01/07/2021

APÓS OFENSA A GAYS, SIKÊRA JR. PERDE PATROCÍNIOS: 'RAÇA DESGRAÇADA' - DIZ APRESENTADOR

“Raça desgraçada”: após ofensa a gays, Sikêra Jr perde patrocínios e se defende

Uma ofensa à comunidade LGBTQIA+ parece estar custando caro ao apresentador Sikêra Jr., que, na última sexta-feira (25), no comando do Alerta Nacional, afirmou que homossexuais eram uma “raça desgraçada”. No começo desta semana, marcas como a MRV (engenharia), TIM (telefonia) e Magazine Luiza (varejo).

“A MRV acredita e pratica a diversidade, a companhia não compactua com qualquer forma de preconceito, por isso programas que pregam a intolerância e o preconceito não podem fazer parte dos nossos planos de mídia. Ao longo de 41 anos de história, o propósito de construir sonhos que transformam o mundo da MRV foi reinventado e ampliado para ajudar a construir um mundo cada vez mais justo, é uma questão de princípios: o respeito ao próximo está em sintonia com tudo em que acreditamos”, declarou a MRV.

“A TIM Brasil informa que já realizou a suspensão da propaganda da plataforma de anúncios automáticos. A companhia reforça que não está ligada a movimentos, nem compactua com disseminação de notícias falsas e discursos de ódio”, pontuou a TIM.

A rede Magazine Luiza também comunicou que está se afastando do programa nas redes sociais. A marca não anunciava no programa, porém agora cancelará a rede de propagandas automáticas nas transmissões do programa pelo YouTube. “O Magalu é contra qualquer forma de LGBTfobia e nunca admitiremos isso. Não patrocinamos o programa, mas havia anúncios sendo exibidos de forma automática pelo Youtube no canal. Eles já foram bloqueados e não serão mais exibidos”.

O Correio também procurou a Rede TV! (emissora que transmite o programa de Sikêra Jr.) para comentar o caso. A emissora reforçou que o apresentador se retratou pelas falas na edição desta terça-feira (29) do programa. Leia na íntegra:

“Senhoras e senhores, ontem o assunto no Brasil era o Lázaro, que morreu. Aí eu disse: ‘Olha, não é um bom momento para falar o que estou querendo desde sexta-feira (25). Ontem parecia que se eu falasse iria aparecer uma cortina de fumaça. A gente fala no meio aqui, sai pela tangente e está tudo certo’. Não, eu guardei para hoje.

Eu quero pedir licença aos meus colegas e diretores para falar algo que está me incomodando desde a última sexta-feira. Estou recebendo milhares de mensagens incomodadas com o comentário que fiz sobre um comercial que se utilizou de crianças para falar sobre homossexuais.

Recebi muito apoio e ataque. E colegas que trabalham nesse canal também foram atacados. Tudo que falo nesse programa é de minha responsabilidade. Nunca fugi [de minha responsabilidade] e não vai ser agora. Mantenho a minha palavra. Quem trabalha comigo sabe do respeito que tenho por todos, independente da religião, cor da pele, sexo. Desafio qualquer um que me critica a encontrar tantos homossexuais trabalhando na frente e por trás das câmeras.

Faço questão de trabalhar com gente livre para demonstrar o que pensa. Mas eu, como pai e avô, não posso me calar para vender uma ideologia. Criança precisa estudar, brincar e principalmente ser criança.

Dito isso, eu preciso reconhecer que me excedi. No calor do comentário, posso ter usado palavras que me arrependo, sou humano. Errei, erro e vou errar, quantas vezes já repeti isso aqui? Sou humano! O que eu tenho sofrido com essa situação… ninguém está tá imune de errar.

Como falei, tenho a responsabilidade de pedir desculpas publicamente. Aprendi muito com essa lição. Vou seguir defendendo a família tradicional, mas sem desrespeitar. Esse programa não tem censura. Vou continuar defendendo a família brasileira, vou continuar defendendo as crianças. Deixem nossas crianças brincarem, crescerem, respeitem esse direito. Eu falei como pai e avô!

Você que disse que não assiste a esse programa, você que se sentiu ofendido: lhe peço perdão. Extrapolei como nunca, revoltado com o que vi naquele comercial, e continuo contra, minha opinião continua a mesma. Mas você que se sentiu ofendido, o que eu posso dizer é que me perdoe”.

Correio Braziliense

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