29/01/2021

IMPEACHMENT: MOURÃO EXONERA ASSESSOR E DIZ QUE O CASO ESTÁ ENCERRADO

Mourão confirma exoneração de assessor, destaca 'problema da sua cozinha interna', e declara; 'assunto encerrado'

Após a exoneração do assessor que procurou o chefe de gabinete de um deputado para tratar de um possível impeachment, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira que o assunto está “encerrado”. Mourão, contudo, relatou não ter conversado com o presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto. A exoneração foi publicada na noite de quinta-feira em edição extra do Diário Oficial da União.

O caso foi revelado na quinta-feira pelo site “O Antagonista”. Ricardo Roesch Morato Filho, então chefe da Assessoria Parlamentar da Vice-Presidência da República, mandou mensagem para o assessor de um deputado federal, cuja identidade não foi revelada, pedindo para marcar uma conversa e dizendo que Mourão é “mais preparado” que Bolsonaro.

Na manhã desta sexta-feira, ao chegar no Palácio do Planalto, Mourão disse que a situação está resolvida:

— Resolvido. Assunto encerrado.

O vice-presidente afirmou que a situação foi “lamentável”, porque ele não concorda com um impeachment e porque essa não é a “forma” que ele trabalha.

— Foi uma situação lamentável. Em primeiro lugar, porque eu não concordo com processo de impeachment. Segundo lugar, porque não é a forma que eu trabalho. Uma troca de mensagens imprudente gera um ruído totalmente desnecessário no momento que a gente está vivendo. A partir daí, a pessoa que tinha um cargo de confiança perde a confiança para exercer esse cargo.

Mourão disse que não conversou com Bolsonaro sobre o assunto porque o presidente estava viajando na quinta-feira e porque é um problema da sua “cozinha interna”:

— Não conversei. Ele estava viajando ontem. É um problema da minha cozinha interna.

O vice-presidente não quis comentar a declaração de Bolsonaro descartando uma reforma ministerial e afirmando que o país não precisa de “palpiteiro”. Na véspera, Mourão havia dito que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, poderia ser demitido em uma eventual reforma. Em resposta, o presidente disse que só ele troca ministro.

— Não vou comentar isso daí. Deixa para lá.

O Globo

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