15/05/2024

INVESTIGADOS DO 8/1 DESAFIAM MORAES - QUEBRAM TORNOZELEIRAS E SAEM DO BRASIL

Investigados do 8/1 quebram tornozeleira e deixam Brasil

Pelo menos dez manifestantes, condenados ou investigados por participarem dos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro do ano passado, quebraram suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram do Brasil.

Um levantamento realizado pelo UOL revelou que pelo menos 51 pessoas suspeitas de envolvimento em atos após as eleições presidenciais de 2022 têm mandados de prisão em aberto ou fugiram após danificar as tornozeleiras eletrônicas.

Entre essas pessoas, a reportagem identificou dez indivíduos que escaparam para o exterior neste ano, atravessando as fronteiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com destinos na Argentina e no Uruguai. Sete dos fugitivos já foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de dez anos de prisão por sua participação na tentativa de suposto golpe de Estado em 8 de janeiro.

Seis dos dez fugitivos são mulheres, e a maioria é originária dos estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais, com uma idade média de 50 anos. O levantamento foi realizado com base em registros do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como ordens de prisão, além de entrevistas com parentes, investigadores, amigos e advogados.

Um dos fugitivos, que se autodenomina exilado político, utiliza redes sociais para fazer campanha visando financiar sua permanência no exterior. O pedreiro Daniel Bressan tenta vender produtos e até lançou uma rifa de um Fiat Uno 2015.

As polícias civis de Santa Catarina e Rio Grande do Sul afirmaram que não foram solicitadas a realizar buscas pelos fugitivos, enquanto a Polícia Civil do Paraná não se pronunciou sobre o assunto. Os órgãos responsáveis pela administração penitenciária do Paraná e de Santa Catarina se recusaram a divulgar quantos investigados quebraram tornozeleiras ou fugiram desde o ano passado.

Procurados, o STF e a Polícia Federal não emitiram comentários sobre as buscas. Não há alertas públicos da Interpol pelos fugitivos. Os advogados dos investigados e réus negam qualquer envolvimento de seus clientes na depredação de prédios públicos ou na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro.

Pelo menos um dos fugitivos afirma ter solicitado asilo político na Argentina. As assessorias dos ministérios do Interior e das Relações Exteriores argentinos informaram ao UOL que não divulgariam informações sobre quem entrou no país ou quem solicitou asilo, pois se trata de dados pessoais.

De acordo com as leis brasileiras, a destruição da tornozeleira e a fuga não aumentam a punição, mas o fugitivo perde o direito ao regime aberto e retorna ao regime semiaberto ou fechado. Por outro lado, facilitar a fuga é considerado crime e pode resultar em uma pena de seis meses a dois anos de detenção.

Com informações de UOL

Nenhum comentário: