23/11/2021

LULA E PT VOLTAM A DEFENDER PAUTAS ANTIDEMOCRÁTICAS

Apoio a ditadores e controle da mídia: Lula e PT voltam a defender pautas antidemocráticas

Apesar do discurso do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em defesa da “reconstrução” da democracia diante do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o líder petista e outras lideranças da sigla costumam dar apoio a ditadores de esquerda. Também defendem com frequência a regulamentação da mídia – o que, para seus críticos, seria uma forma de controlar e impor restrições à imprensa e às redes sociais, principalmente porque é isso que costuma ser feito nas ditaduras defendidas pelo PT.

Nos últimos dias, Lula e outros dirigentes do partido voltaram a enaltecer ditaduras de esquerda ou a minimizar críticas a regimes autoritários como os de Cuba, Nicarágua e China. E também defenderam a regulação da mídia.

Recentemente, por exemplo, a cúpula do partido chegou a publicar uma nota de saudação às eleições da Nicarágua, que deram a vitória ao ditador Daniel Ortega, no poder há 14 anos. O pleito, contestado por observadores e políticos internacionais, foi realizado sem a presença de opositores de Ortega, que foram presos.

A manifestação do PT acabou sendo criticada tanto por opositores, quanto por apoiadores do ex-presidente Lula. Com o episódio, a sigla excluiu a nota de seu site. E ea presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), alegou que o texto sobre as eleições na Nicarágua não havia sido submetido “à direção partidária”. Gleisi afirmou ainda que a posição do partido, sobre qualquer país, “é de defesa da autodeterminação dos povos contra interferência externa e respeito à democracia”.

Mas, em entrevista ao jornal espanhol El País, no fim de semana, Lula minimizou as críticas ao regime da Nicarágua. Ao ser questionado sobre qual seria o diagnóstico dele sobre o fato de as eleições na Nicarágua não terem sido reconhecidas pela comunidade internacional, ele respondeu que era contra a candidatura de Daniel Ortega, mas que a decisão de mantê-lo no poder é do povo. “Posso ser contra, mas não posso interferir nas decisões de um povo", disse o ex-presidente.

Lula também comparou o ditador Ortega, eleito num processo criticado pela comunidade internacional, a líderes de países democráticos que chegaram ao poder em eleições limpas e sem contestações. "Por que Angela Merkel [primeira-ministra da Alemanha] pode ficar 16 anos no poder, e Daniel Ortega não? Por que Margaret Thatcher [ex-primeira ministra britânica] pode ficar 12 anos no poder, e [Hugo] Chávez [ex-ditador falecido da Venezuela] não? Por que Felipe González [ex-primeiro ministro da Espanha] pôde ficar 14 anos no poder?”, questionou o petista.

Ao ser confrontado com o fato de que Ortega mandou prender seus opositores, ao contrário dos demais citados, Lula disse que não pode julgar o que aconteceu na Nicarágua. “Eu fui preso no Brasil. Não sei o que essas pessoas fizeram. Só sei que eu não fiz nada”.

A Nicarágua é apontada como uma ditadura de esquerda, sob o comando de Ortega, com supressão de direitos civis e políticos. Antes do pleito, o presidente nicaraguense mandou prender sete candidatos adversários e, pelo menos, 130 dos seus simpatizantes.

Gazeta do Povo

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