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16/06/2025

GOVERNO LULA AFROUXA E ONG's DE$VIAM COM FORÇA

Governo ignorou alerta técnico sobre ‘ambiente propício a desvios’ ao mudar regra para ONGs

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ignorou um parecer da consultoria jurídica do Ministério do Planejamento e Orçamento com alertas sobre os riscos de o Executivo mudar as regras para repasse de verbas públicas a ONGs.

O documento técnico apontou que as alterações poderiam prejudicar a recuperação de dinheiro desviado, “contrariando os princípios constitucionais da eficiência, moralidade, publicidade e economicidade que devem nortear toda a atuação administrativa”.

A alteração sobre regras para repasses a organizações não governamentais foi incluída na proposta de diretrizes do Orçamento para 2026, elaborada pelo Executivo e enviada para análise do Congresso Nacional, onde deve ser apreciada até 17 de julho.

Conforme a nova regra, o governo deixará de exigir a devolução de bens em caso de desvio dos recursos repassados a ONGs. A mudança, colocada no chamado Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 2026, foi revelada pelo Estadão e ocorre no momento em que o governo federal bate recordes de repasse de dinheiro para essas organizações.

O governo, por meio do Ministério do Planejamento, afirma que nem sempre é interessante à União a devolução de bens em casos de irregularidades e que existem outros instrumentos legais que podem ser adotados para reparar danos aos cofres públicos.

Entretanto, um parecer técnico da consultoria jurídica do Planejamento apontou para outro cenário.

A chamada “cláusula de reversão patrimonial”, ativada nos casos de irregularidades na aplicação dos recursos ou desvios de finalidade, foi descrita como uma “garantia real em favor do poder público, assegurando que os bens adquiridos com recursos públicos retornem ao patrimônio estatal em caso de desvio de finalidade”.

Sua dispensa elimina o principal mecanismo de salvaguarda patrimonial disponível à Administração Pública, impossibilitando a recuperação de ativos em casos de malversação e permitindo a apropriação privada de bens públicos sem as devidas contrapartidas de interesse coletivo”.

Consultoria da Câmara: desproteção do patrimônio público

Antes da análise coletiva pelos deputados, técnicos da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara já se debruçaram sobre o texto. A função desses servidores é assessorar os parlamentares para que eles tenham embasamento técnico na tomada de decisões.

Um dos pontos criticados por eles é a supressão da regra de devolver bens. Em parecer técnico, os consultores afirmam que a mudança representa fragilização dos mecanismos de proteção ao patrimônio público. Trata-se, na visão dos analistas, de medida que compromete a fiscalização e o controle sobre o uso desses bens após o encerramento dos convênios porque a cláusula de reversão é uma exigência básica de boa governança.

“Elimina-se desnecessária e injustificadamente uma ferramenta de proteção do patrimônio público em um contexto de extrema dificuldade operacional (transferências dispersas em favor dos beneficiários), sem oferecer qualquer alternativa que, direta ou indiretamente, represente meio mais eficaz de materializar a exigência constitucional de garantia da boa e regular guarda e aplicação dos recursos públicos”, destacou o relatório.

A consultoria técnica pontuou ainda que a versão atual da PLDO 2026 substituiu a cláusula de reversão por uma norma genérica que trata da destinação dos bens remanescentes “conforme legislação específica”. Para a consultoria, essa substituição abre margem para interpretações frouxas que fragilizam mecanismos de controle e fiscalização.

“Ao não prever a reversão, o texto deixa espaço para a doação automática desses bens aos beneficiários finais, sem obrigatoriedade de controle ou verificação da finalidade, contrariando princípios constitucionais que regem a gestão dos recursos públicos”, disse.

O Ministério do Planejamento foi procurado para esclarecer qual entendimento prevaleceu sobre a devolução de bens após o relatório da consultoria jurídica do ministério e por que a cláusula não foi mantida após anos expressa nas LDOs. Em nota, minimizou a exclusão e disse que em alguns casos a devolução não é interessante à coletiva porque geram obrigações.

“Na legislação e nos respectivos instrumentos de transferências já existem regras específicas que regem a destinação dos bens remanescentes, que modulam os casos nos quais há determinação da devolução dos recursos em caso de rejeição da prestação de contas, pois a reversão patrimonial e eventual devolução dos bens nem sempre irão ao encontro do interesse público, gerando obrigações para a administração que muitas vezes não teria destinação adequada para aqueles bens”, informou.

Deputados da oposição afirmam que a cláusula pode ser reincluída no projeto da LDO quando ela for apreciada pelo Congresso.

Estadão

14/02/2025

QUENTINHAS INVISÍVEIS: ONG CONTRATADA EM PERNAMBUCO INFORMOU 150 CPFs INEXISTENTES EM PRESTAÇÃO DE CONTAS

‘Quentinhas invisíveis do Governo Lula’: ONG contratada em Pernambuco informou 150 CPFs inexistentes em prestação de contas

Ministério do Desenvolvimento Social de Wellington Dias (foto), suspendeu parceria com a entidade, contemplada com R$ 3 milhões em programa de combate à fome; presidente de associação atribui falha a erro de preenchimento

Contratada pelo governo federal para fornecer refeições a pessoas em situação de vulnerabilidade social, uma organização não-governamental de Pernambuco apresentou uma lista com dados de beneficiários que inclui CPFs inconsistentes ou que pertencem a pessoas com nomes diferentes dos que contam na relação. Os documentos foram anotados à mão na prestação de contas da entidade, que firmou contrato de R$ 3 milhões com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) em novembro de 2024.

