Especialistas garantem que animais de estimação não transmitem coronavírus
Nos quintais ou nas varandas, em casas ou apartamentos, quase 140 milhões de animais de estimação dividem espaço com seus donos em todo o país, conforme dados do IBGE. E em tempos de tantas incertezas causadas pela pandemia do coronavírus, a preocupação não poderia ser diferente: os pets podem transmitir ou serem contaminados pela doença?
A virologista e professora da Escola de Veterinária da UFMG, Érica Costa, explica que não há probabilidade. "Lidamos com uma doença em tempo real, mas pesquisas mostram que os animais, como cachorros e gatos, são assintomáticos. Inclusive teve um caso de um cão que foi colocado em quarentena junto com um idoso diagnosticado com coronavírus, bem no início da pandemia. E todos os testes para o vírus deram negativo", comenta.
Já a veterinária Lucíola de Almeida lembra que há um vírus presente na mesma família do Covid-19 que afetam os animais. "Mas não é o mesmo que circula atualmente no mundo. Nos cães, por exemplo, ele provoca sintomas até 36 horas depois da contaminação, que vão desde febre, vômito e tremores, até uma forte diarréia", afirma.
De acordo com a especialista, há uma vacina que deve ser dada ao animal aos 45 dias de vida e que protege contra a doença. E mesmo sem risco, veterinários recomendam uma série de cuidados básicos com o animal durante o surto de coronavírus.
Restrição de passeios
Lucíola de Almeida conta que, assim como a população, os animais devem fazer isolamento social. "Os tutores devem evitar levar o animal para banhos e tosas nos pet shops e deixá-los mais reclusos em casa, evitando até os passeios na rua. Caso o cão ou gato precise de atendimento veterinário, só vá até a clínica se for um caso grave e mesmo assim evite aglomerações", aconselha.
Com uma shitzo de 14 anos em casa, Edenice Bueno, de 58 anos, redobrou os cuidados com a higiene. "Não entramos em casa de calçado, já que a Juliana [a cachorrinha] fica sempre no chão. E também não passamos a mão antes de lavar muito bem. Só depois disso tudo é que brincamos com ela. Os recipientes de comida e tapetes onde ela dorme também são lavados mais vezes que o comum", relata.
Proprietária de um hotel para cachorros no bairro Dona Clara, na Pampulha, Alessandra Paula Correia, 49, também está cautelosa. Além de reduzir os passeios na rua ou em praças públicas, a empresária ampliou a rotina de limpeza no espaço. "Quando vou passear com os cães, faço bem rápido e assim que chego higienizo as patinhas. Inclusive os pais de deles estão impossibilitados de voltarem da Filipinas por conta do coronavírus", comenta.
Contato menor
A virologista veterinária Érica Costa trouxe um alerta para quem estiver com os sintomas da doença ou com problemas respiratórios. "Evite ficar em contato com o animal e, se for possível, peça para outra pessoa da família cuidar. Caso não consiga, lave sempre bem as mãos quando for cuidar do pet, use a máscara e não deixe o cão ou gato lamber boca, nariz e outras partes do rosto. São medidas de prevenção e controle", enfatiza.
Além de seguir todas as sugestões, a especialista pede para os donos dos animais se atentarem às fake news sobre o coronavírus. "Há relatos de pessoas que estão aplicando em si mesmas vacinas para cães que protege contra o coronavírus canino, que é diferente do atual que circula no mundo. Isso pode causar uma reação alérgica e terminar em complicações", finaliza.
O Tempo
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