
Debate sobre economia e desigualdade social marca abertura do Seminário de Programa do PSTU/RN
Diferente dos partidos e das candidaturas que representam os empresários, o PSTU decidiu discutir um projeto socialista com os trabalhadores do Rio Grande do Norte. Para isso, reuniu intelectuais, professores, servidores públicos, dirigentes sindicais e representantes dos movimentos sociais em torno de um Seminário Estadual de Programa. O objetivo é condensar um conjunto de propostas que serão apresentadas pela candidata ao governo Simone Dutra, para resolver os problemas da classe trabalhadora e da população pobre do estado. No último sábado(24), na sede do Sindicato dos Bancários, o PSTU potiguar deu início ao ciclo de discussões para a construção de um programa socialista para o RN.
O Seminário foi aberto pelo candidato ao Senado e veterano militante do partido, o professor Dário Barbosa. Ele ressaltou a importância da iniciativa tomada pelo PSTU. “Para nós é muito importante conversar com os trabalhadores e discutir com eles as soluções para os seus problemas em base a um programa socialista. Estamos realizando esse Seminário porque queremos que nosso programa de governo reflita as necessidades da classe trabalhadora e do povo pobre.”, disse.
Economia, desemprego e desigualdade social
A primeira mesa de debates do Seminário ocorreu pela manhã e contou com a participação do professor da FARN e doutor em Ciências Sociais, Joaquim Pinheiro, do técnico do Dieese/RN Melquisedec Moreira e da candidata ao governo do RN pelo PSTU, Simone Dutra.
Joaquim Pinheiro focou sua exposição na afirmação de que a condição de subdesenvolvimento do Brasil e do Rio Grande do Norte não é uma falha do capitalismo que poderia ser corrigida pelo próprio sistema. Para o professor, o subdesenvolvimento faz parte da lógica do capitalismo, e estados e países atrasados só estão nessa situação porque os que são desenvolvidos se beneficiam da condição pobre dos outros. “O capitalismo se desenvolve a partir do atraso dos outros. O lado moderno e o lado atrasado não são antagônicos. Eles são complementares no capitalismo. O moderno se alimenta do atrasado.”, argumentou Joaquim Pinheiro.
Joaquim Pinheiro focou sua exposição na afirmação de que a condição de subdesenvolvimento do Brasil e do Rio Grande do Norte não é uma falha do capitalismo que poderia ser corrigida pelo próprio sistema. Para o professor, o subdesenvolvimento faz parte da lógica do capitalismo, e estados e países atrasados só estão nessa situação porque os que são desenvolvidos se beneficiam da condição pobre dos outros. “O capitalismo se desenvolve a partir do atraso dos outros. O lado moderno e o lado atrasado não são antagônicos. Eles são complementares no capitalismo. O moderno se alimenta do atrasado.”, argumentou Joaquim Pinheiro.
Joaquim Pinheiro: "Capitalismo se desenvolve a partir do atraso dos outros"
Para o professor, é preciso romper com essa lógica do sistema capitalista, que se favorece bastante com a desigualdade entre países, regiões e estados.
“Falta um governo com vontade política”
O técnico do Dieese/RN e mestre em Ciências Sociais, Melquisedec Moreira, forneceu dados e informações sobre as finanças do Rio Grande do Norte, mostrando que os governos sempre investiram muito pouco no desenvolvimento do estado. “Os governos só pensam em favorecer as grandes empresas, enquanto as micro e pequenas empresas ficam fora dos grandes investimentos.”, afirmou Moreira.
De acordo com os gráficos apresentados, a taxa de crescimento da arrecadação do ICMS no RN, por exemplo, foi de 5,3% entre 2008 e 2009. Entretanto, essa elevação não se reverteu em investimentos e melhorias consideráveis para a população.
Para se ter uma ideia do que isso significa, basta verificar quanto o atual governo investiu no ano passado em saneamento básico, um dos problemas mais críticos do estado. Espantosamente, a planilha do Dieese assinala que não foi investido um único centavo no setor.
Melquisedec ainda afirmou que o RN possui uma margem grande para endividamento, o que permitira buscar empréstimos junto ao BNDES para realizar investimentos e melhorar a vida da população. “Mas falta um governo com vontade política.”, sentenciou Melquisedec.
