Sindicatos vinculam apoio a Dilma ao fim do ajuste fiscal
“O País não suporta mais esse receituário econômico, de ajuste. O
desemprego subiu e deve continuar subindo, com inflação acima de 10%
dificultando todas as negociações salariais. É claro que a Previdência
precisa ser discutida, mas não é um quadro urgente. Espero que o governo
não cometa o erro fatal de defender reformas previdenciárias e
trabalhistas num cenário tão difícil como esse começo de 2016”, disse o
secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e
ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.
Braço sindical do PT, a CUT liderou, ao lado do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), todas as manifestações populares
de apoio a Dilma. Na manifestação de 16 de dezembro contra o
impeachment, diz ter levado quase 100 mil pessoas às ruas, número que
superou o ato anti-Dilma realizado dias antes.
Em todos os protestos, os movimentos sociais foram contrários ao
impeachment, mas críticos à política econômica do segundo mandato,
encarnada na figura do então ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Os
ataques ao ajuste fiscal foram engrossados pelo ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
A recente troca de Levy pelo atual ministro, Nelson Barbosa, empolgou
os sindicalistas. Mas as primeiras declarações de Barbosa desagradaram.
“O Barbosa sempre teve uma visão mais positiva para a economia,
pró-investimentos e crédito. Estranhei a defesa dele das reformas
previdenciárias e trabalhistas numa hora dessas. Ele quis agradar o
mercado, mas isso é tiro no pé”, disse o presidente da Força Sindical,
Miguel Torres, que também comanda o Sindicato dos Metalúrgicos de São
Paulo.
Torres faz parte da direção nacional do Solidariedade, partido
comandado pelo seu antecessor na central, o deputado Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho da Força (SD). Paulinho defende o impeachment, mas a
Força declarou ser contrária ao afastamento da presidente.
“Se ela cair, a confusão no País será ainda maior e isso será péssimo
para os trabalhadores. Agora está muito ruim, mas pode ficar pior. O
programa do PMDB é ainda mais pró-ajuste fiscal, pior do que o PSDB pelo
jeito. Mas o governo precisa ajudar também. Precisamos retomar
urgentemente o crescimento porque o Brasil está parando, com inflação em
dois dígitos e muita revolta com Dilma”, disse o líder da Força (AE).
Diário do Poder
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