Em 2006, Souza recebeu 92 lotes como pagamento
Um intenso debate tomou conta das redes sociais nos últimos dias e girou em torno de uma declaração histórica do presidente do América, Souza. Segundo o dirigente, que busca a reeleição, ele teria jogado sem receber salários no ano de 2006. A última declaração nesse sentido foi publicada pelo portal G-1/RN, no último dia 25/09. No entanto, um instrumento particular de compra e venda de bens imóveis assinado entre o América e Souza, em 6 de outubro de 2006, e que foi entregue à Tribuna do Norte sob forma de anonimato, revela que foram repassados ao então atleta os lotes de 1 a 26 nas quadras 24,29 e 33, acrescidos dos lotes de 1 a 7 na quadra 23 e de 3 a 9 na quadra 35. Todos os terrenos, num total de 92, estão localizados no bairro Pirangi de Dentro, na cidade de Parnamirim.
No documento consta ainda que o valor de R$ 230 mil seria permutado pela quitação de salários e verbas rescisórias do contrato de trabalho do comprador, válido entre o período de 9 de junho de 2006 ao dia 30 de novembro do mesmo ano. Atualmente, com valores corrigidos, os lotes, valeriam cerca de R$ 3,6 milhões. Ao G1, Souza disse: “Joguei de graça pelo América quando voltei em 2006...”.
Nos arquivos da Tribuna do Norte constam matérias do anos de 2006 falando sobre as dificuldades do clube para manter o jogador no elenco. Ele estaria recebendo propostas salariais difíceis de serem superadas e o América sabia da importância do jogador no elenco. A aposta, inclusive, valeu o acesso do Alvirrubro para a Série A no ano seguinte.
Ainda de acordo com os arquivos do jornal, o ano em que Souza aparece como tendo atuado sem o recebimento de salários foi em 2011. Matéria da Editoria de Esportes informa que o América pagaria apenas as “taxas referentes à inscrição do jogador junto à Federação Norte-rio-grandense de Futebol – FNF”.
A Tribuna do Norte tentou contato via telefone com o atual presidente e ex-atleta do América, Souza, além de sua assessoria. No entanto, o mesmo não atendeu às chamadas do jornal. O veículo se coloca à disposição para eventuais explicações que Souza queira dar.
Prática
O Alvirrubro conseguiu manter jogadores como Souza e Moura por um período graças ao repasse de terrenos para os ex-jogadores. No caso americano, a opção foi evitar, por exemplo, que eventuais dívidas com os craques levasse à perda dos terrenos na Justiça Trabalhistas.
Segundo Carlos Moura Dourado, ele também aceitou receber lotes em troca da dívida que o clube acumulou. “A questão pode até ser mal vista, mas essa era única forma que o América tinha para quitar os débitos com os atletas. Muitos deles ao final dos contratos receberam os lotes para não sair de mão abanando e evitar que a insatisfação pelo débito em aberto, pudesse se transformar em ação trabalhista. Na época o clube enfrentava uma crise financeira muito séria, mas brigava bem dentro das competições”
Já o Alecrim optou por fazer um caminho oposto, por exemplo. Há cerca de três décadas ações semelhantes, mas provocadas por processos na Justiça Trabalhista, levaram o Alecrim a perder, à revelia, o que havia restado de sua sede campestre, na cidade de Macaíba, devido a desastrada passagem do inglês Anthony Armstrong, pela presidência da agremiação em 2013.
Entre as dívidas acionadas na justiça contra o clube esmeraldino, a maior delas era com o ex-lateral-direito de Cruzeiro e Botafogo Ruy Cabeção: R$ 192 mil. Além dele, o volante Elton, ex-Grêmio, recebeu R$ 180 mil, enquanto o atacante Felipe Moreira, teve direito a receber R$ 97 mil.
O Alecrim viu os 19 terrenos da sua antiga sede campestre serem leiloados em 2018 por determinação da Justiça do Trabalho. O total da dívida era de R$ 527 mil. Os terrenos, que juntos tinham 100 mil metros quadrados, haviam sido penhorados e foram vendidos por um lance de R$ 2,7 milhões.
SAF americana compra refletores para a Arena
O estádio José Vasconcelos da Rocha, também conhecido como Arena América, vai receber sua iluminação artificial. A diretoria da SAF, que assumiu o controle do futebol do clube, assinou contrato com a empresa Gouveia Engenharia para a aquisição de um moderno sistema de iluminação para a praça esportiva do Alvirrubro. O investimento é da ordem de R$ 970 mil e faz parte do projeto de melhorias prometido ao conselho deliberativo e aos torcedores americanos.
Com as melhorias que estão sendo implementadas, o América cumpre a promessa realizada ao presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF), José Vanildo, que assim ganha mais um espaço para abrigar clubes como o Santa Cruz, Força e Luz e, possivelmente, campeão da Segunda Divisão. O CEO do América, Pedro Weber, garantiu ao dirigente que o estádio estaria pronto para abrigar jogos oficiais na disputa do Campeonato Estadual de 2024.
O projeto para a implantação do novo sistema de iluminação que já está em andamento vai contemplar o fornecimento e implantação de 04 (quatro) estruturas de concreto para iluminação, composta cada uma de dois postes DT 24m/1000kgf, 60 (sessenta) refletores tipo LED, que vão adequar o Estádio às normas vigentes e dar as condições necessárias para que o América SAF possa mandar os jogos em casa com qualidade e segurança.
Por último, e não menos importante, será executado também o projeto e montagem de uma subestação de 150 kVA 13800/380/220 Volts, com aprovações da Cosern e CREA-RN, que atenderá a utilização do Centro de Treinamentos no dia a dia. O CT do América também terá todo seu projeto elétrico revisado e readequado.
"Acreditamos que esta iniciativa contribuirá significativamente para proporcionar uma experiência ainda melhor para nossos torcedores e jogadores, garantindo condições ideais para partidas e treinamentos”, disse Pedro Weber. A previsão é de que a iluminação seja inaugurada em evento teste que ocorrerá semanas antes da estreia no Campeonato Estadual.
TN
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