VOTO ABERTO É ONDE SE MEDE A HONESTIDADE DOS POLÍTICOS

Gustavo Carvalho sugere fim do voto secreto

Sem o calor da disputa do voto o deputado estadual Gustavo Carvalho (PSDB) agradeceu aos deputados que votaram nele para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), na sessão extraordinária com votação secreta, da quarta-feira (26), e parabenizou o eleito deputado George Soares (PV): “Agradeço sobretudo aos 11 leões que chegaram às urnas com a dignidade preservada, honrada”, disse.

Mesmo reconhecendo a diversidade de opiniões e posições políticas dentro da Assembleia, o Gustavo Carvalho defendeu o fim de votações secretas: “Essa é uma Casa plural, todos podem ter o entendimento que quiserem, mas espero que a partir desse processo de ontem (dia 26), não ocorra nunca mais na história dessa Casa, uma não exposição de voto”.

“Como é que temos um colégio de 24 deputados e temos pessoas que não declaram voto, não é questão de não votar ou de votar, é questão de encarar e enfrentar, assim como estou enfrentando no dia de hoje”, asseverou Carvalho.

EM 2012

Da mesma forma, lembrou Carvalho, ocorreu em 2012, quando votou no atual conselheiro Poti Júnior para ocupar uma cadeira no TCE e não votou no então deputado Fábio Dantas, que perdeu a eleição por um voto, lembrando o fato que também tinha exercido mandato ao lado do pai dele, Arlindo Dantas.

“Arlindo e Fábio foram ao meu gabinete, eu disse, infelizmente eu não vou poder votar em você. Eu me comprometi com Poti. E ontem tive o prazer de receber o voto da deputada Cristiane Dantas, como de todos os outros, mas por ter citado o seu esposo, Fábio Dantas, faço essa citação honrosa e agradecido a Cristiane”. O deputado Gustavo Carvalho disse no plenário da Assembleia Legislativa, na quinta-feira (27), que “já existe uma nova luta, um novo cenário e eu estou aqui de pé, cabeça erguida, equilibrado e sereno, como deve ser o político”.

Gustavo Carvalho destacou que “na política, que é arte para alguns e é arteira para outros, eu fico do lado da arte, do lado de quem faz por amor, por dedicação, por zelo, por querer fazer pelo coletivo e não olhando para o umbigo, como se o umbigo fosse a resolução dos problemas da coletividade norte-grandense”.

NA POLÍTICA

Em seguida, Carvalho afirmou que continuará atuando da política “com esse espírito, testemunho e com essa retidão, caráter, serenidade e equilíbrio”.

Inicialmente, em seu discurso, o deputado Gustavo Carvalho comparou o processo de escolha do conselheiro do TCE, depois de preterido por um voto de diferença em relação à votação de George Soares, ao episódio ocorrido há 50 anos para a eleição de presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília.

“Eram candidatos à presidência da Câmara Federal dois deputados representando dois Rio Grandes. O Rio Grande do Sul, naquela hora representado por Nelson Marchezan, e o nosso Rio Grande do Norte representado pelo deputado de Djalma Marinho, de saudosa memória, avô do senador Rogério Marinho (PL). E os dois eram amigos do presidente, que à época era João Batista Figueiredo, presidente do Brasil. E João Batista Figueiredo, com sua altivez, chamou doutor Djalma para uma conversa e disse, Djalma, eu vou ter que ficar com Marchezan e eu espero que você não guarde de mim recordações. Doutor Djalma, com sua sapiência, disse, presidente, até hoje na minha vida eu não consegui guardar dinheiro, como é que eu vou guardar recordação? Essa frase cabe para hoje, cabe para esse momento”, destacou.

NO DIA

“Nós não perdemos, hoje nós deixamos de ganhar. A derrota não é minha, a derrota é de todos os outros deputados que nos apoiaram, a derrota é também do municipalismo”, essas foram as palavras do deputado estadual Gustavo Carvalho, relatada por um assessor do gabinete do deputado, durante almoço com seus amigos, deputados e assessores, após a votação secreta da quarta-feira (26), na Assembleia Legislativa, que indicou o novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado/RN (TCE).

O evento que deveria ser de comemoração, aconteceu em Temis Clube, no Clube América, e ficou nítida a constatação dos presentes à mesa: Neilton Diógenes, teria afirmado o voto em Gustavo, mas traiu o grupo. Inclusive se negou a sair na foto registrada com os 12 apoiadores no gabinete do deputado Gustavo Carvalho pouco antes da sessão extraordinária secreta. “Eu não tenho certeza ainda do meu futuro político, mas tenho a certeza de que estarei cada dia mais forte, pois tenho ainda muita força política e grandes amigos”, finalizou Gustavo.

TN