20/04/2019

OS INTOCÁVEIS - POR CARLINHOS SUPLA

OS INTOCÁVEIS

Por: Carlinhos Supla. 

No filme "Os intocaveis" 1987, é formado um quarteto, estrelado por Kevin Costner, Sean Conner, Andy Garcia e Martin Smith, para prender Alcapone (Robert De Niro) da corrupta Chicago da época. 

Mas, os intocáveis também seria um bom nome para intitular a nossa côrte máxima (A nossa sala da justiça) STF (Supremo Tribunal Federal). A nossa última instância judicial. Entretanto, poderia serem chamados de DJB (Deuses da Justiça Brasileira).

Nossa côrte, formada por mentes brilhantes. Ministros de um grau de intelectualidade muito alta. Plantada e colhida ao longo de suas carreiras. Degustando muito conhecimento na área do direito. Seja: civil, político, trabalhista, penal...

Pois é, nossos deuses da toga deu o ar da graça na mídia nas últimas semanas. Mas, não foi pra soltar ninguém de colarinho branco não. E nenhum grande empresário influente no mercado econômico da alta sociedade, que aparece nas capas de revistas de fofoca, ao lado de suas primeiras damas, com um 1kg de maquiagem no rosto e algumas cirurgias estéticas imperceptíveis. Que parecem mais uma pintura de um artista plástico. De dar inveja ao quadro de Monalisa, do pintor italiano renascentista Leonardo da Vinci.

O ministro Alexandre de Morais, determinou que fosse retirado do ar, reportagens e postagens relacionadas com o todo poderoso presidente da côrte Dias Toffoli, do site "O antagonista" e da revista "Crusoé." A matéria "O amigo do amigo do meu pai." Censurando assim os artigos. Passando uma imagem de ditadura jurídica. 

Não deu certo. 

Foi um grande erro dos excelentíssimos deuses ministros. Um tiro no escuro. Que trouxe a tona novamente, o debate sobre liberdade de pensamento e expressão. Assegurado pela nossa carta magna mãe. A constituição (Art. 5, Inc IX).

Mas, o nosso Art 5° que diz: "Todos são iguais perante a lei..."

Não serve para nossos supremos juízes. Eles julgam juízes, políticos (com ou sem foro privilegiado), empresas, cidadãos comuns, dizem o que pode ou não pode, o que é constitucional ou o que não é constitucional. Segundo suas interpretações. 

Eu pergunto: Quem julga nossos deuses ministros de toga? 

Serão eles inerrantes, autenticamente certos e corretos, imaculados, probos, puros?

Afinal do que eles tanto temem? 

Aí eu lembro do mestre dos mestres espirituais Jesus Cristo para responder essa pergunta:

"Quem não tem pecado que atire a primeira pedra." (Jo 8,1-11). 

Eu diria: Quem não tem toga que não peque.

A liberdade de pensamento e expressão, é muito importante para qualquer democracia. Sem a plena liberdade, não há democracia. A liberdade é o carro chefe da democracia. 

Nossa côrte suprema é livre e plena. Mas, não pode se comportar como um tribunal inquisitório. Como faziam os tribunais da inquisição na idade média. Os quais, investigavam, acusavam, julgavam e condenavam. Sem restrições contrárias.

Eu vejo a nossa democracia como um homem de 40 anos, com pensamento e comportamento de um adolescente de 16. Tomara que esse homem adolescente cresça em comportamento e pensamento. Assim, possamos viver, aí sim, em total liberdade de expressão e pensamento. 

Não somos intocáveis.

Tenho dito.

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