10/01/2024

QUANDO LULA DIZ QUE 'A ESQUERDA NUNCA INVADIU O CONGRESSO' CERTAMENTE ELE ESQUECEU ESSE VÍDEO

Vídeo da esquerda invadindo a Câmara em 2006 volta a viralizar

Há quase 18 anos, centenas de integrantes do grupo de esquerda Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) invadiram a Câmara dos Deputados. Naquela ocasião, por volta das 15h do dia 6 de junho de 2006, um ataque violento deixou diversas pessoas feridas, a maioria delas funcionárias da Casa. O ato em questão era comandado por Bruno Maranhão, líder do MLST na época e um dos fundadores do PT.

Nos últimos dias, registros daquela invasão do MLST voltaram a viralizar nas redes sociais. Em um deles, publicado pelo deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM), é relembrada inclusive uma fala proferida no dia 8 de janeiro de 2023, pelo presidente Lula (PT), na qual o petista diz: “Nunca vocês viram alguma notícia de algum partido de esquerda, de algum movimento de esquerda, que invadisse o Congresso”.

A realidade, porém, é bem diferente da fala de Lula, e aparece inclusive nos relatos dos veículos de imprensa que registraram o 6 de junho. Na TV Globo, por exemplo, o âncora William Bonner disse em pleno Jornal Nacional que o “Brasil assistiu a um atentado contra a democracia”. William Waack, então no comando do Jornal da Globo, foi ainda mais enfático e chamou os invasores de “grupo sem lei”.

– Ninguém precisa ficar surpreso com a depredação da Câmara dos Deputados hoje por um grupo sem lei, que se intitula sem-terra, comandado por um dirigente nacional do PT – destacou Waack.



O vídeo com a exposição da fake news de Lula, publicado pelo deputado em 9 de janeiro do ano passado, dia seguinte aos atos na Praça dos Três Poderes, trouxe ainda um trecho de uma reportagem da Globo que ilustrou claramente o quão violenta foi a invasão de 6 de junho de 2006.

– A segurança foi pega de surpresa, os manifestantes chegaram de uma vez, viraram um carro e começaram a atirar paus, cadeira, cones, pedra contra os seguranças (…). E a multidão enfurecida invadiu o prédio da Câmara obedecendo ao comando do movimento – dizia um dos trechos da matéria.

Na época, a agência de notícias da Câmara noticiou que um dos servidores da Polícia Legislativa, identificado como Normando Fernandes, chegou a ser levado para a UTI de um hospital de Brasília em razão de um afundamento craniano frontal esquerdo e edema cerebral. Posteriormente, ele se recuperou dos ferimentos.

Os manifestantes, incluindo o líder do movimento, Bruno Maranhão, foram presos. Entre as reivindicações do MLST estavam a atualização do índice de produtividade da terra (critério utilizado para se classificar uma área como produtiva ou não) e a revogação de uma lei que proibia, por dois anos, vistorias em terras ocupadas.

O desenrolar jurídico do caso, no entanto, foi bem diferente da condução atual do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Pouco mais de um mês depois do ocorrido, no dia 18 de julho de 2006, o jornal O Estado de São Paulo noticiou que a Justiça Federal mandou soltar os últimos 32 integrantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) que permaneciam presos.

Na ocasião, o jornal noticiou que 539 ativistas chegaram a ser detidos por causa da invasão, mas boa parte deles foi solta logo nos primeiros dias após o ocorrido. Já sobre a soltura dos últimos 32 integrantes do MLST, segundo o veículo, havia um posicionamento contrário do Ministério Público Federal (MPF) que, na época, defendia que eles continuassem detidos.

pleno.news

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