Austrália está livre da polícia ambiental do mundo; o Brasil não

Mais: segundo os cálculos feitos até agora, o fogaréu matou 500 milhões de animais. Isso mesmo — meio bi. Mas salvo uma leve objeção aqui e ali, ninguém reclamou nada do governo australiano. A mídia, em peso, os ambientalistas e a menina Greta Thunberg, que há pouco estava preocupada seriamente com a extinção das girafas na Amazônia, decidiram que essas coisas acontecem mesmo por lá; a culpa é do calor, da seca, do vento, do sol.
Já no Brasil, onde os incêndios na Floresta Amazônica, tanto quanto se saiba, não mataram um único tatu bola (e muito menos gente de carne e osso), o governo é acusado pelo mundo afora de praticar uma espécie de genocídio vegetal que está colocando em risco a circulação de ar no planeta — e sabe Deus mais o que. É o que dá não ter uma certidão de bom comportamento assinada pelos juízes internacionais da ecologia.
Agora, em função dos mesmos incêndios, a Austrália acaba de anunciar que vai matar 10 mil camelos de uma vez só; os bichos serão abatidos à bala, por atiradores a bordo de helicóptero. Mas já não dava para se contentar com os 500 milhões citados acima? Não. Os camelos, que vivem em estado selvagem pelo interior do país, estão incomodando os seres humanos; estressados em sua busca por água, chegam perto demais de lugares habitados e criam riscos variados. Muito justo e perfeitamente compreensível, dizem as milícias ambientalistas.
Pode ser — o brasileiro, graças a Deus, não tem problema com camelo nenhum (pelo menos isso) e, portanto, não lhe cabe ficar dando palpite nos camelos dos outros. Mas, só para fazer conversa: o que aconteceria se o governo Bolsonaro desse ordem para matar 10 mil capivaras, por exemplo, uma reconhecida praga na área rural e até em algumas cidades? Melhor nem pensar.
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