14/07/2020

'SE TIVER GRANDEZA MORAL SE RETRATA" - DIZ MOURÃO COM GILMAR MENDES

Mourão diz que Gilmar Mendes deve se retratar “se tiver grandeza moral”

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse nesta terça-feira (14/7) que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “tem que se retratar” caso tenha “grandeza moral”. O magistrado incomodou os militares do governo ao afirmar que as Forças Armadas estão “se associando a um genocídio”, em referência ao fato de um militar da ativa estar no comando do ministério da Saúde durante a pandemia. O Brasil é o segundo país com o maior número de vítimas em todo o mundo.

“É muito simples, ele diz: ‘usei um termo forte para me referir ao papel que o ministro [Eduardo] Pazuello está exercendo no ministério da Saúde’ e pronto, acabou, encerra o assunto”, disse Mourão sobre como seria o pedido de desculpas esperado por ele e outros militares de alta patente.

Gilmar Mendes disse no sábado (11/7), durante videoconferência realizada pela revista IstoÉ, que o Exército está se associando a um “genocídio”, ao se referir à crise sanitária instalada no país em meio à pandemia do novo coronavírus, agravada pela falta de um titular no Ministério da Saúde.

A reação não foi imediata. Apenas na segunda-feira (13/7), os generais Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Fernando Azevedo e Silva, da Defesa, repudiaram a declaração. No fim da tarde, uma nota assinada por Azevedo e os comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica anunciou que a Defesa iria acionar a Procuradoria-Geral da República contra o ministro.

Mourão, que também é general do Exército, apesar de estar na reserva, já havia manifestado indignação durante entrevista à TV CNN na segunda. Nesta terça, ao deixar o prédio da vice-presidência durante o almoço, ele tornou a repetir que a retratação representaria “grandeza moral”.

Mendes voltou ao assunto nesta terça, mas não se retratou. Ele divulgou uma nota em resposta às críticas dos generais do governo. “Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas sequer foram por mim mencionadas”, escreveu o ministro do STF.

“Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”, complementou Gilmar Mendes.

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