20/05/2024

ENCHENTES DO RS: FAKE NEWS DO GOVERNO LULA

E as fake news do governo Lula na enchente do RS?

O governo Lula (em reunião com prefeitos gaúchos na foto) elegeu o combate às fake news entre as prioridades da reação federal à tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. A Advocacia Geral da União (AGU) notificou plataformas de rede social para demandar a retirada de conteúdo e se reuniu com representantes das empresas para agilizar esse procedimento. Até agora, contudo, a AGU de Jorge Messias não mencionou a desinformação disseminada pelo próprio governo Lula.

A BBC Brasil expôs que o Palácio do Planalto infla os números de sua ajuda ao Rio Grande do Sul, contando auxílios duas vezes, implicando que a antecipação de benefícios já contratados seriam números novos e transformando subsídios para linhas de crédito em “investimentos federais”. Tudo isso resultou no anúncio de 50,9 bilhões de reais em ajuda federal.

Quer dizer, enquanto aponta o dedo para os opositores, o governo Lula semeia suas próprias desinformações na tentativa de melhorar a imagem de um presidente que parece colocar a política acima de tudo nos esforços para ajudar as vítimas da enchente.

Fake news em construção

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, anunciou na quarta-feira, 15, durante um evento que se transformou em palanque político, “a transferência, nas suas contas, via Pix, de 5,1 mil reais” para “todas as pessoas que perderam seus objetos”. Por que o ministro, que destacou o repasse como uma “determinação do presidente Lula”, mencionou o Pix?

Pix é um símbolo de agilidade para as 200 mil famílias potencialmente beneficiadas pelo “auxílio reconstrução”, mas, como o próprio ministro mencionou, há um processo burocrático que precisa ser respeitado para identificar quem se encaixa nos critérios para receber uma parcela do valor estimado em 1,2 bilhão de reais.

Na velocidade do Pix?

As prefeituras precisam atestar que as casas dos solicitantes foram de fato inundadas. E isso não se faz na velocidade de um Pix, alardeada por Costa, principalmente numa situação de calamidade, na qual as próprias prefeituras foram inundadas.

Esse tipo de anúncio se presta, portanto, mais para tentar aliviar a barra do próprio governo do que para solucionar os problemas dos desabrigados pelas enchentes, que só vão poder contar com esse dinheiro em um tempo bem mais demorado do que aquele gasto para dar um clique.

Prefeituras

No discurso político que fez minutos depois do anúncio de Costa, Lula deixou claro sobre as costas de quem a responsabilidade pela esperada e compreensível demora para o repasse da ajuda anunciada irá recair.

“E aqui um apelo aos companheiros prefeitos, pelo amor de Deus. É a agilidade de vocês de apresentar propostas e projetos que vai mostrar para a gente se a Caixa Econômica está morosa ou não. Se tem burocracia ou não. Os projetos têm que ser imediatos”, discursou, relembrando a enchente no Vale do Taquari em setembro do ano passado.

“Viemos aqui em novembro e fizemos um acordo com o Ministério das Cidades para a gente reconstruir casa. Até hoje não saiu (sic) as casas. O que que implica isso? Se for a burocracia, nós temos que desmontar essa burocracia”, seguiu Lula, expondo o que deve ocorrer quando os solicitantes do auxílio reconstrução não receberem o benefício na velocidade do Pix:

“As coisas têm que funcionar, porque, senão, a gente perde credibilidade. Porque senão as pessoas passam a desacreditar nas instituições, na democracia, nos governantes.”

“Eu estou vendo isso“

Pois bem, já há governistas falando em má vontade dos “prefeitos bolsonaristas”. Um apresentador de programa da TV Brasil disse o seguinte em entrevista um site amigo do governo (o conteúdo foi destacado nas redes sociais do site):

“Tem prefeito retardando o pedido de dinheiro para deixar a coisa pior, mesmo que você morra, para depois colocar a culpa no Lula. Isso está acontecendo aqui agora, eu estou vendo isso. Tem prefeitura que está atrasando o pedido de dinheiro, para retardar a reconstrução da estrada, para dizer que só tem dois tratores. E aí, quando a população vai reclamar, ele estão falando: ‘É o governo federal que não está mandando’.”

A alegação de má fé dos prefeitos se baseia no baixo número de prefeituras que solicitaram ajuda formalmente. Mas os prefeitos não solicitaram porque não quiseram ou porque não conseguiram?

Para quem tem lado na tragédia, vale o que beneficiar seu próprio grupo político. Ou o governo combate todas as fake news — inclusive as suas — ou não combate nenhuma.

O Antagonista

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