Após ser questionada pelo GLOBO sobre as inconsistências, a pasta suspendeu o termo de colaboração com a entidade e disse que, caso sejam constatadas irregularidades, poderá pedir a devolução dos recursos já repassados à entidade. “O MDS reitera que, constatada qualquer irregularidade quanto ao cumprimento do objeto pactuado e quanto à boa e regular utilização dos recursos públicos, as devidas medidas saneadoras serão adotadas, o que pode incluir glosa e pedido de devolução de recursos à União, bem como inabilitação das cozinhas junto ao programa”, diz o ministério comandado por Wellington Dias.

A prestação de contas com os CPFs inconsistentes foi apresentada pela Associação da Juventude Camponesa Nordestina Terra Livre, que tem como vice-presidente Ana Lúcia Gusmão Brindeiro, funcionária do gabinete da deputada estadual Rosa Amorim, do PT, mesmo partido do ministro. Em nota, a entidade disse “que está disposta a investigar qualquer suspeita de irregularidade”. Também procurada, a parlamentar disse o da assessora “não se relaciona com a função que a mesma executa na associação”.

O presidente da associação Terra Livre, Sandreildo José dos Santos, afirmou que pode ter ocorrido erro no preenchimento da lista. Dos 400 nomes informados, o GLOBO identificou ao menos 150 CPFs inconsistentes.

O Cadastro de Pessoa Física (CPF), emitido pela Receita Federal, é um número único de identificação, com 11 dígitos. Os dois últimos dígitos são gerados por meio de um algoritmo e utilizados para verificar a validade do documento. Nos casos identificados pela reportagem, a sequência numérica não segue essa lógica.

— Nós temos alguns problemas. Essas cozinhas trabalham com povo de rua, muita dificuldade com documento. Mas se tiver indícios de ingerência, a gente vê — disse Santos.

O contrato da associação Terra Livre foi feito no âmbito do Programa Cozinha Solidária, ação de combate à fome do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Para fornecer os alimentos, a ONG subcontratou outras entidades que atuam em diferentes cidades pernambucanas.

Uma delas foi a Uma Gota de Esperança, contratada para entregar as quentinhas em Paulista (PE), município de 342 mil habitantes na Região Metropolitana de Recife. A lista com os CPFs inconsistentes é atribuída à entidade. Questionada sobre os dados, a responsável pela ONG, Thais de Moraes Wanderley, culpa as próprias pessoas atendidas pelas informações prestadas.

— As pessoas, quando vêm buscar a comida, elas assinam, colocam o CPF e a data. Acredito que esteja acontecido isso. Elas dão “de cor” e devem informar qualquer número de CPF. Até eu estou abismada agora — disse Thais.

Entre os CPFs incluídos na lista de beneficiados pela ONG que distribui quentinhas está o de Jorgiana de Paula Wanderley Gomes, que Thais informou ser prima de seu marido. O nome atribuído ao documento na lista da entidade, contudo, é Erika da Silva. Questionada sobre a inconsistência, a presidente da entidade não respondeu.

Também procurada nesta quinta-feira, Jorgiana disse nunca ter recebido quentinhas de programas do governo. Pouco tempo depois, enviou uma nova mensagem à reportagem informando que conversou com Thaís e que o registro na lista se refere a uma “cesta solidária” recebida da ONG. Ela não explicou, porém, a razão de seu CPF ter sido atribuído ao nome de outra pessoa. Além disso, o fornecimento de cestas básicas não faz parte do programa Cozinha Solidária.

O Globo

04/01/2025

DEMOROU

Dino manda suspender repasses de emendas a 13 ONGs que não cumprem transparência

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira 3 a suspensão imediata dos repasses de emendas parlamentares a 13 organizações-não governamentais (ONGs) que não cumprem regras adequadas de transparência sobre o recebimento do dinheiro e o seu uso.

A decisão se baseia em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) enviada ao Supremo.

De acordo com o órgão, de um total de 26 ONGs analisadas, treze não fornecem “transparência adequada ou não divulgam informações”.

A CGU deverá fazer uma auditoria específica nessas treze ONGs, apresentando um relatório em 60 dias.

Para cumprir a ordem, a Advocacia-Geral da União (AGU) deverá acionar os ministérios para informar sobre a proibição de novos repasses.

Na decisão, Dino também determina que as ONGs sejam inscritas no cadastro de entidades inidôneas e impedidas de celebrar convênios ou receber repasses da Administração pública.

Conforme relatório da CGU, outras nove ONGs analisadas apresentam as informações de forma incompleta, ou seja, existem dados de algumas emendas ou de apenas de anos anteriores sem atualização.

Para esses casos, Dino intimou as entidades a apresentarem as informações que faltam, com a publicação, em até 10 dias, dos dados sobre as emendas em seus sites.

Câmara, Senado e a Procuradoria-Geral da República (PGR) terão prazo de 10 dias para se manifestar sobre o relatório da CGU.

CNN Brasil