“A situação dos trabalhadores é de intensa exploração”
A última exposição da mesa ficou por conta da candidata ao governo do Rio Grande do Norte, Simone Dutra, que apresentou dados sobre a pobreza, o desemprego e a desigualdade social do estado. Simone afirmou que, embora o RN seja um dos estados que mais cresceram economicamente nos últimos anos, com um PIB de R$ 22,9 bilhões, a média salarial dos trabalhadores não avançou na mesma proporção e se manteve muito baixa. “A situação dos trabalhadores é de intensa exploração. As empresas deste estado recebem generosos benefícios por parte dos governos e lucram muito com isso. Entretanto, a média de salário inicial dos trabalhadores em 2009 foi de apenas R$ 582,42. Os piores salários no RN vêm dos setores da agropecuária, do comércio e da indústria, que pagam R$ 504,27, R$ 527,94 e R$ 550,08, respectivamente.”, destacou Simone.
Para se ter uma ideia do que isso significa, basta verificar quanto o atual governo investiu no ano passado em saneamento básico, um dos problemas mais críticos do estado. Espantosamente, a planilha do Dieese assinala que não foi investido um único centavo no setor.
Melquisedec ainda afirmou que o RN possui uma margem grande para endividamento, o que permitira buscar empréstimos junto ao BNDES para realizar investimentos e melhorar a vida da população. “Mas falta um governo com vontade política.”, sentenciou Melquisedec.
“A situação dos trabalhadores é de intensa exploração”
A última exposição da mesa ficou por conta da candidata ao governo do Rio Grande do Norte, Simone Dutra, que apresentou dados sobre a pobreza, o desemprego e a desigualdade social do estado. Simone afirmou que, embora o RN seja um dos estados que mais cresceram economicamente nos últimos anos, com um PIB de R$ 22,9 bilhões, a média salarial dos trabalhadores não avançou na mesma proporção e se manteve muito baixa. “A situação dos trabalhadores é de intensa exploração. As empresas deste estado recebem generosos benefícios por parte dos governos e lucram muito com isso. Entretanto, a média de salário inicial dos trabalhadores em 2009 foi de apenas R$ 582,42. Os piores salários no RN vêm dos setores da agropecuária, do comércio e da indústria, que pagam R$ 504,27, R$ 527,94 e R$ 550,08, respectivamente.”, destacou Simone.
A candidata do PSTU ainda explicou como se deu o crescimento econômico das grandes empresas do RN e o porquê desse crescimento não se reverter em benefícios para os trabalhadores. “Durante os anos 90, com o projeto do neoliberalismo, os governos fizeram de tudo para atrair empresas para o estado. Através do PROADI (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial), os governos concederam isenção do ICMS aos empresários, empréstimos com juros de 3% ao ano e redução de suas dívidas em 75% e 99%. Apoiadas nessa política e nos baixos salários pagos aos trabalhadores, as empresas cresceram e aumentaram seus lucros. As indústrias têxteis foram algumas das que mais se beneficiaram com isso.”, explicou Simone.
Simone Dutra finalizou o debate alertando que esta situação não mudará enquanto não houver um governo socialista, de trabalhadores, capaz de inverter a lógica dos privilégios das empresas sobre a população pobre e a classe trabalhadora. “Precisamos de um governo nosso, que pare de beneficiar os empresários e coloque a economia do RN a serviço daqueles que produzem a riqueza do estado. Mas não podemos esquecer que a libertação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores.”, concluiu a candidata ao governo.
Caderno de propostas As formulações que surgirem durante o Seminário de Programa do PSTU/RN serão condensadas em um Caderno de Propostas, que estará disponível no blog do partido após o término do evento, no dia 31 de julho.
Simone Dutra finalizou o debate alertando que esta situação não mudará enquanto não houver um governo socialista, de trabalhadores, capaz de inverter a lógica dos privilégios das empresas sobre a população pobre e a classe trabalhadora. “Precisamos de um governo nosso, que pare de beneficiar os empresários e coloque a economia do RN a serviço daqueles que produzem a riqueza do estado. Mas não podemos esquecer que a libertação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores.”, concluiu a candidata ao governo.
Caderno de propostas As formulações que surgirem durante o Seminário de Programa do PSTU/RN serão condensadas em um Caderno de Propostas, que estará disponível no blog do partido após o término do evento, no dia 31 de julho.
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