progresso global das mulheres”, analisa diversos fatores relativos ao posicionamento das mulheres na sociedade em diferentes países, e traz uma lista com as dez melhores e as dez piores nações para elas. Além disso, a Newsweek também tem entrevistas e perfis de algumas das mulheres mais poderosas e importantes e, em destaque, está a presidente Dilma Rousseff, como exemplo de mulher que “chegou ao poder em um país machista como o Brasil”.

Ela [Dilma] acorda cedo de manhã para passear pelos jardins, lê em seu iPad e já está em sua mesa às 9h15 da manhã, onde ficará até nove da noite.
No trabalho, é dura, taciturna e tem pavio curto. [Dilma] Rousseff não tolera tolos ou pessoas despreparadas, diz um assessor, e a lenda diz que vários burocratas do Estado foram silenciados ou caíram em choro depois de uma bronca presidencial.
Sua resiliência serviu bem a Brasília. Sua coalizão de dez partidos, liderados pelo poderoso Partido dos Trabalhadores que a levou ao poder, está no poder em quase todas as áreas. (…) Ela transformou escândalos de corrupção em vitória política, usando-os como oportunidade para expurgar oficiais corruptos. Em seus lugares, colocou colegas e confidentes de longas datas, sempre liderados por outras mulheres.

Segundo o jornal, a postura dura de Dilma é o que mais chama a atenção em sua gestão, e é também reflexo da evolução brasileira no tratamento dado às mulheres. A revista exalta também o fato de Dilma ter nomeado várias mulheres para compôr seu governo, algo que, segundo a Newsweek, demonstra a intenção da presidente de aumentar a visibilidade das mulheres.

As mulheres correspondem a um terço do gabinete de Rousseff – um matriarcalismo no coração da machista Brasília, cuja razão de ser é servir lealmente a Rousseff, e não aos grandes políticos. Até Lula, o insubstituível presidente, parece estar ofuscado.

Apesar de colocar Dilma à frente das outras 20 mulheres chefes de Estado em todo o mundo, a Newsweek afirma que o Brasil ainda tem muito a desenvolver. Mesmo considerando a presidente uma das mulheres mais importantes e influentes, o Brasil não integra a lista das 10 melhores nações para elas. A corrupção em Brasília e a mentalidade machista também são empecilhos. Ainda assim, lá está ela, Dilma Rousseff, a única presidente a estampar o especial da revista como uma das mais importantes em todo o mundo.

Época

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