08/05/2010

A VOCÊ MAMÃE

A NOSSA AMIGA RADIALISTA AURA VALÉSIA MATOS DE OLIVEIRA, NOS MANDOU ESTA CRÔNICA DEDICADA AS MÃES E POSTAMOS COM TODO PRAZER.

MÃE SANTA / FADA / BRUXA
Os filhos, geralmente vêem suas mães como santas, aquelas que não erram e que não podem pensar como uma mulher normal. Outros as consideram verdadeiras fadas de contos. Mas, também existem aqueles filhos que vão mais longe, as vêem como bruxas insuportáveis.
O mundo das mães é o mundo dessas criaturas que geram vida, produzem leite e conforto, mas que também, com movimentos instintivos, expulsam o bebê do aconchego quentinho do seu ventre para o bafo gelado da vida real.

Os filhos crescem junto das mães, chamando por elas o tempo todo, desejando seu amparo e proteção. Porém, com o passar dos anos um processo de distanciamento natural acontece, atingindo seu ponto máximo por volta dos 13 ou 14 anos, quando então o colo materno é substituído pela cama, ou sofá macio. Não mais a mamadeira, mas o telefone, o objeto nutridor transforma-se em mouse, tela, teclado, é o mundo secreto, a portas fechadas com os amigos. Nesse mundo fica proibida a entrada de mães.

Quando observo jovens nessa faixa de idade, percebo que existe realmente uma regra que é comum a todos para alcançar a condição de adulto, precisam crescer fora das vistas da mãe.

As mães também temem que seus filhos cresçam e saiam pelo mundo, é quando aparece o lado bruxa seduzindo com doces e facilitações, reduzindo ou mesmo cortando as asas dos filhos para que fiquem para sempre ao seu lado.

Mas como tudo tem seu lado “B”, nesta fase também está presente a outra polaridade. Oscilando entre desejo e medo de crescer, o adolescente regride para o colo da mãe, mas basta sentir que a proximidade ganha ares de superproteção, escapa para seu esconderijo fechando a porta atrás de si. As mães da mesma maneira, quando percebem seus filhos infantilizados e limitados nas obrigações da vida, se assustam e abrem novamente a portinha. Indo e vindo nesse processo de regressão e progressão vai sendo construída a estrada rumo à concretização da personalidade.

Mãe boa, mãe má, filho bom e filho mau. Todas essas nuances e polaridades do mesmo ser nos levam à conclusão de que não existe nem fadas nem bruxas, apenas mães em sua natureza plena.

“FELIZ DIAS DAS MÃES”




Um comentário:

AURA VALESIA disse...

Mss uma vez quero agradecer-lhe pela atençao dispensada. Fico honrada com suas palavas.
Um grande abraço