22/02/2021

TRIPLEX: AÇÃO QUE O STJ DEVOLVE AO TRF4 TEM PEDIDO DE ANULAÇÃO FEITO POR LULA

Lula pede ao STF anulação de decisão que devolveu ação do tríplex ao TRF4

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou ontem (21) habeas corpus ao STF (Supremo Tribunal Federal) que solicita a anulação de decisão do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Felix Fischer, proferida no último dia 9, quando determinou a devolução dos autos do caso do tríplex do Guarujá ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). Fischer também mandou que fosse expedida certidão de trânsito em julgado de recursos apresentados por Lula no TRF-4, mesmo sem que eles tivessem sido apreciados. Os advogados do ex-presidente argumentam que houve ofensa ao direito de ampla defesa.

Na decisão, Fischer considerou que a defesa de Lula tentava 'protelar' o curso regular do processo com apresentação de recursos. Os advogados do ex-presidente negam e ponderam que os referidos recursos foram protocolados no princípio do julgamento ao TRF-4 e que eles estariam pendentes na Corte originária. Sendo assim, foi solicitado que as interposições fossem remetidas ao Supremo, o que foi negado pelo magistrado.

"Ora, como demonstrado no escorço processual traçado alhures, o Paciente [Lula] opôs, na origem, Embargos de Declaração arrostando acórdão que conheceu de recurso anterior. Como justificar a aludida tentativa protelatória?", questionam os advogados.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Porto Alegre (RS), é o Tribunal da Lava Jato, responsável pelo exame de recursos contra as decisões de primeiro grau da Justiça Federal em Curitiba, base e origem da Operação.

Em 2017, o então juiz Sérgio Moro condenou o ex-presidente a 9 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. A sentença foi confirmada pelo TRF-4, que aumentou a pena para 12 anos, e, posteriormente, pelo STJ, que reduziu o tempo de reclusão para 8 anos.

Lula, no entanto, nega que tenha sido beneficiado com o apartamento e tenta comprovar na Justiça a suspeição de Moro, que alguns anos depois se tornou ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro.

Estadão Conteúdo

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